Autor:
Irmã Anna Carolina dos Santos (FIC)
|
|
|||||
Casas FIC no Brasil9 - O Carisma da Simplicidade Vila Vicentina - Araraquara - SP A Vila Vicentina - Obra Unida à Sociedade de São Vicente de Paulo, foi constituida em 1º de agosto de 1943, é uma entidade beneficiente, filantrópica, caritativa..." Tem por finalidade a prática da caridade cristã pela assistência social, dando moradia a pessoas carentes, idosas e (ou) inválidas, e às famílias necessitadas". Sua localização é na Rua: São Vicente de Paula, 252 (Vila Xavier). As Irmãs que moravam lá em 1993 eram Irmã Fátima Peroni e Irmã Lourença, exercendo seu apostolado junto às famílias. Tudo recendia a simplicidade, pobreza e muita paz. A experiência teve início em 15 de fevereiro de 1970, com as Irmãs Jamile e Maria José dos Santos; meses depois, juntou-se a elas, Irmã Terezinha Quinelato. Esse trabalho foi possível graças ao presidente da Vila, na época, o Sr. José Pizani, que de há muito, desejava a presença de religiosas que seriam, sem dúvida alguma, um testemunho de fé e amor cristão no meio dos pobres. Conseguiu para elas, uma das pequenas casas da Vila para onde se mudaram. Durante o primeiro ano, as Irmãs ficavam muito pouco na Instituição, pois ainda tinham compromisso no "Coléginho". Irmã Jamile, datilografia e Irmã Maria José, a pré-escola. No ano seguinte, Irmã Maria José, conseguiu uma sala, junto à Igreja de São Benedito para as aulas de pré-primário e Jardim da Infância, destinadas às crianças da vila e outras da vizinhança, enquanto Irmã Jamile passou a dar aulas de datilografia, na própria Vila, para os pobres e outros aluno que surgiram. Desde o início, as Irmãs tiveram, também, a felicidade de ter o Santíssimo. De um dos quartos, fizeram a capelinha onde podiam estar nos momentos de oração e reflexão. Os principais serviços prestados pelas Irmãs aos idosos e suas famílias são enfermagem, orientação da limpeza, assistência material e espiritual. Nos anos que foi possível, houve também aulas de bordado e pintura e atendimento de doentes da redondeza. Pátio interno da Vila Vicentina onde as crianças brincam. Como acontece com toda obra, essa também teve seus altos e baixos. Várias Irmãs que para aqui vieram foram chamadas para outros serviços; outras perceberam não ser esse o apostolado que queriam e preferiram se retirar. Por isso, por várias vezes, o trabalho acabou ficando falho e vinham as dúvidas sobre a continuidade ou não. Em 1980, as Irmãs chegaram a ausentar-se da Vila por alguns meses. Por designio de Deus, porém, em julho daquele mesmo ano, exatamente no dia de Santa Ana, retornaram. As Irmãs que retornaram foram: Irmã Assunta e Irmã Marta, e tiveram momentos difíceis porque muita coisa estava abandonada e na casa das Irmãs faltava até o essencial, mas não desanimaram. Abraçaram a pobreza franciscana e, aos poucos, tudo foi ficando novamente em ordem. Os acontecimentos marcantes na Vila, não podemos esquecer da nossa Vovó Rita que faleceu aos 102 anos. Era uma meiga avozinha, sempre disponível para uma conversa com todos que vinham visitá-la. Guardamos a lembrança também de nossa Irmã Assunta que trabalhava aqui quando faleceu. Foi sempre uma religiosa simples e que dedicou toda a sua vida aos pobres. Nem tudo, porém, é tristeza. Tivemos também momentos alegres como as nossas liturgias: festinhas de Natal, Ano Novo, Páscoa; são sempre muito comoventes e nos deixam saudades. Hoje existe uma capelinha no centro da Vila. Ali, nós sentimos muita serenidade e a presença real de Cristo que parecia nos dizer: "Vinde a mim, todos que estais fatigados e sobrecarregados e eu vos aliviarei". Asilo de Mendicidade de Araraquara - SP O que mais motivou a aceitação dessa casa, por Madre Batista e das superioras gerais, era conseguirem uma casa de formação no Brasil para receber as vocações que começavam a florescer, e por isso, foi com muita alegria que as Irmãs receberam, em 25 de abril de 1926, a carta de Pe. Estevão com o pedido de religiosas para o Asilo de Araraquara, onde haveria, também, condições para se iniciar, provisoriamente, o Noviciado. A autorização não tardou. Chegou através de um telegrama de Pe. Estevão Maria Heigenhanser em 13 de agosto de 1926. Nesse telegrama, ele comunicava não só a licença, como a satisfação do arcebispo de São Carlos - D. José Homem de Melo em receber, em sua diocese, as Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição. Avisava-nos, também, que o próprio D. José já estava com a aprovação do Príncipe Bispo de Seckau, Dr. Leopoldo Schuster, a cuja diocese estava jurisdicionada a Congregação, na Áustria. As Irmãs que chegaram em 22 de maio de 1926 eram a Irmã Adolfina Lubetz e a Irmã Edmunda Baier. Foram recebidas com júbilo por uma comissão do Asilo e amigos da benemérita casa. Nunca poderemos nos esquecer do seu presidente, o Sr. João Ignácio do Amaral Gurgel, cuja bondade, desinteresse pessoal e dedicação cativou rapidamente a simpatia das religiosas. Uma casa contígua ao Asilo foi por ele preparda, com muito esmero e entregue às Irmãs, que teriam plena liberdade no atendimento aos idosos. E nesse trabalho, tanto Irmã Adolfina Lubetz, que foi Superiora, como sua companheira foram verdadeiras heroínas, Com incansável dedicação, entregaram-se ao cuidado dos pobres, nada poupando para fazê-los felizes. História da Casa: Os dirigentes do Asilo sempre tiveram muito cuidado em fazer as coisas corretamente; por isso, como nos disseram as Irmãs, assim que aqui chegaram, receberam uma escritura de locação de serviços para a administração da entidade. Era um contrato feito entre as religiosas e o Asilo, onde constam os direitos e deveres de cada um. A manutençãso da casa é feita de várias formas: casas de aluguel, auxílio dos vicentinos, donativos voluntários do povo de Araraquara, recursos angariados com o aluguel do salão de festas. Há também a contribuição dos asilados, todos aposentados. Temos, ainda, desde dezembro de 1976, o pensionato São Francisco, onde ficam idosos que têm mais recursos e cuja mensalidade é combinada na admissão. No pensionato temos a ala feminina e masculina. Temos casos em que o casal fica junto. Essas pessoas procuram o pensionato por vários motivos: ora a família não tem condições para ficar com eles, ora são eles mesmos que preferem ficar num lugar mais tranquilo ou não querem incomodar filhos e netos, como eles dizem. Alguns posteriormente recebem visitas dos familiares, outros nunca recebem. Alguns vivem bastante sozinhos e sentem muito a solidão. O que mais alegra a vida dos asilados são as crianças do Lar Nossa Senhora das Mercês, de vez em quando, vêm aqui e quando vêm, cantam muito bonito para nós; no tempo em que as juvenistas moravam em Araraqura, também nos vinham visitar; uma ou outra vez, aparecem jovens que procuram nos dar um pouco de conforto e alegria. Mas o que mais os asilados gostam são das festas de Natal, Páscoa e Ano Novo, embora, para alguns que não recebem visitas de seus familiares, essas festas sejam também revestidas de um cunho de tristeza e saudades. Nessas datas, além das comemorações na capela, temos o nosso almoço de festa, nossas músicas, nossos docinhos e até presentes. Nossa capela foi inaugurada em 01 de fevereiro de 1953. Existe uma história, que acredito não há quem não conheça a história das cinco irmãs deficientes, que moravam no Asilo. Ninguém sabe porque ficaram assim. Eram muito lindas, sobretudo a mais nova. Quando pequenas, eram normais e, à medida que cresciam iam ficando sem o controle das pernas; as mãos, também, eram atrofiadas. Fazia pena! E aqui ficaram até morrer, pois não tinham quem cuidasse delas. São fatos realmente tristes. Graças a Deus, porém, aqui foram amparadas. Diante do Altar A capela é sempre um lugar marcante. A capela do Asilo é dedicada a São Francisco e por isso, em silêncio, no íntimo de nossos corações, fizemos a prece que lhe é atribuída e que nunca envelhece: "Oração de São Francisco" - Clique no play abaixo para ouvir.
Em companhia das Irmãs Saindo da Capela, dirigimo-nos para a clausura onde as Irmãs já nos esperavam. A comunidade em 1993 era formada por quatro religiosas: Irmã Eduarda (Coordenadora), Irmã Geralda, Irmã Teodora e Irmã Maria do Rosário. Apesar de todo trabalho, elas têm sempre uma atenção especial para quem as visita. Acertadamente, bem deixou escrito Madre Sieglende Höller em uma de suas visitas: "A dedicação das Irmãs no Asilo pode contar-se durante as vinte e quatro horas do dia. Seu desvelo pelos velhinhos, nossos irmãos mais necessitados, é incansável". E isto não ficará em vão, pois: "As mãos que se erguem em prece e se estendem para amparar o pobre e o desvalido, sustentam o mundo!" Vila São Vicente de Paula - Araxá - MG "Bem aventurados os pobres ... porque deles é o reino dos céus." De 22 de dezembro de 1940 a 20 de janeiro de 1960, as Irmãs trabalharam na Vila São Vicente de Paula, em Araxá. A obra começou com as Irmã Dolores, Irmã Rosa Maria e Irmã Tarcísia. Em 1942, foram para lá, as Irmãs Ildefonsa e Irmã Bárbara. Trabalharam, também, nessa obra, as Irmãs Marta, Terezinha, Anunciata, Claudina, Fortunata, Mercedes, Maurícia. Esse trabalho foi sempre árduo, pois os internos são todos deficientes e exigem muito de quem os assiste. Internos do Asilo de Araxá Por vinte anos, as Irmãs, procuraram minorizar o sofrimento dos asilados com sua palavra, seu serviço, sua presença. As meninas do Lar Santa Terezinha iam lá, muitas vezes, para alegrá-los com sua presença e seus cantos. As festas de Natal também lhes traziam grande contentamento. Entretanto, as condições precárias da Vila e as forças das Irmãs que iam diminuindo, levaram, em 1951, as superioras da Congregação a se decidirem pela retirada das religiosas. Com a insistência dos vicentinos, do Presidente, Sr. Dino, que transformou a Vila em Asilo e não se conformava com a saída das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, e principalmente, graças a intervenção do bispo de Uberaba, Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, aceitaram permanecer ali por mais algum tempo. enquanto suas forças lhes permitissem. Passaram a trabalhar no Asilo durante o dia e, à noite, iam para o "Lar". Em janeiro de 1960, contudo, não foi mais possível dar continuidade à obra. E as Irmãs, ainda que sentindo deixar os pobres e doentes, tiveram de o fazer. A providência não haveria de lhes faltar. O bem, ali plantado, não foi em vão, pois acreditamos que na doação, na cruz, há sempre um novo renascer para toda a humanidade. |
|||||
IRMÃS FRANCISCANAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO- Avenida
Prudente de Moraes, 659 - Araraquara - SP - Brasil |