Canções Históricas
 

3- Va, pensiero

Giuseppe VerdiGiuseppe Fortunino Francesco Verdi (Roncole, 10 de outubro de 1813 — Milão, 27 de janeiro de 1901) foi um compositor de óperas do período romântico italiano, sendo na época considerado o maior compositor nacionalista da Itália, assim como Richard Wagner era na Alemanha.

O famoso coro "Va pensiero", da ópera Nabucco, de Verdi, representa a tristeza dos judeus subjugados pelos babilônios. Com essa mensagem, o compositor conseguiu burlar a censura, camuflando a revolta dos italianos com a ocupação austríaca. Nabucco é uma ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, com libreto de Te mistocle Solera, escrita em 1842.Temistocle Solera (*1815 +1878)

Houve desde o princípio uma imediata associação entre as desgraças dos judeus no Eufrates ( escravizados pelo rei Nabucodonossor da Babilônia) , com os que a maioria dos italianos sofria naquele momento. No dia da estréia da ópera Nabucco, o 9 de março de 1842, mal o coro ter encerrado o último verso (IIIª Parte, cena IV), no qual os prisioneiros pediam inspiração para resistir com coragem as aflições, a Itália sentiu que ali nascia uma versão muito própria, totalmente sua, da "Marselhesa" . Desde então Va, pensiero,... consagrou-se como o hino da unificação italiana, enquanto o nome de Verdi circulou entre os patriotas como um anagrama (Vittorio Emmanuel Rè d'Italia). A meta unitária afinal somente atingiu êxito dezenove anos depois, em 1861, quando o rei Vitório Emanuel II do Piemonte foi proclamado rei da Itália (Roma somente integrou-se a ele em 1871, depois da retirada das tropas francesas que protegiam o papa).

Muitos compositores, como Verdi, quiseram manifestar posições político-ideológicas por meio de suas músicas. No século XIX, "Viva Verdi" foi o slogan dos partidários da unificação italiana, numa aparente homenagem ao célebre compositor. Na verdade, a frase era somente um inteligente artifício para expressar "Viva Vittorio Emmanuel Rei da Itália".

Ópera "Nabuco" (1842) - (Aguarde o carregamento da música)

Terceira Parte (Cena IV)
Na margem do Eufrates
Hebreus agrilhoados constrangidos ao trabalho

EBREI:
Va', pensiero, sull'ale dorate;
va', ti posa sui clivi, sui colli,
ove olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!
Del Giordano le rive saluta,
di Sïonne le torri atterrate...
Oh mia patria sì bella e perduta!
Oh membranza sì cara e fatal!
Arpa d'or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
Le memorie nel petto raccendi,
ci favella del tempo che fu!
O simìle di Sòlima ai fati
traggi un suono di crudo lamento,
o t'ispiri il Signore un concento
che ne infonda al patire virtù!
 
Hebreus:
(Vai, pensamento, em asas douradas,
vai, pousa sobre as colinas e montes
onde sopram as doces brisas,
a quente e leve fragrância da nossa terra natal
Do Jordão, das saúdas margens
e das desoladas torres de Sião
Oh pátria minha tão bela e perdida
Oh lembrança tão querida e fatal
Harpas de ouro dos fatídicos lamentos porque pendem mudas nos salgueiros?
A memória no peito revive
a qual fala de um tempo que se foi
Cada um como Sodoma nos fados
lança um som de profundo lamento,
que o Senhor te inspire uma canção
que insufle coragem no padecer)


O Coro do Metropolitan Ópera House de Nova York, interpreta "Va Pensiero" da ópera Nabucco de Verdi, en 2002. Maravillosamente interpretado. Ouvir esse estilo de música é elevar o espírito. É a cena, talvez, mais bela da ópera: os hebreus escravizados estão de joelhos às margens do Eufrates, na Babilônia (PERSIA-IRÃ) como diz o salmo: 'sua oração fervorosa, seu anseio de liberdade, e a saudade da pátria distante'


Fonte: Youtube

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