D.
Pedro II
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Mas, a divulgação da fotografia no Brasil, ficou restrita a poucos profissionais, a maioria dos quais estrangeiros que, aqui chegando, nela encontraram um novo e promissor meio de vida e por razões óbvias, procuravam guardar para si os "segredos" da nova arte...
Foto
de Louis Compte, Rio de Janeiro (1840) – 1º DAGUERREÓTIPO
tirado na América do Sul.
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Em 1851, o Imperador atribui o título de "Photographo da Casa Imperial" aos retratistas LOUIS BUVELOT e PRAT. É a primeira vez que um soberano concede uma honraria a um fotógrafo! Entre 1851 a 1889, ele concedeu esse título a mais de duas dezenas de fotógrafos...
Atualmente, o Arquivo Histórico reúne importantes documentos manuscritos e iconográficos referentes à nossa história e divididos em coleções, como a "Coleção Família Imperial", compreendendo 1.445 documentos de diversas procedências, relacionados aos Imperadores D. Pedro I e D. Pedro II e respectivos familiares. São gravuras e álbuns de fotografias com retratos da realeza e nobreza da época, vistas de cidades brasileiras e estrangeiras... Assim como documentos pessoais, como os exercícios de caligrafia de D. Pedro II, de correspondência entre membros da família imperial e outros, além de homenagens como poesias, sonetos, hinos ou músicas dedicados a mDurante muito tempo um tesouro ficou ignorado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Num processo pioneiro na América Latina, iniciaram-se os trabalhos de restauração e recuperação das 25.000 fotos da Coleção D. Thereza Christina Maria, reunidas pelo Imperador D. Pedro II. Tal coleção abrange vasta gama de temas de interesse no século XIX. Por isso, além de refletir a personalidade e os interesses do Imperador, espelha a realidade nacional e internacional de seu tempo. Como se sabe, o Monarca não circunscrevia à rotina administrativa dos assuntos de Estado. Dava, ele, muita importância ao estudo, à pesquisa e à troca de colaborações com centros de cultura da Europa, favorecendo as artes e as ciências.
Assim, ele deu atenção especial à fotografia, que teria suas aplicações científicas, mas sobretudo se tornaria uma nova expressão artística. Quando D. Pedro adquiriu sua câmera, tornou-se o primeiro brasileiro e possivelmente o primeiro monarca do mundo a tirar fotos. D. Pedro II investiu muito na construção de sua biblioteca particular. Mandava comprar tudo quanto o pudesse interessar, incluindo fotografias. Utilizava para isso até os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros. A maior parte desse acervo ficava em instalações especialmente construídas no último andar do Paço Imperial. Partes de sua Biblioteca estavam ainda no palácio da Quinta da Boa Vista e na sua residência de veraneio em Petrópolis.
Nosso segundo Imperador também ganhava ou comprava fotografias em suas viagens, tanto nas que realizou pelo interior do Brasil como nas três que fez ao estrangeiro. Encontram-se nessas fotografias, com freqüência, dedicatórias ou anotações de seu próprio punho. Após o malfadado 15 de novembro o Imperador foi banido com sua família, pelo regime republicano.
Chegado a Portugal, logo sua esposa faleceu. Partiu, então, para a França e encarregou um advogado de cuidar de seus interesses e bens aqui deixados. Mas havia uma determinação do governo republicano de apropriar-se de sua Biblioteca. Além disso, alguns dos mais importantes nomes do regime eram anti-monarquistas convictos e coniventes com o roubo de obras da sua biblioteca, com a violação de sua correspondência pessoal, dificultando pois a localização e liberação dos objetos solicitados pelo Imperador.
Após tensas negociações o monarca, sempre tendo em vista o bem e a grandeza do Brasil, decidiu doar o acervo constituído por livros, publicações periódicas, mapas, partituras, desenhos, estampas, fotografias e outros documentos, à Biblioteca Nacional, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e ao Museu Nacional.
A única exigência de D. Pedro II foi que as partes doadas às duas primeiras instituições mantivessem as suas respectivas unidades sob o nome da Imperatriz, "Coleção D. Thereza Christina Maria" e que a terceira parte, doada ao Museu Nacional, recebesse o nome de sua mãe, "Coleção Imperatriz D. Leopoldina". Coube à Biblioteca Nacional a maior parte desse acervo particular de D. Pedro II, constituindo-se assim na maior doação de toda a sua história. Estava incluída nele a parte mais considerável de suas fotografias, hoje a maior e mais abrangente coleção de documentos fotográficos brasileiros e estrangeiros existente numa instituição pública de nosso país. "
• Conclusão
Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, em sua biografia sobre D. Pedro II diz que, ao longo de seus quase meio século de reinado, D, Pedro II nunca aceitou aumentos na dotação de seus proventos apesar de várias propostas nesse sentido por parte do próprio parlamento. Em suas viagens ao exterior, por exemplo, contraía empréstimos em casas bancárias jamais tendo aceito dotações para este fim. Cortou cargos inúteis como os da Guarda Imperial, criada pelo seu pai e que foi prontamente restabelecida pela república com o nome de Dragões da Independência... Como exemplo, mandou cortar 25% de sua dotação como contribuição para o esforço da Guerra do Paraguai. Concedeu durante o segundo reinado 151 bolsas de estudo, sendo 41 para o exterior, o que leva a José Murilo de Carvalho a compará-lo com um CNPQ da época. Seu programa anual de esmolas para os pobres de São Cristóvão em 1857 empregava mais recursos do que o estipêndio de seus seis ministros, o que faz o autor a compará-lo com vantagens aos autores dos programas de bolsas-família de hoje.
Como poderemos ver nesta excelente biografia, o exílio de D. Pedro II foi mais um ato falho de nossa crise sebastianista, nossa orfandade cívica. Deitamos ao mar nossas melhores conquistas por que simplesmente não as enxergamos. Assim como o próprio monarca se enganou com relação à nossa maturidade política em merecermos a república como um dos maiores engenhos de governo criado pela humanidade. E fica mais curiosa ainda a sua exigência de formação de um povo político, mais do que educação, a construção do próprio cidadão!
Fonte:
A educação
de D. Pedro II, Imperador do Brasil
Casa
Imperial Brasileira
Território
Scuola
A voz
do Cidadão
Fundação
Biblioteca Nacional
Instituto
D. Isabel I
Pequena
História do Catete
D.
Pedro II. e as Ciências
O
Rei e nós
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