Casas FIC no Brasil

8- Lares - Araraquara e São Carlos - SP

Lar N. Sra. das Mercês - Araraquara - SP

No dia 24 de setembro de 1935, foi feita uma reunião para tratar sobre a fundação de um orfanato que deveria ficar sob a responsabilidade das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição. Como neste dia celebrava-se a festa de Nossa Senhora das Mercês, decidiu-se que o futuro educandário receberia esse nome e seria posto sob a proteção da Virgem.

O lançamento da primeira pedra se deu no dia 05 de setembro de 1937, portanto há mais de 70 anos. Estavam presentes autoridades civis, religiosas e militares, entre elas, o governador do Estado de São Paulo José Cardoso Melo Neto, o prefeito José Maria Paixão, o bispo auxiliar de São Carlos D. Ruy Serra, padres, religiosas e pessoas amigas.

Gov. José Cardoso Melo Neto		Bispo D. Ruy Serra

Conseguimos o terreno com o dinheiro arrecadado de doações. Foi feita a compra de dois terrenos em junho de 1937, aos quais se juntou um terceiro, em 1938. A construção demorou nada menos que seis anos, e só se conseguiu levá-la avante, grças a ajuda d aCâmara Mubicipal e à generosidade do povo araraquarense que através de assinaturas do Livro de Ouro, campanhas, festas beneficientes iam angariando o necessário para a obra por todos tão almejada. Prova disto é o que se lê nas Crônicas de 1940:

- Quem passar pela rua Voluntários da Pátria, entre as Avenidas Barroso e Prudente de Morais, onde até há pouco se estendiam terrenos baldio, hoje verá, já na altura do primeiro andar, a construção que graças à ajuda de muitas almas generosas, vai-se definindo num edifício que, amanhã será um dos mais primorosos de Araraquara, um lar abençoado que abrigará crianças, órfãs e necessitadas. E assim aos poucos o edifício vai surgindo, cada tijolo representando um esforço cimentado de sacrfício.

No dia 03 de fevereiro de 1944, foi inaugurada a primeira parte do então orfanato "Nossa Senhora das Mercês", abrigando 26 órfãs. As primeiras Irmãs a trabalharem foram as Irmãs Edeltraud, Irmã Beatriz e Irmã Antonia. Até 1948, o orfanato ficou sob a direção da superiora da Casa Provincial. As Irmãs trabalhavam no "Lar", mas pertenciam àquela Comunidade. A partir daí, passou a ter uma Diretora que seria a responsável pela casa. A primeira diretora foi a Irmã Imaculada.

No dia 27 de julho de 1949 foi concluída a última parte da construção. A festa foi presidida por Dom Ruy Serra, bispo de São Carlos, estavam presentes autoridades civis e religiosas, sacerdotes e o povo em geral. Nesse dia, foi dissolvida a Comissão Pró-Orfanato, criada desde o início das obras e se fez a entrega definitiva do Orfanato para as Irmãs. A partir de 15 de janeiro de 1953, passou a chamar-se "Lar Nossa Senhora das Mercês".

Naquele ano, o número de internas era cerca de 40. Atualmente (1993), seu número tem variado de 50 a 70. Para a manutenção da casa o "Lar" conta sempre com a generosidade do povo de Araraquara e recebe ajuda do Amencar (Órgão de Assistência ao Menor Carente sediado na Alemanha). A Província também está sempre pronta a nos auxiliar quando necessário.

Atualmente o "Lar" está colocando em prática a mudança paulatina de internato para semi-internato. Essa mudança visa deixar as meninas mais em contato com a sociedade onde, em breve estarão definitivamente. Dessa forma não sentirão tanta dificuldade para enfrentar o dia-a-dia.

Como ocorre nos outros "lares", é grande o devotamento das religiosas pelas educandas que, por sua vez, se sentem agradecidas.

O "Lar" é, para elas, a continuação de sua própria família, onde recebem toda atenção, carinho, orientação que necessitam para o seu desenvolvimento humano e cristão.

"Feliz aquele que vê Cristo no irmão, no pequenino e, com amor, lhe estende a mão".

Em 1993 residiam no "Lar" as seguintes Irmãs:

Irmã Eunice Vilela (Coordenadora)

Irmã Celeste, Irmã Agostinha, Irmã Rosária, Irmã Maristela Vanti,

Irmã Leonor Massa, Irmã Mª José dos Santos e Irmã Fátima Silva.

Lar Juvenil Domingos Sávio - Araraquara - SP

A pedido do Padre Francisco Culturato, as Irmãs, após se retirarem da Creche da Liga Cristo Rei, em 01 de abril de 1954, iniciaram seus trabalhos no Lar Domingos Sávio, destinado ao atendimento de meninos órfãos.

Nesse Educandáro, deveriam cuidar da rouparia e orientar os serviços de limpeza e das oficinas. Enquanto não houvesse condições de morar no próprio Lar, prestariam seus serviços nos dias úteis, das 8:00h às 15:00h.

Várias Irmãs se revezaram nesse trabalho até 1970. Todavia, diante das dificuldades encontradas, a obra não foi concretizada.

Educandário São Carlos - São Carlos - SP

A pedido de Monsenhor Tortorelli trabalhamos, de 16 de outubro de 1949 a 30 de abril de 1955, nesse Educandário, destinado ao atendimento de meninos órfãos ou muito carentes, que recebiam aorientação e carinho das Irmãs, para eles, uma segunda mãe.

O Lar ficava no alto da Vila Néri, em São Carlos. As Irmãs Aparecida, Irmã Crescência e Irmã Antonia foram as primeiras a prestarem ali seus serviços.

Com o passar do tempo, foram surgindo dificuldades, sobretudo devido a permanência de internos com idade de 17, 18 anos, o que trazia sérios problemas e tornava inviável um bom trabalho com os menores.

Em 1955, Monsenhor Romeu Tortorelli fundou uma nova Congregação e as nossas Irmãs perceberam ser o momento ideal para deixar a obra, cujas atividades poderiam ser continuadas por esse novo Instituto.

Para todas as crianças do mundo

_ Caro Internauta, antes de encerrar o relato sobre os nossos lares, trago a público, dois textos que vi expostos no mural de um dos nossos educandários, e que, diariamente, eram lidos por pessoas que por ali passavam. Após a leitura, vagarosamente se retiravam, caminhando pensativas, revivendo, talvez, a criança que foram um dia ou imaginando a criança que ainda vive dentro de cada um de nós.

_ Vamos lê-los também?

"Todos os dias, coloco meus barquinhos de papel, um depois do outro, flutuando na corrente veloz. Levam escrito, em grandes letras negras, o meu nome. Espero que alguém os encontre e fique sabendo quem sou eu. Meus barquinhos vão carregados com flores brancas, amarelas, vermelhas, violetas, laranjas...

Espero que essas flores, colhidas pela manhã, cheguem ao seu destino quando a noite descer.

Lanço meus barquinhos de papel na corrente e, levanto os olhos para o céu; vejo nivezinhas que vagam, enfunando suas velas brancas ao vento... Não sei qual delas é o meu companheiro de jogos que aposta corrida com meus barquinhos...

Ao anoitecer, escondo o rosto entre as mãos e sonho... sonho que os meus barquinhos de papel flutuam para cá, para lá, sob as estrelas da meia noite. Os passageiros de meus barquinhos são as fadas do sono e sua carga são cestos cheios de flores e de sonhos..." (Tagore)

"Criança, Jovem,

Tua existência nos traz tanta felicidade.

Gostaríamos de poder dar-te um mundo diferente onde pudesses vibrar, amar, sorrir. Mas, não desanimes.

As belezas do mundo ainda existem e com elas queremos hoje presentear-te.

Faz tuas, todas essas belezas.

Procura traduzi-las em páginas de amor e gratidão e faz com que subam até Deus.

Segue a pista sinuosa ou reta que o Senhor te traçou, mas, não deixes, seja qual for, o rumo que é teu.

Desempenha tua missão ousadamente e de coração alegre.

E confia em Deus.

Nada vale, senão Ele.

Somente a sua luz e o seu amor podem saciar o coração do Homem, grande demais para o mundo que o cerca."

Voltar | Subir | Próxima