O Mestre disse: "É por retomar o
antigo que se aprende o novo, e assim nos tornamos
mestres"
(Os Analectos, 2: 11).
Caro aluno, por trás do trabalho de cada professor,
em qualquer sala de aula do mundo, estão séculos
de reflexões sobre o ofício de educar.
Mesmo os profissionais de ensino que não conhecem
a obra de Aristóteles, Rousseau ou Durkheim
trabalham sob a influência desses pensadores,
na forma como foi incorporada à prática
pedagógica, à organização
do sistema escolar, ao conteúdo dos livros
didáticos, ao currículo de formação
dos professores. Se desde a Antigüidade homens
e mulheres investiram no esforço de pensar
a educação é porque educar sempre
foi um dos meios pelos quais os grupos humanos asseguraram
sua sobrevivência. Por esse motivo vale a pena
dirigir por alguns instantes nosso olhar até
o passado antes de fixarmos de novo no presente, realizando
com o pensamento uma viagem telemática: Assim
estaremos em melhor posição para entendermos
a continuação das dimensões do
tempo e do espaço no universo atual da formação
do homem na era do Conhecimento.
Ao fazê-lo não foi nosso propósito
em traçar um esquema histórico. Mas
resulta em ressaltar que um dos objetivos, do presente
curso sustenta que o passado exerce efeitos poderosos
sobre a educação, e no sentido de que,
há chegado o momento de contribuir a fazer
história, preparando-a ao mesmo tempo. Vamos
portanto, conhecer um pouco sobre esse passado.
A Educação,
necessidade biológica
O homem, permanentemente em luta contra as condições
de seu ambiente, organizou sua existência e
elaborou progressivamente sua sociedade com a finalidade
de agrupar esforços. Partindo da célula
familiar, da tribo primitiva centrada em suas tarefas
vitais, foi adquirindo progressivamente saber e experiência,
foi aprendendo a conhecer e expressar seus desejos
e suas aspirações, delimitando e modelando
assim suas faculdades intelectuais. A ciência
confirma o papel que essa evolução desempenhou
no destino singular da espécie humana. Com
efeito, as modificações sofridas desde
os tempos pré-históricos pelas diversas
raças humanas, chamadas a adaptar-se a modos
de vida e a ambientes diferentes, foram mínimas.
Contudo, o homem moderno não tem cessado de
conquistar novos ambientes, como se estivesse dotado
de uma adaptabilidade biológica crescente.
Isto não é mais do que uma ilusão.
Na realidade porém, se o homem pode sobreviver
na atualidade em ambientes contaminados, de onde não
poderia salvaguardar sua saúde física
e mental, se não soubesse proteger-se contra
sua nocividade, é graças aos conhecimentos
transmitidos e enriquecidos de geração
a geração, e porque não dizer,
pelo efeito de uma educação cada vez
mais ampla e mais complexa. Mesmo que pareça
estranho, por mais que nos remontemos ao passado da
Educação, esta parece como inerente
às sociedades humanas. Tem contribuído
no destino das sociedades em todas as fases de sua
evolução; ela mesma não tem cessado
de desenvolver-se; tem sido portadora dos ideais humanos
mais nobres; é inseparável das maiores
façanhas individuais e coletivas da história
dos homens, cujo curso histórico reproduz a
educação fielmente, com suas épocas
gloriosas e suas épocas de decadência,
seus impulsos, seus atoleiros, suas confluências
e contradições.
A
Educação, necessidade social:
1. Na sociedade primitiva
Na
sociedade primitiva, a educação acontecia
de modo espontâneo e integral, ou seja, não
existiam instituições educacionais.
Fundamentava-se ao mesmo tempo no caráter,
nas atitudes, nas competências, na conduta,
nas qualidades morais do sujeito, era mais do que
receber educação. Vida familiar, vida
no clã, trabalhos ou jogos, ritos, cerimônias
tudo constituía, no curso dos dias, uma ocasião
para instruir-se: desde os cuidados maternais as lições
do pai caçador, desde a observação
das estações do ano, a dos animais domésticos,
desde os relatos dos mais velhos (anciãos).
Portanto, o processo educativo tinha como instrumento
a transmissão entre os membros do grupo, por
isso, se dava integralmente.
2. Na Antiguidade Oriental
Confúcio
(551-479 a.C.) - A base mais segura para discutirmos
o surgimento do antigo pensamento chinês esta
afixada na figura do sábio Kungzi (VI a.C.),
que os missionários portugueses do século
XVI chamaram de Confúcio. É uma das
primeiras figuras a indignar-se com a crise de sua
época, Confúcio pregava a reestruturação
social de sua civilização tendo como
modelo o passado ideal dos Zhou, mas através
de uma metodologia totalmente inovadora. Confúcio
examinou as causas da corrupção de sua
sociedade, e concluiu que a degradação
era promovida pelo não cumprimento das vontades
da natureza (Tian). O desconhecimento dessas causas
era gerado pela falta de educação, e,
por conseguinte, para que as pessoas pudessem compreender
o caminho (Dao), era necessário que estudassem.
Estudando, podiam entender como funcionava a sociedade,
os costumes, e assim sendo, poderiam segui-los. No
entanto, o próprio Confúcio achava que
sua proposta ética não podia pautar-se
em nenhum critério religioso: “se não
se sabe servir em vida, como podemos esperar compreender
a morte?” (LY, 11:2) “A pedagogia confuciana
estava à frente de seu tempo, preconizando
um ensino aberto para todos, sem diferenciação
de origem social. Suas aulas eram a céu aberto
e seu método levava em conta as aptidões
de cada um de seus discípulos” (Bueno
- apud Sgarioni, 2004, p. 46). Os ensinamentos de
Confúcio enfatizavam a ética e a filosofia
social. Eventualmente sua filosofia ditava o padrão
de comportamento para toda a sociedade – incluindo
o próprio imperador. No confucionismo a família
ocupa lugar de destaque por constituir o berço
do treinamento moral e o elo entre o indivíduo
e a sociedade. Confúcio acreditava que uma
família bem estruturada era a chave para uma
sociedade pacífica.
A veneração
aos pais, vivos e mortos, foi um de seus principais
conceitos. De fato, a família considerada
suprema era o pilar da sociedade chinesa, mais
importante que o indivíduo ou o estado.
Difundiu por todo o país uma doutrina
de convivência, baseada na amizade e na
eqüidade, que formou a base da ética
na China. Confúcio estabeleceu os deveres
do homem, acreditando que este devia servir
à sociedade. Seus ensinamentos não
falavam no culto a nenhum deus, mas sim em seguir
o Tao, ou seja, o Caminho, num esforço
constante de cultivar a própria personalidade
e estabelecer a harmonia na sociedade. Confúcio
se situa, como a base do humanismo chinês,
e o primeiro dos grandes autores a encarar,
de frente – e numa perspectiva universalista
- os problemas do mundo. O Confucionismo foi
elevado à religião oficial do
Estado no século II a.C.
3. Na Antiguidade Clássica
Foi com o amadurecimento das sociedades
que surgiu o pensamento pedagógico, sempre
entrelaçado com a filosofia. As peças
chaves da educação grega eram o ensino
da música, do canto, dança e do atletismo.
A filosofia, entendida como uma reflexão crítica
a respeito de tudo o que se relaciona com a existência
do homem, nasceu na Grécia Antiga. A palavra
"filosofia" é, inclusive, de origem
grega e vem de phílos, "amigo", e
sophía, "sabedoria". Prova disso
é que os três primeiros pensadores da
educação a deixar uma obra cuja influência
chegou a nossos dias foram também os nomes
fundadores da filosofia ocidental, os gregos Sócrates
(469-399 a.C.), Platão (427- 347 a.C.) e Aristóteles
(384-332 a.C.).
Sócrates
(469-399 a.C.), as concepções de Sócrates
sobre educação já prefiguram
um dos principais embates pedagógicos, que,
de algum modo, se repetem ao longo dos tempos. O filósofo
se opunha aos pensadores sofistas, educadores profissionais
da época, que se guiavam pelo critério
da utilidade daquilo que ensinavam. Prometiam preparar
seus alunos para uma carreira de sucesso na política
e centravam suas aulas no ensino da retórica
(oratória). Já Sócrates acreditava
que o objetivo da educação era transmitir
conhecimento desinteressado, com o fim de preparar
o homem para seguir o caminho da virtude e a busca
da sabedoria. Foi um dos maiores pensadores de todos
os tempos, pretendia nada saber e dizia que todos
já possuíam o conhecimento do que era
correto dentro de si. Para trazer esse conhecimento
à tona ele fazia perguntas bem dirigidas e
questionava sistematicamente seus interlocutores com
o objetivo de que a sabedoria aflorasse. A suprema
sabedoria seria, aparentemente, o conhecimento do
bem, ou pelo menos o reconhecimento honesto da própria
ignorância.
Platão
(429-347 a.C.), admirador e discípulo de Sócrates
fundou a Academia de Atenas, famosa escola de Filosofia
em que mestre e discípulos viviam em comum,
debatendo constantemente os mais variados temas. Ao
lado de idéias fundamentalmente teóricas,
como a contraposição das aparências
à realidade, a crença na existência
de uma alma eterna e na vida após a morte,
Platão propunha, de forma eminentemente prática,
que a cidade ideal deveria ser governada por um rei-filósofo.
O platonismo foi adaptado e adotado pelo cristianismo.
Os filósofos dos primeiros séculos depois
de Cristo identificaram ideais de perfeição,
transcendência e revelação da
verdade que podiam ser relacionados ao Deus cristão.
E a obra aristotélica só voltaria à
tona no fim da Idade Média, com a invasão
dos mouros, o ressurgimento das cidades e, com elas,
de uma burguesia ligada ao comércio, pouco
identificada com a resignação espiritualizada.
No século XIV, começou a fase conhecida
como humanismo. Novos sistemas políticos e
sociais se desenvolveram nos países europeus
e romperam com a Igreja Católica. A Reforma
de Martinho Lutero, que originou o protestantismo,
foi a mais célebre das rupturas e influiu na
educação.
Aristóteles (384-322 a.C.)
foi o mais importante dos discípulos de Platão.
Ao contrário de seu mestre, mais preocupado
com questões transcendentais, Aristóteles
acreditava que o conhecimento devia ser procurado
no mundo material e real. Fundou, para isso, o Liceu
de Atenas, escola em que ele e seus discípulos
dedicaram suas vidas à discussão filosófica,
estudo, ensino e pesquisas em larga escala, abrangendo
praticamente todo o conhecimento da época.
A lógica, uma das mais importantes disciplinas
filosóficas, foi estabelecida por Aristóteles.
Os tratados de Aristóteles provêm de
notas tomadas por seus ouvintes; não são
redigidos por ele; constituem um vasto conjunto enciclopédico,
dividido posteriormente em quatro grupos de obras.
As obras de lógica, reunidas sob o nome de
Organon, fundam a lógica formal, a teoria dos
juízos e dos raciocínios; a conclusão
é uma teoria do conhecimento: o primeiro momento
do conhecimento é a percepção.
É pela memória que passamos da percepção
à experiência, a partir de lembranças
repetidas; a experiência fixa leis universais.
Em nível mais elevado, encontramos a arte e,
enfim, a ciência. A passagem do particular ao
universal faz-se por um processo de indução
fundado em leis da razão. A teoria do conhecimento,
empírica em sua gênese, racional em seu
fundamento, caracteriza o que se chamou depois conceitualismo
ou conceptualismo. Em 343 foi convidado pelo Rei Filipe
para a corte de Macedônia, como preceptor do
Príncipe Alexandre, então jovem de treze
anos. O período helenístico iniciou-se
em 323 a.C. e se desenvolveu até 30 a.C. Era
a concretização de um objetivo de Alexandre
“o grande” que visava difundir a cultura
grega em territórios conquistados. Seus reinos
foram incorporados ao que futuramente seria o Império
Romano.
4. na Roma Antiga
Na
história da educação romana podem-se
distinguir três fases principais: pré-helenista,
helenista-republicana, helenista-imperial. A primeira
e fundamental instituição romana de
educação é a família de
tipo patriarcal, germe de uma sociedade mais vasta,
que vai da cidade ao império: os patres governam
a coisa pública. Educador é o pai, que
na sociedade familiar romana desempenha também
as funções de senhor e de sacerdote
- paterfamilias. Nesta obra educativa colaborava também
a mãe, especialmente nos primeiros anos e no
concernente aos primeiros cuidados dos filhos, sendo,
em Roma, mais considerada a mulher do que na Grécia,
dadas as suas predominantes qualidades práticas.
O fim da educação é prático-social:
a formação do agricultor, do cidadão,
do guerreiro - salus reipublicae suprema lex esto.
A sua finalidade era formar o orador, porquanto a
carreira política representava, para o espírito
prático romano, o ideal supremo. E, portanto,
o ensino da eloqüência abrangia toda a
cultura, do direito até à filosofia.
O orador romano será o tipo do homem de ação,
do político culto, em que a cultura é
instrumento de ação - negotium e, logo,
para os romanos, coisa muito séria, em relação
com a seriedade da ação, e não
simples distração - otium. O teórico
da pedagogia romana pode ser considerado Quintiliano.
Nasceu na Espanha no II século d.C., foi professor
de retórica em Roma, o primeiro docente pago
pelo estado, quando Vespasiano era imperador. Para
Quintiliano o professor principal é o da pré-escola
e deve ser um filósofo. Valoriza a educação
do orador e instaura a Educação Superior
de direito. A filosofia é ensinada por mestres
particulares. Sua obra exerceu grande influência
sobre a teoria pedagógica que sustenta o humanismo
e o renascimento.
O Programa educativo romano privilegia
assim uma aprendizagem sobretudo literária,
em detrimento da Ciência, da Educação
Musical e do Atletismo. Porém, é aos
romanos que se deve o primeiro sistema de ensino de
que há conhecimento: um organismo centralizado
que coordena uma série de instituições
escolares espalhadas por todas as províncias
do Império. O caráter oficial das escolas
e a sua estrita dependência relativamente ao
estado constitui, não apenas uma diferença
acentuada relativamente ao modelo de ensino na Grécia,
como também uma novidade importante. É
com os romanos que surge a primeira Escola Primária
(ludus), alfabetização, leitura de Homero,
memorização, treinamento e disciplina;
Escola Secundária (litteras, jura ou leges),
influenciada pela literatura, filosofia, religião
e ênfase na gramática grega, e as Escolas
de Retórica, desde Cícero para formação
de políticos e homens públicos. E é
com Boécio, filósofo, estadista e teólogo
romano que se notabilizou pela sua tradução
e transmissão do legado greco-romanos para
a Europa em formação.
5. na Idade Média
Como
dizíamos acima, Boécio foi o homem certo
no lugar certo. Estava habilitado como nenhum outro
para lançar os fundamentos da transmissão
do saber clássico aos bárbaros e tal
projeto, como se sabe, contém um dos elementos
essenciais daquilo que se convencionou chamar "Idade
Média". É ele que estabelece a
ponte entre a cultura antiga e a Idade Média
-, Boécio já teria garantido um lugar
de relevo na História da Educação
e justificado o título de fundador da Escolástica,
"primeiro escolástico" (Grabmann).
Pois, não por acaso, Escolástica se
relaciona com escola, escolar, e o ensino da Idade
Média muito deve a esse educador. Na Antigüidade
Ocidental a Educação era entendida como
uma transmissão de técnicas adquiridas.
O ato pedagógico tinha, sobretudo, a finalidade
de possibilitar o aperfeiçoamento dessas técnicas
através da iniciativa dos indivíduos
(Luzuriaga, 1978: 57). A Pedagogia não tinha
a dignidade de ciência autônoma, sendo
considerada parte da Ética ou da Política,
e, por isso, elaborada unicamente em vista do fim
que estas propunham ao homem. Os expedientes ou os
meios pedagógicos só eram estudados
em relação à primeira educação
ministrada na infância: ler, escrever e contar
(Manacorda, 1989: 85).
A reflexão pedagógica era dividida em
dois ramos isolados: um de natureza puramente filosófica,
elaborado por conceitos éticos, e outro de
natureza empírica ou prática, visando
preparar a criança para a vida. O ato de educar
era baseado no ser, utilizado para a formação
e amadurecimento do homem e a busca de sua consecução
completa ou perfeita. Ele era uma passagem gradual
da potência ao ato, da infância até
a fase adulta (Abbagnano, 2000: 306). A base do currículo
educacional medieval foi dada pela obra "O
casamento da Filologia e Mercúrio",
do cartaginês Marciano Capela, escrita por volta
de 410-427. Nela, o autor, influenciado pela enciclopédia
de Varrão (Sobre as Nove Disciplinas), tratou
das Sete Artes Liberais, damas de honra daquele casamento:
1) Gramática, 2) Retórica, 3) Dialética,
4) Aritmética, 5) Geometria, 6) Astronomia
e 7) Harmonia. Marciano Capela deixou de lado a Medicina
e a Arquitetura, por tratarem de coisas terrestres
que “...não têm nada em comum com
o céu.” (citado em Nunes, 1979: 75).
Para os educadores de então,
o conhecimento já existia inato no estudante.
Restava saber de que modo o aluno seria conduzido
da ignorância ao saber. Cabia ao professor acender
uma centelha na criança, formá-la, não
asfixiá-la (Price, 1996: 88). O estudo era
utilizado principalmente para o desenvolvimento da
vida do espírito, para a elevação
espiritual. Hoje isto se perdeu de uma tal forma que
uma das características marcantes da pedagogia
moderna consiste no fato de ela ter conseguido dissociar,
cada vez mais profundamente ao longo dos últimos
700 anos, o estudo da busca de Deus, de valores éticos
e morais, enfim, das virtudes, causa primeira da profunda
crise ética pela qual passamos nos dias de
hoje.
Um
dos grandes filósofos do pensamento muçulmano,
Al-Farabi viveu entre 870 e 950, ensinava que os hábitos,
para serem hábitos, devem ser praticados. Por
exemplo, a arte de escrever só se consegue
quando o homem pratica de maneira usual a ação
(...) A excelência da ação de
escrever procede do homem somente por destreza na
escrita, e a destreza para escrever só se adquire
quando antes se acostuma o homem a uma excelente ação
de escrever (...) Esta excelente ação
de escrever é possível ao homem (..)
por causa da faculdade que possui por natureza. (Al-Farabi,
2002: 52). Dessa forma, se você deseja ser hábil
em uma arte, pratique-a! Se quer ser inteligente,
estude, se quer escrever, escreva, e assim por diante.
Em outras palavras: aprenda fazendo, conselho simples
e óbvio conhecido pelos medievais, hoje abandonado
por muitas pedagogias ditas modernas. Por oposição,
os hábitos morais feios são a enfermidade
da alma, e o homem livre é aquele que consegue
discernir o que é dado pela reflexão.
O homem é uma besta quando não reflete
e também não consegue decidir nada (Al-Farabi,
2002: 62). Na Idade Média, a Educação
era vista como um instrumento para se alcançar
a Sabedoria, que conseqüentemente, levaria o
homem à Felicidade, um bem desejado por si
mesmo e mais perfeito que todos os outros bens (Al-Farabi,
2002: 43-44).
6. na Idade Moderna
Lembremos que foi na transição
da Idade Média para Moderna que se passou a
questionar a vinculação entre ciência
e religião, deixando-se de considerar a primeira
como parte da segunda, conforme fazia a Escolástica.
O pensamento moderno se divide em quatro períodos,
sendo Renascimento (1400 - 1600 ), Racionalismo (Descartes-
(1637), Empirismo e Iluminismo. Foi principalmente
no Iluminismo que a ciência deu seu passo fundamental.
Nega estar vinculada à religião, ao
cristianismo ou questões mitológicas.
Sob a “dinastia” da igreja católica,
muitos filósofos foram perseguidos por defenderem
tais posições.
7. na Idade Contemporânea
O início da Idade Contemporânea,
após a Revolução Francesa, é
marcado pela consolidação do poder burguês,
pelo nacionalismo e pela urbanização
e industrialização acelerados. Nesta
época surgem novas correntes de pensamento:
o positivismo, o idealismo hegeliano e o socialismo;
as duas primeiras influenciadas pelo idealismo kantiano.
A educação deste período
busca a massificação e aproxima-se da
tutela estatal, embutida de um maior caráter
cívico. O ensino secundário se divide
entre uma formação clássica,
voltada para o ensino superior, e uma instrução
técnica, voltada para a indústria. O
ensino superior é ampliado e reformulado nas
escolas politécnicas criadas para o ensino
tecnológico. Napoleão implantou escolas
superiores voltadas para o exercício de certas
ocupações em detrimento da universidade
medieval, com ênfase na alta cultura.
A educação começa
a esboçar de modo definitivo o modelo atual,
aliando um maior rigor metodológico e técnico
a uma tendência que procurava escapar das influências
históricas da escolástica em direção
a um ensino nacional mais humanizado. Há uma
nítida preocupação com os fins
sociais da educação, enfatizando-se
a relação entre educação
e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade
de transformação. Ao mesmo tempo, as
ciências sociais começam a estruturar-se
em torno do pensamento positivista e passam a influenciar
a educação tradicional.
Conheça alguns dos maiores
pensadores da Educação Moderna e Contemporânea
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E aqui finalizamos o primeiro módulo
do curso. Não estamos explorando o assunto
nos seus mínimos detalhes mas, apenas, fornecendo
informações básicas capazes de
fazer com que, a proposta desse curso seja atingida,
dando a vocês uma rápida e pequena visão
da História da Educação através
dos tempos e de que ela é o elemento-chave
na construção de uma sociedade baseada
na informação, no conhecimento e no
aprendizado. Vamos agora às atividades do 1º
Módulo. Veja abaixo.