Tartarugas Marinhas dos Açores

Tartarugas observadas nos Açores 

Tartaruga-boba ou Tartaruga-careta  (Caretta caretta) Esta é a espécie mais comum em águas açoreanas e é o objecto central dos nossos estudos (ver texto). A tartaruga-boba, assim, como todas as espécies de tartarugas marinhas, encontra-se protegida desde 1979 pela Convenção Relativa à Protecção da Vida Selvagem e do Ambiente Natural da Europa, vulgarmente denominada  “Convenção de Berna”.

 

Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea)

A tartaruga-de couro é a maior de todas as tartarugas marinhas. Um animal adulto pesa em média 360 kg e possui uma carapaça com cerca de 1.6 m de comprimento, podendo atingir 3 m de comprimento total, ou seja, da ponta do bico até à extremidade da cauda. São grandes mergulhadoras, podendo descer aos 1000 m de profundidade. Ocorrem nos Açores quase todos os anos, sendo por vezes, infelizmente, encontradas afogadas embrulhadas em redes de pesca perdidas.

 

 

Tartaruga-verde (Chelonia mydas)

A seguir à tartaruga-de-couro, esta é a maior tartaruga marinha. Em média o comprimento da carapaça das fêmeas que nidificam na Florida é de 1 m. O seu nome comum tem origem na cor da sua gordura. Em certas regiões do mundo, a sopa feita com a sua carne é muito apreciada, o que tem levado a um declínio acentuado das suas populações. Nos Açores a sua ocorrência é ocasional. Mergulhadores com escafandro autónomo encontram-nas por vezes dormindo no fundo do mar.

 

Tartaruga-de-escamas (Eretmochelys imbricata)

Por possuir um bico forte em forma de gancho, esta tartaruga é também chamada tartaruga-bico-de-açor (do nome Inglês “hawksbill”). Possui também uma carapaça  distinta das restantes tartarugas, formada por belas escamas, grossas e imbricadas. Na realidade, a procura destas escamas, desde há séculos usadas para o fabrico de jóias e artefactos diversos, tem sido a causa do declínio apresentado pelas populações desta espécie. É a mais tropical das tartarugas e só se conhecem três registos da sua ocorrência nos Açores. Um exemplar está no  Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, desde tempos antigos e, para minha grande surpresa, numa visita nas Flores, em 1987, descobri uma carapaça de tartarugas-de-escamas pendurada na parede da sala dum pescador. Tinha sido apanhada em 1982, explicou-me o senhor. Mais tarde em Outubro 1998, um jovem que estava fazer caça submarina em apneia apanhou uma fora da Espalamaca, perto do Porto da Horta, que foi marcada e devolvida ao mar.

 

 

Tartaruga-de-Kemp (Lepidochelys kempi)

Esta é a mais pequena das tartarugas marinhas. Todas as fêmeas de tartarugas-de-Kemp escavam os seus ninhos no Mexico, 95% na praia do Rancho Nuevo, onde em 1947 contaram 40.000 exemplares. Vinte anos mais tarde restavam apenas 2000. A recolha de ovos para fins gastronómicos foi a principal causa de declínio. Esta é a mais ameaçada das tartarugas marinhas. Nos Açores apenas existem dois registos de ocorrência desta espécie. O primeiro encontra-se no Museu Oceanográfico do Mónaco e foi apanhada nas Flores em 1913 e oferecida pelo Coronel Afonso Chaves. Tinha  só 10 cm de comprimento da carapaça. O segundo exemplar, com 22 cm, foi recolhida por um pescador a Sul da Ilha do Pico em 1989. Foi entregue no DOP, onde foi medida, marcada e libertada.

Ligações internet sobre tartarugas

Página da Universidade da Madeira com diversas informações sobre tartarugas marinhas. Está bem organizada, é útil e em Português: http://www.uma.pt/sbmo/life/body_index.html

Archie Carr Center for Turtle Research. Página sobre estudos avançados em tartarugas marinhas: http://accstr.ufl.edu/index.html

Turtle Trax. Página de defesa das Tartarugas Marinhas. Excelente para projectos de educação ambiental: http://www.turtles.org/

Cayman Turtle Farm Website. Tudo o que há para saber sobre o estudo das tartarugas nas ilhas Cayman. É mais uma excelente página de inspiração para projectos de educação ambiental: http://www.turtle.ky/


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