EUA - Século XX |
|
|
|
Os protestos norte-americanos
foram se tomando mais freqüentes na medida
em que aumentou enumero de embarcações
torpedeadas.
Esses fatos, bem como a revelação
de planos de sabotagem envolvendo diplomatas e
militares germânicos em Washington, eram
explorados com estardalhaço pela imprensa.
As cadeias de jornais de William Randolph Hearst
e Joseph Pulitzer, principalmente, procuraram
moldar a opinião pública induzindo-a
a se posicionar contra os "bárbaros
alemães", incitando o homem comum
a participar da "cruzada em defesa do direito
das pequenas nações contra a prepotência
dos grandes Estados', levando a "massa silenciosa"
a crer na "sua missão de salvar a
democracia' contra a "bestialidade do alemão-huno".
Ao se iniciar o ano de 1917 três acontecimentos
precipitariam a entrada dos EUA na guerra:
• a decisão alemã de tornar
irrestrita a campanha submarina, o que foi oficialmente
comunicado ao governo norte-americano em 31 de
janeiro; já a 3 de fevereiro, Wilson pediu
ao Congresso o rompimento das relações
diplomáticas com a Alemanha;
• a divulgação, em fevereiro,
de um telegrama atribuído a Zimmermann,
Ministro das Relações Exteriores
da Alemanha, a Von Eckhart, Embaixador alemão
no México, instruindo-o no sentido de propor
uma aliança ofensiva contra os EUA; como
compensação, o México receberia
o Texas, o Novo México e o Arizona, territórios
que anteriormente haviam lhe pertencido; afirmando
que interceptara o telegrama — cuja autenticidade
foi posteriormente contestada pêlos alemães
— o serviço inglês de contra-espionagem
entregou uma cópia do documento à
Associated Press: sua publicação
nos jornais provocou uma explosão do clamor
público contra a Alemanha;
é interessante lembrar que as relações
EUA-México eram ruins;
• o início da Revolução
Russa, cujo processamento em sua primeira etapa
em março substituiu o Tzarismo pela República,
o que não impediu a desintegração
da sociedade russa; o colapso interno da Rússia
era
evidente e punha em risco a causa dos Aliados.
Uma possível derrota da França e
da Inglaterra representaria um desastre para os
empresários norte-americanos: banqueiros
que haviam concedido empréstimos aos governos
francês e inglês, industriais do Leste
ou produtores agrícolas do Oeste que haviam
vendido a crédito a ingleses e franceses,
todos, enfim, que só seriam pagos com a
vitória de Londres e de Paris.
Em 2 de abril de 1917 , o Presidente Wilson encaminhou
mensagem para o Congresso solicitando declaração
de guerra à Alemanha: quatro dias após
os EUA entraram no conflito.
C. A participação na guerra
Desde
o ano anterior o Exército e a Marinha haviam
começado a ser fortalecidos. Leis diversas
foram aprovadas permitindo a construção
de 300 destróires e de cerca de dois milhões
de toneladas de navios mercantes. Além
do mais, o confisco de embarcações
alemãs fundeadas em portos norte-americanos
e a compra de navios neutros aumentaram mais ainda
o potencial naval dos EUA.
Dispondo de poderes excepcionais conferidos pelo
Congresso, Wilson delegou esses poderes ao Conselho
de Defesa Nacional que supervisionava diversas
comissões encarregadas de dirigir toda
a eco- nomia de guerra.
Para enfrentar os enormes gastos impostos pela
guerra — os quais envolviam as despesas
norte-americanas, mas também os empréstimos
feitos aos Aliados — o governo reformou
a política fiscal, tornando-a mais rigorosa,
e recorreu a empréstimos públicos
mediante a venda de bônus de guerra.
A entrada dos EUA acabou sendo decisiva para a
definição do conflito em favor d.os
Aliados. A decisão de melhor proteger os
navios mediante o sistema de comboios, a criação
de barreiras de minas anti-submarinas e o uso
passivo da Marinha de guerra na caça aos
submersíveis frustraram a campanha submarina
alemã. A chegada de milhares de soldados
norte-americanos à França contribuiu
para conter o avanço alemão e reforçar
a contra-ofensiva dos Aliados na frente ocidental.
D. O fracasso da política Wilsoniana
.
Para surpresa dos diplomatas europeus, Wilson
viajou ao Velho Mundo a fim de participar das
discussões da paz ocorridas na Conferência
de Paris com o término da Guerra (1919).
.
Antes mesmo da abertura da conferência ,
o novo governo soviético , visando a desmascarar
os verdadeiros objetivos da guerra, havia divulgado
os tratados secretos concluídos pelos Aliados
dispondo das colônias e outros territórios
que seriam tomados aos vencidos. Essa publicação
possibilitara a Wilson tomar conhecimento da incompatibilidade
entre os Quatorze Pontos propostos por ele ( vide
1ª Guerra Mundial ) e os referidos tratados.
Ainda que assim fosse, ele não manifestou
qualquer intenção de anular aqueles
tratados.
. Incapaz de impor seus pontos de vista aos astutos
políticos europeus que alteraram substancialmente
os Quatorze Pontos, o Presidente Wilson também
não conseguiu convencer o Senado e a opinião
pública do seu próprio país.Tanto
o Tratado de Versalhes como o Pacto de criação
da Liga das Nações foram rejeitados
pelo Senado.
. Na campanha eleitoral pela presidência
(1920), o candidato democrata James Cox, sustentado
por Wilson,defendeu a necessidade de os EUA participarem
da Liga das Nações, o que representava
a continuação de uma política
intemacionalista.
. Em contrapartida, o candidato republicano Warren
Harding afirmava que os EUA deveriam adotar uma
política nacionalista e isolacionista.
As eleições presidenciais ocorreram
em uma conjuntura de crise econômica e social:
a Pequena Crise, quando milhares de soldados foram
desmobilizados e nem sempre encontraram emprego,
pois a indústria sofria dificuldades com
a reconversão... Esta situação
facilitou a vitória do Partido Republicano
que, por doze anos, exerceria o poder dirigente
nos EUA.