Contando ... Nossa História

Clementina Carvalho Embacher

A jovem por quem Adolfo se apaixonou era a caçula do casal Carvalho, filha de Palmyra Rosa Maia de Carvalho e Francisco de Carvalho. Aos pais da vovó Palmyra e do vovô Francisco nós consideraremos como a 1ª geração (Europa), pois os nossos relatos e documentos começam com eles. Só que no caso agora falaremos de um outro país, também da Europa, Portugal que é onde nasceram a minha avó Palmyra e o meu avô Francisco Carvalho.
Os antepassados do vovô Francisco eram os Diaz Oliveira (lado materno) e Carvalho (lado paterno). Os antepassados da vovó Palmyra eram os Roza (lado materno ) e os Maia (lado paterno). O sobrenome Carvalho, Palmyra Rosa Maia adquiriu quando se casou com Francisco de Carvalho em 31 de dezembro de 1904. Veja certidão de casamento. Clique aqui

Família de Clementina pelo lado paterno:

Família Carvalho e Diaz Oliveira

O único documento que temos do vovô Francisco é o passaporte da mãe dele, minha bisavó Anna Diaz de Oliveira. A família chegou na Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo em 27/04/1888, alguns dias antes da abolição dos escravos pela Princesa Izabel. Vieram no navio Baltimor. Francisco tinha 06 anos de idade ( passaporte frente : passaporte verso de Anna Dias de Oliveira): Livro da Entrada no Brasil : Comprovante do desembarque : Registro: Família 01386 :Registro de Matrícula.

Família de Clementina pelo lado Materno:

Família Maia e Roza

A foto abaixo é a única foto que temos da família de Antonio Maia e Maria Roza antes do embarque para o Brasil. Está foto foi tirada na cidade do Porto cerca de dois anos antes do embarque. Antonio Maia veio para o Brasil antes da mulher e dos filhos. A família chegou na Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo em 12/11/1890 pelo vapor Rio Negro vindo de Santos. Chegaram como agricultores. Livro de entrada do Museu do Imigrante de Maria Roza) : Veja comprovante do desembarque : Registro: Familia 02003. Registro de Matricula. Observação: Consta nos documentos do Museu que o livro que foi feito o registro no desembarque da famíia é o 022. Constatei que o correto é o Livro 021. (Quem procura acha. O Museu errou).

Antonio -chegou ao Brasil com 7 anos de idade. Quitéria chegou ao Brasil com 10 anos de idade. Adelina  chegou ao Brasil com 5 anos de idade. Maria Roza - mãe . Chegou ao Brasil com 31 anos. Ela é minha bisavó. Palmyra (colo) - chegou ao Brasil com 2 anos de idade. Ela é  minha avó materna e minha madrinha de batismo. Izabel  chegou ao Brasil com 12 anos..
(Veja a foto original)


Antonio
-chegou ao Brasil com 7 anos de idade.
Adelina (sentada no chão) - chegou ao Brasil com 5 anos de idade
Quitéria (atrás de Adelina) - chegou ao Brasil com 10 anos de idade
Maria Roza - mãe . Chegou ao Brasil com 31 anos
Izabel (ao lado da mãe à direita) - chegou ao Brasil com 12 anos com a profissão de agricultora
Palmyra (colo) - chegou ao Brasil com 2 anos de idade. Ela é a mãe de Clementina, minha avó materna.

Aqui chegando a família foi morar em casa própria na Rua: Nova de São José no Braz. Por esse motivo acreditamos que realmente os Maias deveriam ser pequenos agricultores, e que tinham em Portugal um "quinta", como eles diziam. O motivo da venda e a vinda para terra nova vocês irão encontrar clicando em Portugal ao lado direito dessa página, no topo, logo abaixo do Globo Terrestre, e depois clique no Brasil, onde falo sobre a emigração.

Em 1891 Palmyra teve sarampo, em uma época que todos da família estavam com gripe forte. Maria Roza pediu para sua irmã que fora visitá-la para levar Palmyra ao Hospital, porque a menina queixava-se muito de "dor na teta" e todos adoentados na casa pouco podiam fazer pela menina que chorava muito de dor. Quando Palmyra foi levada para o médico o sarampo já havia afetado a cornea e ela perdeu a vista esquerda, com 3 anos de idade.

Palmyra ficou viúva com 33 anos, e nunca mais casou e trabalhou muito para criar os 3 filhos menores. Arlindo com 10 anos, Alzira com 8 anos e Clementina com 16 meses.

Palmyra ganhou uma máquina de costura da sogra, Anna Diaz Oliveira Carvalho, e passou a costurar chinelos para a fábrica e a costurar. Para complementar o orçamento doméstico chegou a lavar roupa para fora, pois desta forma nunca faltaria nenhuma necessidade para seus filhos. Fez grande esforço para que seus filhos estudassem e todos conseguiram fazer o curso primário em escolas públicas. Concluído o primário todos eles começaram a trabalhar para ajudar no sustento da casa. (Este empenho foi para que eles nunca passassem o constrangimento de não saber ler e escrever, que era o caso de Palmyra, pois ela só sabia assinar o nome que seu filho Arlindo lhe ensinara.)

Observação: Palmyra e todas suas irmãs mais velhas não sabiam ler e nem escrever. Só os irmãos caçulas, nascidos no Brasil, Elvira e Álvaro é que frequentaram a escola, incentivados pela irmã mais velha Quitéria.

Veja Palmira com os seus 05 netos. Foto ampliada.

Ouça Palmyra Roza Maia Carvalho na época com 83 anos conversando com seu neto caçula Airton Embacher ( 15 anos) em 1970. Clique no play abaixo. Coloco também a transcrição da conversa para vocês.

Transcrição da conversa na gravação:

Airton: Vou casar amanhã.

Palmyra: Casa sim. Fica rico. Casa quando tiver 30 anos.

Airton: (rindo...) Por quê?

Palmyra: Quando tiveres outros tantos, aí que tu casas. Olha o teu pai, tinha mais 3. Ele diz 32 é mentira tinha 33, ele está enganado. E foi bem a tempo.

Airton: É...

Palmyra: E foi bem feliz. ... Montou a casa direita, móveis, fez uma festa que foi falada, por...pelo quarteirão. Uma fome de pão louca que a gente não tinha um bocadinho de pão pra comer. Quando arranjava quem vendia um pouquinho, era preto, misturado. Mais fubá do que farinha. Ele comprou farinha de primeira, um saco branco e fez tudo em pãezinhos. Os convidados em vez de levar doce levava tudo bolinhos de pão, que era uma fome de pão louca. Fez uma festa que foi falada. Não teve pressa de casar mas arranjou bem a vida dele.

Família Carvalho - Conheça a família do pai de Clementina

Infância de Clementina Carvalho Embacher

Clementina Carvalho nasceu em 02 de fevereito de 1921, na cidade de São Paulo no bairro do Brás, era a caçula de 3 irmãos, Arlindo e Alzira eram os irmãos mais velhos. Aos 3 anos Clementina deu um grande susto para a família quando vendo o seu irmão mais velho Arlindo sair para ir na matinê de domingo, sem que ninguém percebesse saiu atrás dele e se perdeu. Ficou 2 dias perdida causando pânico em toda a família e tios. Divulgaram o seu desaparecimento até nos jornais. Para grande alívio ela foi encontrada com uma mulher, que disse tê-la encontrado perdida na rua e a levou para casa. A felicidade foi tanta para a família que Palmyra mandou tirar um retrato para comemorar a volta da filha junto aos irmãos Alzira de Carvalho (com 10 anos) e Arlindo de Carvalho (com 14 anos). Veja foto abaixo:

Clique aqui para ampliar a foto

Fez o curso primário no Grupo Escolar 3º do Braz, na Rua Marajó, número 11, sendo muito boa aluna. Veja prêmio recebido por ela. Após o primário começou a trabalhar para ajudar nas despesas da casa.

O divertimento de Clementina eram os passeios feitos com as primas aos parques da cidade, visita aos Museus, idas ao cinema nas matinês de domingo, principalmente no Cine Roxy na Avenida Celso Garcia. E foi numa matinê que conheceu Adolfo Embacher.

O casamento de Adolfo e Clementina ( Início da 3ª Geração no Brasil )

Deste o momento que assumiu o namoro com Clementina, Adolfo lutou com mais afinco para atingir seu objetivo, ter sua própria oficina de serralheria. Quando finalmente os dois jovens enamorados casaram, em 14/07/1946 (veja o convite de casamento), (certidão do casamento religioso). Adolfo já era dono de seu próprio negócio. Seu casamento ocorrido em 1946 (pós - guerra) foi num período de recessão, onde havia inclusive, falta de pão. Adolfo conseguiu no mercado negro dois sacos de farinha, sendo assim foi possível fazer pão branco e Ernestina Waclinger Embacher preparar 60 bolos para o casamento, e a mãe da noiva preparar os doces e salgados. A festa foi realizada num dos salões da oficina de Adolfo; ao final da mesma os convidados levaram pão branco e doces devido a fartura da festa e ao momento de recessão vivido pelo país . No dia seguinte, embarcaram para o Rio de Janeiro onde os dois pela primeira vez viajaram de avião. Tiveram três filhos: Arlete, Adolfo Filho e Airton Francisco Embacher. Ficaram trinta anos casados - Adolfo faleceu de carcinoma no pulmão em 09 de março de 1976.

Em 02/02/2011, Arlete Embacher fez um vídeo para comemorar os 90 anos de Clementina Carvalho Embacher. Em 2015 o vídeo foi refeito e adaptado em seu final devido ao nascimento de Pedro Sanz seu 5º bisneto. Nesse projeto é esboçado alguns trechos de uma vida de sonhos, amor, conquistas, vitórias, perdas, partidas e alegrias de uma família. Cliquem na imagem abaixo e o vídeo se abrirá no Youtube.

Em 17 de junho de 2014 os filhos de Adolfo Embacher fizeram um almoço de confraternização em Itú para a comemoração do centenário de nascimento de Adolfo . Veja vídeo abaixo no Youtube.

Famílias ...

Continuando a história no próximo link "Famílias", vocês encontrarão o Índice, com a relação de nossas famílias que formaram e formam essa grande saga de descendentes dos imigrantes que aqui chegaram. Vindos do Império Aústro-Hungaro, Portugal, Espanha e Itália.

 

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