D. Pedro II
   

• Relação com a Ciência

Homem ilustrado, e particularmente apaixonado pelas inovações cientificas, Pedro II desde muito jovem foi sócio-correspondente de dezenas de instituições científicas, entre as quais o prestigiado Instituto da França.

Manteve correspondência com diversos figuras proeminentes da sua época, tendo se encontrado com algumas durante suas viagens ao exterior, entre os quais Nietzsche e Emerson, além de escritores famosos, como Lewis Carrol, Júlio Verne e Victor Hugo, com quem teve um célebre encontro em Paris. Amigo de Camille Flammarion, um dos maiores astrônomos da época, se empenhou em equipar e reorganizar o atual Observatório Nacional, que se tornou um destacado centro de pesquisas. Sua paixão pela astronomia, ciência entre todas preferida, lhe valeu constantes caricaturas na imprensa brasileira, acompanhado de sua luneta.

Na imagem acima podemos ver o Presidente Ulysses S. Grant e Dom Pedro II abrindo a exposição da Filadélfia, Estados Unidos em 1876.

Pedro II esteve na exposição de Filadélfia, Estados Unidos, em 1876, ocasião em que Alexander Graham Bell demonstrou a sua nova invenção: o telefone. Provavelmente, Pedro II foi o primeiro brasileiro a usar um telefone. Na ocasião, ele citou o clássico de William Shakespeare em Hamlet: Ser ou não ser, para em seguida exclamar: Esta coisa fala! Consta que teve relevante participação na divulgação e no posterior financiamento do invento.

Foi o primeiro financista de Louis Pasteur, cujas pesquisas admirava, muito antes de que o cientista fosse reconhecido na França, tendo inclusive o convidado para morar no Brasil. Apaixonado pela arqueologia, visitou as ruínas de Tróia e do Egito, tendo sido recebido e conduzido nessas ocasiões pelos próprios Schliemann e Mariette.

Também foi amigo e protetor do famoso neurologista Jean Charcot, cujas teorias seriam a base para a psicanálise de Freud. Charcot, inclusive, foi quem assinou seu atestado de óbito.

 

 

 

 

O imperador ajudou na industrialização do país, sendo o responsável pela introdução do trem no Brasil, através da concessão dada ao Visconde de Mauá para a construção da primeira ferrovia brasileira,a Estrada de Ferro Dom Pedro II (que após a proclamação da república foi renomeada Estrada de Ferro Central do Brasil).

Pioneiro das preocupações ecológicas, pode-se citar a ordem que deu em 1861, para o replantio com espécies nativas da Mata Atlântica da área da Floresta da Tijuca, devastada pelo cultivo de café.

Fato pouco conhecido, financiou a primeira expedição brasileira à Antártida, em 1882, em que a corveta Parayba atingiu os arredores do estreito de Drake, com propósitos de coletar informações científicas, o que causou grande protesto da imprensa e de diversos políticos.

Foi o fundador, mantenedor e incentivador de inúmeras instituições científicas no Brasil, entre as quais se destacam, além do já citado observatório astronômico, o Instituto Baiano de Agricultura, o Instituto Agronômico de Campinas, o Museu Paraense, o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e a Escola de Minas de Ouro Preto. Critica-se o imperador pelo fato de seu apoio ter-se dado no plano do mecenato, tendo auxiliado essas instituições com seus recursos privados, sem procurar vinculá-las ao aparelho do Estado, o que fez com que perdessem a continuidade com a sua deposição e somente muito mais tarde se recuperassem. Não se deve esquecer, entretanto, que tais iniciativas não tinham um segmento social que o apoiasse, diferentemente do caso dos Estados Unidos e da Europa.

D. Pedro II e o Telefone.

O Telefone (tele=distância e fone=falar), foi inventado como todos sabem por Alexander Graham Bell, e foi exposto em maio de 1876 na Exposição Internacional comemorativa ao Centenário da Independência Americana na Filadélfia (EUA).

Dom Pedro II estava por lá, e enquanto os outros ridicularizavam o invento, Dom Pedro foi visitar a Exposição, ele já havia assistido a uma aula de Graham Bell para surdos-mudos, foi até a mesa onde estavam o professor e seu invento. Dom Pedro II começou a fazer perguntas sobre a novidade, assim ele conseguiu despertar interesse e aceitação para o aparelho.

Os juízes da exposição (que ao final auferiam prêmios aos vencedores), começaram a se interessar. O Telefone foi examinado. Graham Bell estendeu um fio de um lado a outro da sala, e colocou Dom Pedro na extremidade onde ficava a parte receptora do aparelho e dirigiu-se ao transmissor, após um momento de total silêncio o Imperador do Brasil que tinha o receptor ao ouvido exclamou de repente: Meu Deus, isto fala!

Ficou fascinado e encomendou alguns aparelhos para poder se comunicar entre as suas residências.

Na Cidade de Petrópolis (Região Serrana do Rio de Janeiro) existe, um pouco antes de se chegar ao centro da cidade, uma ponte chamada de "Ponte Fones" este nome é em função de Dom Pedro ter mandado instalar ali uma caixa com um aparelho telefônico rudimentar.

O telefone chega ao Brasil portanto um ano após a exposição da Filadélfia. Bell fabricou o primeiro aparelho especialmente para Pedro II, que o instalou no Palácio Imperial de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, hoje Museu Nacional, no Rio.
Em 13 de outubro de 1880, nasce a primeira companhia telefônica do País, a Telephone Company of Brazil. Em 1883, o Rio já tem cinco estações, com mil assinantes. Nessa época, inicia-se a concessão para outros Estados.

Ao lado, aparelho telefônico que foi instalado no Paço de São Cristóvão (Quinta da Boa Vista), a mando de Dom Pedro II, um dos primeiros aparelhos de telefone do mundo.

• Liberdade de expressão

Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, em seu D. Pedro II (Companhia das Letras: 2007), nunca o Brasil desfrutou de tanta liberdade de expressão quanto no Segundo Reinado. Até mesmo injúrias ao monarca eram publicadas, não admitindo ele que fossem punidas ou que os jornais que as divulgavam fossem processados ou fechados. Com efeito, no Brasil republicano proíbe-se o anonimato nos órgãos de imprensa, que era aceito no período imperial. Mas, de todo modo, assegura Carvalho, o imperador defendia a liberdade de imprensa por convicção e náo por conveniência.

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