Este
cientista
já tinha
pensado
na hipótese
de as pequenas
tartarugas
chegarem
ao outro
lado do
Atlântico.
Elas podiam
ser transportadas
na Corrente
de Golfo
depois seguirem
pela Corrente
dos Açores
que as levaria
para sul
passando
pelos Açores,
Madeira
e Canárias,
tal qual
uma garrafa
que se utilizava
para estudar
as correntes.
O Archie
Carr chegou
a publicar
a sua teoria
pouco antes
de falecer,
em 1987.
Dois alunos do Archie Carr, Karen Bjorndal e Alan Bolten ficaram a tomar
conta da
sua herança.
O Estado
da Florida
criou um
Centro com
o seu nome,
"Archie
Carr Center
for Seaturtle
Research",
e a Karen
foi nomeada
sua Directora.
O Alan chegou
à Horta
pela primeira
vez em 1989
e continua
a visitar-nos
todos os
anos.
O Progama continuou e em 1990 pedimos cooperação da frota atuneira do
Faial e
do Pico.
Nesse ano
os pescadores
marcaram
298 tartarugas
e no ano
seguinte
326. Os
resultados
chegaram
pouco e
pouco. O
primeira
travessia
transatlântica
foi documentada
em 1994:
uma tartaruga
marcada
pelo atuneiro
“Monte do
Pico” no
dia 18 de
Junho de
1991 foi
apanhada
em Cuba
no dia 26
de Fevereiro
de 1994!
A
seguir chegaram
notícias
de recapturas
de tartarugas
marcadas
nos Açores,
na Carolina
do Norte,
Nicarágua
e Florida.
Também foram
recapturadas
tartarugas
marcadas
no outro
lado do
Atlântico:
uma entrou
no Mediterrâneo
e foi apanhada
na Sicília,
outra a
Sul da Espanha,
no Atlântico,
perto de
Gibraltar.
Até 1999,
das 1837
tartarugas
capturadas,
medidas,
marcadas
e libertadas,
15 foram
recapturadas.
As medidas
registadas
servem para
calcular
o crescimento
quando as
tartarugas
mais tarde
são recapturadas.
As
técnicas
desenvolveram-se
e no princípio
dos anos
90 começamos
a tirar
amostras
de sangue
para estudos
genéticos
em cooperação
com o "Archie
Carr Center
for Seaturtle
Research".
O padrão
do movimento
das tartarugas
do Atlântico
Norte foi
confirmado
através
da comparação
com as sequências
de DNA mitocondrial
das populações
que nidificam
no Atlântico
Oeste (Brasil
e América
do Norte)
e no Mediterrâneo.
O resultado
mostrou
que praticamente
todas as
tartarugas
têm origem
na zona
Sudeste
dos Estados
Unidos da
América.
Hoje em
dia já não
usamos sangue,
apenas retiramos
um pequeno
fragmento
de pele
do pescoço,
fazendo
para isso
uma pequena
biópsia.
Outro
estudo interessante
que se tem
desenvolvido
na última
década,
é a investigação
das rotas
das tartarugas
usando transmissores.
Estes dispositivos
são colocados
na carapaça
das tartarugas
e enviam
informações
para os
computadores
dos cientistas
via satélite.
Mas não
são apenas
as rotas
das tartarugas
que podem
ser estudadas
desta forma.
Os novos
transmissores
também fornecem
informações relativas à profundidades dos
mergulhos
das tartarugas,
à temperatura
da água
e à velocidade
e direcção
das correntes.
A informação
sobre a
velocidade
e direcção
das correntes
superficiais
será utilizada
para determinar
se as tartarugas
se movem
com, contra,
ou aleatoriamente
em relação
às correntes
oceanográficas
preponderantes.
Tartaruga com transmissor via satélite colocado na
carapaça,
momentos
antes da
libertação.
Este transmissor
separar-se-á
automaticamente
da tartaruga
após o período
de rastreio.
Foto: RS Santos (c) ImagDOP
Movimento
das tratarugas
(linha preta)
e batimetria,
desde a
sua libertação
no Outono
de 1998
até Fevereiro
de 1999.
Ao centro
vê-se a
crista médio
Atlântica
e a micro-placa
dos Açores.
Mapa:
Brian Riewald
Tartarugas
em Perigo
!
Todas as tartarugas marinhas estão classificadas como "Espécies em Perigo".
Estes animais
arcáicos,
que já existiam
no tempo
dos dinossauros,
encontram
muitos perigos
no nosso
tempo moderno.
No estado
oceânico
das tartarugas,
um perigos
é o lixo
que flutua
na superfície
do mar.
A sua alimentação
normal consiste,
em grande
parte, de
águas-vivas
ou alforecas
e, infelizmente,
as tartarugas
não conseguem
distingui-las
do lixo
flutuante
e por isso
engolem,
plásticos,
esferovite,
alcatrão
e outros.
Os
poluentes
ingeridos
bloqueam
o sistema
digestivo
e o animal
morre. Outro
perigo é
a mortalidade
por pesca.
Nos Açores
não são
usadas redes
de arrasto
que matam
muitas tartarugas
noutros
mares, mas
na última
década desenvolveu-se
aqui a pesca
de espardarte
e tubarão
com palangre
derivante.
O aparelho
é iscado
com cavala
ou lula
e as tartarugas
atraídas
pelo isca
engolem o anzol. Os pescadores cortam a linha e lançam
a tararuga
ao mar,
geralmente
ainda com
o anzol
na boca,
na garganta
ou no esófago,
e não sabemos
quantas
morrem.
Também acontece
a tartaruga
ficar embrulhada
na linha
e não conseguir
chegar a
superfície,
morrerendo
afogada.
Este ano
irá decorrer
uma experiência
que visa
diminuir
a apanha
acidental
de tartarugas.
Um navio
palangreiro
vai ser
contratado
para pescar
com três
tipos de
anzóis e
determinar
se estes
têm influência
na captura
de tartarugas.
Outras variáveis
a testar,
serão a
qualidade
da isca
e a profundidade
do aparelho.
Dois biólogos
do DOP irão
acompanhar
a experiência
a bordo
do navio
palangreiro.
Esta experiência
tem interesse
para outros
locais do
mundo e,
também por
isso, os
fundos são
concedidos
pelo National
Marine Fisheries
Service,
EUA e são
geridos
pelo Alan
Bolten e
por dois
investigadores
do DOP.
Felizmente há numerosas organizações
e projectos
que tentam
salvar as
tartarugas
da extinção
!