Irmã Clara Fietz Irmã Clara Fietz

Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição

Magistério

Seus Votos Perpétuos e o Doutorado em Filosofia

No Outono de 1926, Irmã Clara voltou à casa-mãe em Eggenberg. Um novo capítulo da sua vida tem início. O médico não queria um esforço demasiado na escola, porém achou recomendável ela dedicar-se, por alguns anos, ao estudo. imediato na escola. Sugeriu uma mais favorável, de vários anos de estudo. Por isso ela assumiu algumas aulas na 5ª série do Ensino Fundamental, e, no tempo restante dedicou-se a sua preparação ao exame complementar do Curso de Magistério. As provas seriam nas seguintes matérias: Latim, Francês e Matemática.

Data importante foi o dia 30 de agosto de 1927, a cerimônia de juramento solene, onde Irmã Clara pôde consagrar-se a Deus pela vida toda. Recebeu do Senhor Bispo que oficiava a cerimônia a cruz, depois a vela acesa, o anel e por ultímo faz o juramento perpétuo. Recebeu o nome de Irmã Maria Clara.

Em 04 de outubro de 1928, ela passou no exame final com sucesso e pode matricular-se na Universidade de Graz onde cursou as disciplinas de Geografia e Alemão. Em Graz, não era comum uma freira estudar na Universidade. Irmã Clara nunca tirou o hábito, até mesmo no estudo de expedições geográficas. Na sua simplicidade, poderiamos encontrá-la em várias situações. Sua calma, serenidade, sempre aberta e amigável de forma modesta inspirou admiração, e também promoveu o respeito de todos. Por sua personalidade, sua maneira natural, sempre pronta ajudar e perdoar com bondade conquistou os corações de muitos.

Após o primeiro ano de estudo, no Verão de 1929, Irmã Clara foi passar as férias em sua cidade natal. As superioras assim o fizeram em consideração ao fato dela não ter recebido visitas da família, pela distância entre sua cidade natal e Graz. Sua alegria e reconhecimento a esse fato ela demonstra em cartas.

As superioras tiveram o cuidado também de proporcionar à estudante de Geografia, ensejo para conhecer mais de perto o país no qual iria exercer o seu Magistério. Com excursões e férias, Irmã Clara conheceu muitos belos cenários da Estíria. Em 1931, conheceu a grande cordilheira alpina da Áustria. As Irmãs possuiam uma residência em Döllach na Alta Caríntia Superior (Oberkärnten), e junto com algumas Irmãs passaram ali as férias. Irmã Clara abreviou suas estadia para participar da Semana de Estudo das Escolas Superiores de Salzburgo (Salzburger Hochschulwoche).

Assim que seus estudos regulares o permitiram ela começou a elaborar sua tese de doutorado. O tema escolhido foi uma surpresa: "Romeu e Julieta tema do drama alemão." Para ela, era algo muito natural para levar este tema intemporal, a terra, porque o amor era para ela a imagem do amor de Deus sempre. Já como jovem garota, lia feliz trechos do "Cântico dos Cânticos". O trabalho de doutorado tinha o subtítulo:"Pais adversários - Filhos amorosos."

Irmã Clara pesquisou esse tema na literatura alemã e tratou-o muito objetivamente como um crítico literário. Este tema também tocou em sua dolorosa experiência pessoal. A diferença de nível social de sua mãe com a família abastada de seu pai. Quando criança ela e sua irmã sofreram por causa disto, pois após a morte precoce de seu pai e da falência da empresa durante a guerra, sua mãe, viúva, com filhos, ficou em uma situação econômica difícil, e foi abandonada pelos parentes ricos. Irmã Clara raramente falava sobre isso. No entanto, isso também poderia ser a razão pela qual este assunto lhe interessava.

Promoção e trabalho no Ginásio

Com uma avaliação muito boa na dissertação, por unanimidade foi aprovada "com distinção", e de acordo com as provas orais, Irmã Clara em 20 de Julho de 1932 foi promovida a Doutora em Filosofia. Em 1933 foi aprovada nos exames de qualificação para professores. A essa altura era necessário adquirir a cidadania austríaca para poder lecionar nas escolas austríacas. Pediu a seus parentes a cessação de sua cidadania tcheca, era um ato formal para lecionar, pois em seu coração sempre ficaria fiel a Silésia, embora não identifica-se a Silésia como o novo estado Tchecoslovaco.

Agora ela tinha de iniciar um período novo e decisivo na sua vida. No Outono de 1933, mudou-se para Graz, o Convento "urbano", localizado na margem esquerda do rio Mur, dele separado somente por uma rua. Aqui ela exerceu sua função como professora. Ela foi tirada do meio rural Eggenberg, que lhe era adequado devido à sua estreita ligação com a natureza. Sentia a falta de verdes prados, florestas, flores e animais. Agora, ela só poderia ver da janela de seu quarto, os telhados, avistando de longe as colinas arborizadas circundantes de Graz.

Formou-se no Convento uma situação embaraçosa e desconfortante decorrente de diferentes graus de formação acadêmica entre as Irmãs. Irmã Clara que até então tinha a simpátia e era aprovada por todos, agora como primeira Doutora entre as Irmãs, era algo novo na Congregação, sofria com o desagrado que acometia algumas Irmãs pelo seu título, e por isso as tensões se intensificaram. Para isso veio o esforço diário para o trabalho nas escolas, que, apesar da atitude alegre para o trabalho docente, absorvia toda a sua força. Não é de admirar que por vezes surgiram sentimentos de frustração e vazio. Mas a profunda devoção de Irmã Clara a ajudou a superar estas dificuldades.

Além de ensinar Irmã Clara cuidava da biblioteca dos professores e dos alunos. A biblioteca dos alunos exigiu muito trabalho e esforço para colocar em ordem. Tinha por hábito não passar adiante livros que antes não tivesse lido pessoalmente. Este trabalho na biblioteca deu-lhe a oportunidade de falar com as meninas fora do horário escolar. Alunas que ouviam de bom grado os seus conselhos. Também abriu um campo fértil para o impacto educacional sobre os jovens.

Haveria muito mais o que dizer de Irmã Clara como orientadora e mestra! Sempre dispunha de tempo para todos que a procurassem, quer se tratassem de crianças e alunas, quer de adultos com seus problemas, quer de pais de alunos ou das próprias co-irmãs... Sempre sabia aconselhar, procurando solução para os casos angustiantes. Nunca, porém, dava mostras de indiscrição ou de maneiras autoritárias. Pelo contrário, procurava pôr-se ao nível de todos como Irmã e amiga.

No ano de 1933, Irmã Clara conseguiu mais uma vitória nos exames estaduais. Ela era extremamente talentosa que já provara ser uma cientista e educadora, e foi também agraciada por ser uma freira mística. Ela queria depois de terminar a escola dedicar-se de forma especial a sua vida religiosa. Ela começou a manter um diário espiritual. Estimulada por um retiro anterior, decidiu confiar ao Diretor espiritual Monsenhor Lourenço Brandstätter para assumir a direção de sua alma. Daqui em diante, devia abrir, a ele, sua alma até as dobras mais recôndidas de sua vida interior: seus anseios de Deus, suas tentações. Isso, para ela, que sempre fora reservada e tímida, constituia sacrifício incalculável; porém não fraquejou. O diário servia-lhe de fonte para os diversos relatórios. Por isso temos nele um guia seguro para o conhecimento de sua vida interior, além das inúmeras cartas, especialmente aquelas que escrevera para a família e os amigos retratavam bem o interior de Irmã Clara.

A atitude mistíca de sua alma com Deus, só pode ser descoberto após sua morte quando seu diário foi entregue por ela em seu leito de morte ao seu Diretor Espiritual.

Foi pedido a Irmã Clara, devido a seus talentos poéticos, para escrever uma peça de teatro para uma celebração da comunidade monástica. Em fevereiro de 1934, quando a escola foi fechada por causa da instabilidade política, ela escreveu a peça solicitada, que deu o título de "A Alma", ou como ela preferia explicitar: "O itinerário místico de uma alma". Aí ela manifesta o quanto estava impregnada dessa vida nova, que, desde o Natal, a animava. Ela retrata a si mesma, suas lutas e experiências, e, antecipadamente, o desfecho de sua vida cheia de contratempos e dificuldades.

Irmã Clara Fietz - Votos Perpétuos
Irmã Clara Fietz - Votos Perpétuos

Oração pela Beatificação da Venerável Irmã Clara Fietz

Deus, Tu és o Amor e queres que todas as pessoas te amem e carreguem a sua cruz em espírito de penitência. Concede que tua Serva Irmã Clara, modelo de amor a Deus e ao sofrimento, alcance a honra dos altares para ganhar assim mais almas para Ti. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Pai Nosso... Ave Maria...

(Pode-se imprimir: Cúria Diocesana de Graz, Áustria)

A audiência de orações e graças recebidas por intercessão de Irmã Clara Fietz deve ser notificada no seguinte endereço: Avenida Prudente de Moraes, 659 - Araraquara - SP - Brasil. Maiores detalhes Clique aqui


Irmã Clara com professores e alunas

 

 

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