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Casamento
D.
Pedro II se casou por procuração em Nápoles
a 30 de maio de 1843 e em pessoa no Rio de Janeiro a
4 de setembro de 1843 com Teresa Cristina Maria de Bourbon-Duas
Sicílias, nascida em Nápoles em 14 de
março de 1822 e morta em 28 de dezembro de 1889
no Porto, estando sepultada em Petrópolis, no
Brasil, desde 1925. Era filha caçula de Francisco,
Duque da Calábria, futuro Francisco I das Duas
Sicílias (1777-1830) e de sua segunda esposa
Maria Isabel de Bourbon, quinta filha de Carlos IV rei
da Espanha e portanto irmã de Carlota Joaquina
de Bourbon. D. Teresa Cristina trouxe um dote de dois
milhões de francos. Tiveram quatro filhos.
Dona
Teresa Cristina Maria Josefa Gaspar Baltazar Melquior
Januária Rosália Lúcia Francisca
de Assis Isabel Francisca de Pádua Donata Bondosa
André d'Avelino Rita Leodegária Gertrudes
Venância Tadéia Espiridião Roca
Matilda de Bourbon-Sicílias e Bragança
(Nápoles, 14 de Março de 1822 —
Porto, 28 de Dezembro de 1889), terceira e última
Imperatriz do Brasil, foi a esposa do imperador Pedro
II, com quem casou-se em 4 de setembro de 1842.
Filha
do rei Francisco I do Reino das Duas Sicílias,
seu enlace foi motivo de decepção para
o marido. Há quem afirme que, ao conhecer a esposa,
com quem casara por procuração, D. Pedro
teria cogitado em pedir a anulação do
matrimônio por conta de seus minguados atributos
físicos: era baixa, manca e feia. Alguns cronistas
relatam que o casamento só teria se consumado
um ano depois e que o imperador só não
remeteu a esposa de volta à sua terra natal graças
à intervenção de D. Mariana Carlota
de Verna Magalhães, Condessa de Belmonte e ama
do jovem monarca.
Apesar destes percalços iniciais, o casamento
duraria 46 anos. D. Teresa era dotada de raro senso
de cordialidade. Discreta, caridosa e inteligente, conquistou
a estima do marido graças ao interesse comum
em assuntos culturais. Na frota que a trouxe ao Brasil
fez embarcar artistas, músicos, professores,
botânicos e outros estudiosos. Aos poucos, enriqueceria
a vida cultural e científica brasileira, mandando
vir de sua terra as primeiras preciosidades artísticas
recuperadas de Herculano e Pompéia, enviadas
por seu irmão, Fernando II. Boa cantora e boa
musicista, alegrava o palácio com saraus constantes.
Dedicada e submissa, foi uma mãe dedicada às
duas filhas que vingaram.
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Mosaicos da Imperatriz Teresa Cristina
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D.
Pedro II.
Depois
de perder o segundo filho, o casal viu que não mais poderia
ter outros. O imperador resignou-se e fez da filha primogênita,
a Princesa Imperial, herdeira oficial. Reinava porém sobre
uma corte de poucas festas, trabalhadora, séria. Aboliu gradualmente
muitas das cerimônias que antes mostravam pompa, abriu a família
imperial ao contato mais próximo com seus súditos.
O beija-mão, porém, perdurou por muito tempo, apesar
de já abolido em outros países. Era tido, sobretudo
no exterior, como governante liberal.
Em
1845, no final da guerra
dos Farrapos, os liberais dominaram a situação,
mas os conservadores logo reconquistaram a liderança e, em
conseqüência de sua atuação, deflagrou-se
a insurreição
praieira de 1848, em Pernambuco. Com 23 anos e já pai
de Afonso, Isabel (que seria cognominada "a Redentora"),
Leopoldina e Pedro (que morreu também criança, em
1850), D. Pedro II não era mais um mero observador dos acontecimentos:
começara um amplo trabalho de conciliação política
apartidária, nas nomeações dos integrantes
do Conselho de Estado e dos presidentes de província. Encarnou
esse espírito conciliador Honório Hermeto Carneiro
Leão, mais tarde marquês de Paraná, que dobrou
a resistência do Partido Conservador. Tal comportamento político
propiciou, na década de 1860, a criação da
Liga Progressista, que cindiu a ala conservadora e permitiu a Zacarias
de Góis e Vasconcelos, à frente do Conselho de Ministros,
realizar importantes reformas no final do período.
Pedro
II foi um marido leal, embora tenha sido infiel em várias
ocasiões, especialmente por conta de seu longo romance com
Luísa Margarida de Portugal e Barros, Condessa de Barral
e Pedra Branca.
D.
Teresa faleceu em condições dramáticas, vítima
de uma síncope cardíaca poucos dias depois do golpe
militar de 15 de novembro de 1889. Durante toda a viagem marítima
que conduziu a Família Imperial Brasileira rumo ao exílio,
D. Teresa esteve em estado de choque, entorpecida pelo tratamento
rude que os republicanos dedicaram à dinastia deposta. Ao
embaixador da Áustria presente no embarque, perguntou: "Que
fizemos para sermos tratados como criminosos?" No desembarque
em Portugal retirou-se para um hotel simples, na cidade do Porto,
onde sentiu-se mal. Um médico chamado às pressas nada
pôde fazer. Suas últimas palavras teriam sido: "Brasil,
terra abençoada que nunca mais verei". Foi sepultada
no Panteão de São Vicente de Fora, de onde seus restos
foram trasladados para o Mausoléu Imperial da Catedral de
Petrópolis.
O
Mausoléu Imperial é uma pequena capela situada à
direita do adro da Catedral de São Pedro de Alcântara,
na cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro. Abriga
os restos mortais do imperador Pedro II do Brasil, de sua esposa,
D. Teresa Cristina Maria de Bourbon, de sua filha Princesa Isabel
e do Conde D'Eu, além das tumbas do príncipe Pedro
de Alcântara de Orleans e Bragança e de sua esposa
D. Elisabeth Maria Adelaide Dobrzensky de Dobrzenicz.
Em
sua homenagem foram batizados os municípios brasileiros de
Teresina (Piauí), Teresópolis (Rio de Janeiro), Cristina
(Minas Gerais) e Santo Amaro da Imperatriz (Santa Catarina)..
Ao
doar sua coleção iconográfica para a Biblioteca
Nacional do Brasil, D. Pedro II fez uma única exigência:
que a coleção ganhasse o nome de sua esposa (Coleção
Teresa Cristina Maria). A coleção é hoje tombada
pela Unesco como patrimônio mundial.
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