Autor: Irmã Anna Carolina dos Santos (FIC)

Vinda das Irmãs para o Brasil.

A Vida, o Homem, os Acontecimentos

Princípios de 1921. Na Casa Geral das Irmãs das Escolas, em Graz, Áustria, Madre Batista Minks que, nesse ano, deixaria o cargo de geral que ocupava há 12 anos, está diante do sacrário e, mais uma vez, suplica:
- "Conceder-me-eis, Senhor, a graça de que meu sonho se torne realidade? Sabeis o quanto anseio servir-vos em terras africanas, dar um pouco de mim para aqueles que pouco têm e ainda não vos conhecem"
Era o período de após guerra e muitas congregações, prevendo futuras catástrofes, pensavam em novas fundações, além-mar, para levarem a Boa Nova e trabalharem na construção do reino de Deus entre os homens. Esse motivo também despertou a atenção da Congregação de Madre Batista, embora ainda não tivesse encontrado o modo de conseguir tal intento. Ocultamente, porém, a Providência traçava os caminhos para a realização desse sonho. Não seria, contudo, em terras africanas como ardentemente o desejava Madre Batista e, sim, em outras paragens: na pitoresca e hospitaleira Terra de Santa Cruz.

O Enviado de Deus

Em março de 1921, aportava ao velho mundo, Pe. Estevão Maria Heigenhanser, redentorista, que devia participar do Capítulo Geral, em Roma, como delegado do Brasil. Passando pela Pe. Estevão Maria Heigenhanser - RedentoristaÁustria, visita as Irmãs das Escolas, em Mautern:
- Sou missionário no Brasil. Ali, o campo de trabalho é grande e o povo, bastante carente, está sequioso pela palavra de Deus. Acredito seja este o momento certo para iniciarem um trabalho missionário no além-mar. Que lhes parece?
As Irmãs se entusiasmaram. Irmã Maria Geralda, superiora da casa, encontrando tão valiosos apoio, diz prontamente:
- Se me permitirem, serei uma das voluntárias.
Voltando do Capítulo Geral, Pe. Estevão tem uma entrevista com a Madre Batista:
- Se aceitar meu convite, providenciarei o mais breve possível a ida das Irmãs ao Brasil.
- Padre, o sonho que venho acalentando há anos e, também, o de algumas de nossas Irmãs é esse: o trabalho missionário. Pensávamos na África, mas Deus tem seus desígnios. Solicitaremos a devida licença ao nosso bispo.

Não foi, porém, ainda desta vez, que o Senhor se manifestou: O Sr. Bispo negou-lhes a licença.

O sonho feito realidade

A convite de Lídia de Souza Rezende, Madre Joana Batista Minks, partiu para o Brasil, juntamente, com 6 irmãs para fundar a Escola de Serviços Domésticos, em Piracicaba, SP, com o nome de Instituto Baronesa de Rezende. Tinha 66 anos de idade.

Aos 7 de março de 1922, desembarcam em Santos e seguem para Piracicaba, no estado de São Paulo.
Piracicaba torna-se, assim, o berço da nova fundação e, em 19 de março, dia de São José, foi inaugurada a nova casa.

O começo foi de muito trabalho e de muitas dificuldades vencidas graças à fé inabalável, amor, zelo e coragem das pioneiras. Nos primeiros anos, muitas religiosas vindas da Áustria, juntaram-se a pequena fundação. Logo começaram a surgir novas vocações brasileiras.


Início Promissor

A inauguração da Escola Doméstica, onde funcionariam aulas de arte-culinária, bordado, pintura e corte costura, se deu em 11 de junho de 1922. Recebeu o nome de Instituto Baroneza de Rezende, mãe de Dª Lidia de Souza Rezende, a benfeitora da Congregação. O Jardim da Infância e o primário se iniciam na mesma época, tendo já, desde essa data, aprovação das autoridades de ensino, como o comprovam os documentos da época.

A boa semente germinava e os frutos não tardariam, porém, sem alarde, no silêncio do trabalho construtivo, na prece edificante. As cartas enviadas à Casa Mãe, por Madre Batista, não continham queixas; relatavam a situação do país e do povo; manifestavam coragem e esperança e terminavam sempre com o pedido. "Precisamos de mais Irmãs". Em agosto veio o primeiro reforço (Irmã Mansueta, Irmã Anatólia e duas juvenistas) e em novembro de 1923 chegaram Irmã Maurícia e Irmã Clemência.

Em 13 de setembro de 1926 - Madre Batista festeja seu jubileu de ouro de profissão religiosa, e recebe da Áustria mais duas Irmãs para ajudá-la na Provícia. Irmã Miguela e Inês e a postulante Margarida Reichman, que no ano seguinte toma o hábito assim como a primeira brasileira Cleópatra Varani.

"A Seara é grande, mas os operários são poucos"

Madre Francisca e a Província BrasileiraCasa Provincial  São José  - FIC - Araraquara

Fiel à herança de Madre Francisca, a Província Brasileira sempre esteve pronta aos apelos da Igreja atendendo a trabalhos os mais diversos: escolas, lares, hospitais, asilos, vilas vientinas, pastoral paroquial ... Desde os seus primeiros passos, em Piracicaba, até Gaspar em Santa Catarina, passando por Itapira, Ribeirão Preto, Araraquara, São Paulo, Araxá, as Franciscanas da Imaculada Conceição se dedicam com esmero, à educação da infância e da Juventude e, porque não lembrar, também dos adultos.

Por onde passam, levam a semente da evangelização através da palavra, do serviço e do exemplo, cumprindo, desta forma o desejo de Cristo: "E sereis minhas testemunhas."

Nas próximas páginas vocês conhecerão um pouco mais da caminhada das FIC no Brasil.

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