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Alessandra de Assis Picanço; Andréa Ferreira Lago; Maria Helena Silveira Bonilla; Nelson De Luca Pretto; Sidnei Alvaro de Almeida Lima; Tânia Maria Hetkowski

Este texto é o resultado de vários encontros realizados pelos membros do Grupo de Educação e Comunicação/NEPEC/FACED/UFBA na tentativa de responder a questão "o que é interatividade?". Nessa tentativa, acabamos desenvolvendo um processo interativo, ou seja, o processo de construção coletiva acabou sendo a explicitação do próprio conceito. Devaneamos nas ondas da potencialização, virtualizamos processos dinâmicos, fluímos ao encontro de novos interlocutores.
É difícil dizer como tudo começou - e será que é possível determinar o início de qualquer coisa? - A questão vinha à tona cada vez que um grupinho se encontrava na sala de aula, no núcleo de trabalho, no corredor. Às vezes a discussão fluía durante o almoço, regado por boas e frutíferas conversas, por dúvidas e reclames de nós alunos-pesquisadores, visto que os encontros de sala de aula não chegavam a atender às necessidades específicas do grupo. A dinâmica da sala de aula, tanto no curso de pós-graduação, quanto no de graduação, levou-nos a uma insatisfação, pois não trazia para a discussão questões importantes para a prática pedagógica no contexto atual, destacando-se dentre elas, o conceito/prática de interatividade.
Dessa forma, aumentava a necessidade de um espaço interativo, onde pudéssemos nos encontrar e falar da complexidade das relações em diferentes dimensões. Assim, formamos o grupo INTERATIVIDADE, que desejou intensamente interagir, e convidou inicialmente autores como Marco Silva, Pierre Lévy, Alex Primo e Márcio Cassol, Edgar Morin, interlocutores que nos provocaram e colaboraram em nossas calorosas discussões.

Num primeiro momento parece muito simples falar de e construir ambientes propícios à interatividade, mas não o é. Procuramos buscar diferentes visões e/ou significações dadas ao conceito. Para alguns, interatividade é sinônimo de interação. Para outros, interatividade significa simplesmente uma “troca”, um conceito muito superficial para todo o campo de significação que abrange, o que tem contribuído para que o termo seja usado em larga escala e na maioria das vezes de forma difusa. Temos como exemplo disso os programas de TV onde os espectadores podem escolher entre duas ou três opções, previamente definidas. Embora isso seja apresentado como interatividade, alguns autores definem como reatividade (Machado, 1990), uma vez que nada mais resta ao espectador senão reagir aos estímulos a partir das alternativas que lhe são oferecidas.

Para Lemos (2000), interatividade é um caso específico de interação, a interatividade digital, compreendida como um tipo de relação tecno-social, ou seja, como um diálogo entre homem e máquina, através de interfaces gráficas, em tempo real. Entretanto, para Lévy (1999:82) “a interatividade assinala muito mais um problema, a necessidade de um novo trabalho de observação, de concepção e de avaliação dos modos de comunicação do que uma característica simples e unívoca atribuível a um sistema específico”, não se limitando, portanto às tecnologias digitais.
Assim, nossas discussões giraram em torno da distinção entre interação e interatividade; as perguntas fluíam, umas entrelaçadas noutras:

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