Aula1 - A importância do cidadão na Sociedade da Informação (4/4)
| 1. Introdução | 2. Educação e Cidadania | 3. Alfabetização em Informação| 4. Educação|
A Educação ao longo da HistóriaO Mestre disse: "É por retomar o
antigo que se aprende o novo, e assim nos tornamos
mestres"
A Educação,
necessidade biológica A Educação, necessidade social: 1. Na sociedade primitiva Na sociedade primitiva, a educação acontecia de modo espontâneo e integral, ou seja, não existiam instituições educacionais. Fundamentava-se ao mesmo tempo no caráter, nas atitudes, nas competências, na conduta, nas qualidades morais do sujeito, era mais do que receber educação. Vida familiar, vida no clã, trabalhos ou jogos, ritos, cerimônias tudo constituía, no curso dos dias, uma ocasião para instruir-se: desde os cuidados maternais as lições do pai caçador, desde a observação das estações do ano, a dos animais domésticos, desde os relatos dos mais velhos (anciãos). Portanto, o processo educativo tinha como instrumento a transmissão entre os membros do grupo, por isso, se dava integralmente. 2. Na Antiguidade Oriental Confúcio (551-479 a.C.) - A base mais segura para discutirmos o surgimento do antigo pensamento chinês esta afixada na figura do sábio Kungzi (VI a.C.), que os missionários portugueses do século XVI chamaram de Confúcio. É uma das primeiras figuras a indignar-se com a crise de sua época, Confúcio pregava a reestruturação social de sua civilização tendo como modelo o passado ideal dos Zhou, mas através de uma metodologia totalmente inovadora. Confúcio examinou as causas da corrupção de sua sociedade, e concluiu que a degradação era promovida pelo não cumprimento das vontades da natureza (Tian). O desconhecimento dessas causas era gerado pela falta de educação, e, por conseguinte, para que as pessoas pudessem compreender o caminho (Dao), era necessário que estudassem. Estudando, podiam entender como funcionava a sociedade, os costumes, e assim sendo, poderiam segui-los. No entanto, o próprio Confúcio achava que sua proposta ética não podia pautar-se em nenhum critério religioso: “se não se sabe servir em vida, como podemos esperar compreender a morte?” (LY, 11:2) “A pedagogia confuciana estava à frente de seu tempo, preconizando um ensino aberto para todos, sem diferenciação de origem social. Suas aulas eram a céu aberto e seu método levava em conta as aptidões de cada um de seus discípulos” (Bueno - apud Sgarioni, 2004, p. 46). Os ensinamentos de Confúcio enfatizavam a ética e a filosofia social. Eventualmente sua filosofia ditava o padrão de comportamento para toda a sociedade – incluindo o próprio imperador. No confucionismo a família ocupa lugar de destaque por constituir o berço do treinamento moral e o elo entre o indivíduo e a sociedade. Confúcio acreditava que uma família bem estruturada era a chave para uma sociedade pacífica.
3. Na Antiguidade Clássica Foi com o amadurecimento das sociedades que surgiu o pensamento pedagógico, sempre entrelaçado com a filosofia. As peças chaves da educação grega eram o ensino da música, do canto, dança e do atletismo. A filosofia, entendida como uma reflexão crítica a respeito de tudo o que se relaciona com a existência do homem, nasceu na Grécia Antiga. A palavra "filosofia" é, inclusive, de origem grega e vem de phílos, "amigo", e sophía, "sabedoria". Prova disso é que os três primeiros pensadores da educação a deixar uma obra cuja influência chegou a nossos dias foram também os nomes fundadores da filosofia ocidental, os gregos Sócrates (469-399 a.C.), Platão (427- 347 a.C.) e Aristóteles (384-332 a.C.). Sócrates (469-399 a.C.), as concepções de Sócrates sobre educação já prefiguram um dos principais embates pedagógicos, que, de algum modo, se repetem ao longo dos tempos. O filósofo se opunha aos pensadores sofistas, educadores profissionais da época, que se guiavam pelo critério da utilidade daquilo que ensinavam. Prometiam preparar seus alunos para uma carreira de sucesso na política e centravam suas aulas no ensino da retórica (oratória). Já Sócrates acreditava que o objetivo da educação era transmitir conhecimento desinteressado, com o fim de preparar o homem para seguir o caminho da virtude e a busca da sabedoria. Foi um dos maiores pensadores de todos os tempos, pretendia nada saber e dizia que todos já possuíam o conhecimento do que era correto dentro de si. Para trazer esse conhecimento à tona ele fazia perguntas bem dirigidas e questionava sistematicamente seus interlocutores com o objetivo de que a sabedoria aflorasse. A suprema sabedoria seria, aparentemente, o conhecimento do bem, ou pelo menos o reconhecimento honesto da própria ignorância.
4. na Roma Antiga Na história da educação romana podem-se distinguir três fases principais: pré-helenista, helenista-republicana, helenista-imperial. A primeira e fundamental instituição romana de educação é a família de tipo patriarcal, germe de uma sociedade mais vasta, que vai da cidade ao império: os patres governam a coisa pública. Educador é o pai, que na sociedade familiar romana desempenha também as funções de senhor e de sacerdote - paterfamilias. Nesta obra educativa colaborava também a mãe, especialmente nos primeiros anos e no concernente aos primeiros cuidados dos filhos, sendo, em Roma, mais considerada a mulher do que na Grécia, dadas as suas predominantes qualidades práticas. O fim da educação é prático-social: a formação do agricultor, do cidadão, do guerreiro - salus reipublicae suprema lex esto. A sua finalidade era formar o orador, porquanto a carreira política representava, para o espírito prático romano, o ideal supremo. E, portanto, o ensino da eloqüência abrangia toda a cultura, do direito até à filosofia. O orador romano será o tipo do homem de ação, do político culto, em que a cultura é instrumento de ação - negotium e, logo, para os romanos, coisa muito séria, em relação com a seriedade da ação, e não simples distração - otium. O teórico da pedagogia romana pode ser considerado Quintiliano. Nasceu na Espanha no II século d.C., foi professor de retórica em Roma, o primeiro docente pago pelo estado, quando Vespasiano era imperador. Para Quintiliano o professor principal é o da pré-escola e deve ser um filósofo. Valoriza a educação do orador e instaura a Educação Superior de direito. A filosofia é ensinada por mestres particulares. Sua obra exerceu grande influência sobre a teoria pedagógica que sustenta o humanismo e o renascimento. O Programa educativo romano privilegia assim uma aprendizagem sobretudo literária, em detrimento da Ciência, da Educação Musical e do Atletismo. Porém, é aos romanos que se deve o primeiro sistema de ensino de que há conhecimento: um organismo centralizado que coordena uma série de instituições escolares espalhadas por todas as províncias do Império. O caráter oficial das escolas e a sua estrita dependência relativamente ao estado constitui, não apenas uma diferença acentuada relativamente ao modelo de ensino na Grécia, como também uma novidade importante. É com os romanos que surge a primeira Escola Primária (ludus), alfabetização, leitura de Homero, memorização, treinamento e disciplina; Escola Secundária (litteras, jura ou leges), influenciada pela literatura, filosofia, religião e ênfase na gramática grega, e as Escolas de Retórica, desde Cícero para formação de políticos e homens públicos. E é com Boécio, filósofo, estadista e teólogo romano que se notabilizou pela sua tradução e transmissão do legado greco-romanos para a Europa em formação. 5. na Idade Média Como
dizíamos acima, Boécio foi o homem certo
no lugar certo. Estava habilitado como nenhum outro
para lançar os fundamentos da transmissão
do saber clássico aos bárbaros e tal
projeto, como se sabe, contém um dos elementos
essenciais daquilo que se convencionou chamar "Idade
Média". É ele que estabelece a
ponte entre a cultura antiga e a Idade Média
-, Boécio já teria garantido um lugar
de relevo na História da Educação
e justificado o título de fundador da Escolástica,
"primeiro escolástico" (Grabmann).
Pois, não por acaso, Escolástica se
relaciona com escola, escolar, e o ensino da Idade
Média muito deve a esse educador. Na Antigüidade
Ocidental a Educação era entendida como
uma transmissão de técnicas adquiridas.
O ato pedagógico tinha, sobretudo, a finalidade
de possibilitar o aperfeiçoamento dessas técnicas
através da iniciativa dos indivíduos
(Luzuriaga, 1978: 57). A Pedagogia não tinha
a dignidade de ciência autônoma, sendo
considerada parte da Ética ou da Política,
e, por isso, elaborada unicamente em vista do fim
que estas propunham ao homem. Os expedientes ou os
meios pedagógicos só eram estudados
em relação à primeira educação
ministrada na infância: ler, escrever e contar
(Manacorda, 1989: 85). Para os educadores de então, o conhecimento já existia inato no estudante. Restava saber de que modo o aluno seria conduzido da ignorância ao saber. Cabia ao professor acender uma centelha na criança, formá-la, não asfixiá-la (Price, 1996: 88). O estudo era utilizado principalmente para o desenvolvimento da vida do espírito, para a elevação espiritual. Hoje isto se perdeu de uma tal forma que uma das características marcantes da pedagogia moderna consiste no fato de ela ter conseguido dissociar, cada vez mais profundamente ao longo dos últimos 700 anos, o estudo da busca de Deus, de valores éticos e morais, enfim, das virtudes, causa primeira da profunda crise ética pela qual passamos nos dias de hoje. Um dos grandes filósofos do pensamento muçulmano, Al-Farabi viveu entre 870 e 950, ensinava que os hábitos, para serem hábitos, devem ser praticados. Por exemplo, a arte de escrever só se consegue quando o homem pratica de maneira usual a ação (...) A excelência da ação de escrever procede do homem somente por destreza na escrita, e a destreza para escrever só se adquire quando antes se acostuma o homem a uma excelente ação de escrever (...) Esta excelente ação de escrever é possível ao homem (..) por causa da faculdade que possui por natureza. (Al-Farabi, 2002: 52). Dessa forma, se você deseja ser hábil em uma arte, pratique-a! Se quer ser inteligente, estude, se quer escrever, escreva, e assim por diante. Em outras palavras: aprenda fazendo, conselho simples e óbvio conhecido pelos medievais, hoje abandonado por muitas pedagogias ditas modernas. Por oposição, os hábitos morais feios são a enfermidade da alma, e o homem livre é aquele que consegue discernir o que é dado pela reflexão. O homem é uma besta quando não reflete e também não consegue decidir nada (Al-Farabi, 2002: 62). Na Idade Média, a Educação era vista como um instrumento para se alcançar a Sabedoria, que conseqüentemente, levaria o homem à Felicidade, um bem desejado por si mesmo e mais perfeito que todos os outros bens (Al-Farabi, 2002: 43-44). 6. na Idade Moderna Lembremos que foi na transição da Idade Média para Moderna que se passou a questionar a vinculação entre ciência e religião, deixando-se de considerar a primeira como parte da segunda, conforme fazia a Escolástica. O pensamento moderno se divide em quatro períodos, sendo Renascimento (1400 - 1600 ), Racionalismo (Descartes- (1637), Empirismo e Iluminismo. Foi principalmente no Iluminismo que a ciência deu seu passo fundamental. Nega estar vinculada à religião, ao cristianismo ou questões mitológicas. Sob a “dinastia” da igreja católica, muitos filósofos foram perseguidos por defenderem tais posições. 7. na Idade Contemporânea O início da Idade Contemporânea, após a Revolução Francesa, é marcado pela consolidação do poder burguês, pelo nacionalismo e pela urbanização e industrialização acelerados. Nesta época surgem novas correntes de pensamento: o positivismo, o idealismo hegeliano e o socialismo; as duas primeiras influenciadas pelo idealismo kantiano. A educação deste período busca a massificação e aproxima-se da tutela estatal, embutida de um maior caráter cívico. O ensino secundário se divide entre uma formação clássica, voltada para o ensino superior, e uma instrução técnica, voltada para a indústria. O ensino superior é ampliado e reformulado nas escolas politécnicas criadas para o ensino tecnológico. Napoleão implantou escolas superiores voltadas para o exercício de certas ocupações em detrimento da universidade medieval, com ênfase na alta cultura. A educação começa a esboçar de modo definitivo o modelo atual, aliando um maior rigor metodológico e técnico a uma tendência que procurava escapar das influências históricas da escolástica em direção a um ensino nacional mais humanizado. Há uma nítida preocupação com os fins sociais da educação, enfatizando-se a relação entre educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação. Ao mesmo tempo, as ciências sociais começam a estruturar-se em torno do pensamento positivista e passam a influenciar a educação tradicional. Conheça alguns dos maiores pensadores da Educação Moderna e Contemporânea - Clique aqui E aqui finalizamos o primeiro módulo do curso. Não estamos explorando o assunto nos seus mínimos detalhes mas, apenas, fornecendo informações básicas capazes de fazer com que, a proposta desse curso seja atingida, dando a vocês uma rápida e pequena visão da História da Educação através dos tempos e de que ela é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Vamos agora às atividades do 1º Módulo. Veja abaixo. Atividades do 1º Módulo - Clique aqui | 1. Introdução | 2. Educação e Cidadania | 3. Alfabetização em Informação| 4. Educação| ------ • ------ |