Centro Social Leão XIII

História do Centro Social Leão XIII

Fundação:

O Centro Social Leão XIII foi fundado em 1941, por Dona Edith Junqueira de Azevedo Marques (Assistente Social) e pelo então Arcebispo de São Paulo Dom José Gaspar d'Afonseca e Silva, para trabalharem na formação e orientação de operárias e seus familiares, inspirados pelo Papa Leão XIII, na sua Encíclica Rerum Novarum, que naquela oportunidade completava o seu Cinquentenário, daí a origem do nome do Centro Social. Havia outras colaboradoras como Dª Clarice Wey (Clarisse Ferraz Wey), Sra. Dulce Garcez, família Azevedo Marques, família Montoro e demais senhoras da sociedade paulistana que formaram a Diretoria do Centro Social Leão XIII, com a direção espiritual de Monsenhor Manoel Correia de Macedo. Era 1º de maio de 1941. Posteriormente a direção espiritual fica a cargo de Dom José Lafayette Ferreira Álvares.

A Fundação e o papel do Serviço Social no Brasil

Dona Edith Junqueira de Azevedo Marques é uma das pioneiras do Serviço Social no Brasil, assim como Helena Iraci Junqueira, paraninfa da Turma de 1953 do Centro Social Leão XIII, que esclarece em depoimento (1983:16) que o serviço social originou-se de um movimento dentro da Igreja [católica] (…) de uma prática concreta, de uma posição de vanguarda (...) voltando-se para a formação de profissionais para a atuação sobre os problemas sociais que se colocavam na época. Ele começou com ímpeto de renovação, de estudo, de posicionamento avançado para a época. Em outro momento, em depoimento (Lima, 1982:75), H.Y.Junqueira situa as razões de sua escolha do serviço social como profissão: ... eu estava engajada no movimento de Ação Católica. Esse movimento, em São Paulo, despertara, desde o início um sentido profundamente social nos seus membros (…) Tínhamos uma grande preocupação pela justiça social.(…) quando tive conhecimento da fundação da Escola de Serviço Social, me empolguei com a idéia de que poderia ter uma profissão que iria servir à implantação da justiça social. O serviço social brasileiro foi gestado na esteira de um movimento internacional, articulado e comandado pela igreja católica, que tinha por objetivo sedimentar uma proposta política que se configurara através de Encíclicas Papais as quais estruturaram uma doutrina social que se tornou conhecida como a Doutrina Social da Igreja. A Doutrina Social da Igreja estabelecia as bases para a operacionalização de uma alternativa para o enfrentamento da questão social – “nem o liberalismo, nem o individualismo, nem o comunismo, o humanismo cristão”. Hoje, o espaço privilegiado da ação profissional continua sendo o do enfrentamento das manifestações da questão social – naturalmente, a partir de outros paradigmas - principalmente aquelas que expressam a relação pobreza-sociedade, na medida em que essa pobreza se gesta, se nutre e se amplia nas defasagens sofridas pelos pólos menos favorecidos da relação capital/trabalho. (Para saber mais sobre o surgimento do Serviço Social no Brrasil)

Escolha do local e da Equipe para funcionamento no Brás e Belém:

Não podemos no momento precisar como ocorreu o encontro de Dª Edith de Azevedo Marques com Dª Delfina de Jesus Saraiva e Dª Julia Rossi para o início das atividades, o que sabemos é de que na capital de São Paulo (depois das porteiras do Brás onde passam os trens da ferrovia Santos-Jundiai) nos bairros do Brás, Belenzinho, Belém, Móoca, Vila Maria, se encontravam os maiores grupos de indústrias, como a Industria Francisco Matarazzo no Brás, Grupo Crespi na Móoca, Orion, Moinho Santista, Cotonifícios, Usina Vigor. Essa fábricas admitiam na maioria funcionárias do sexo feminino para trabalhar em teares. Portanto esses eram bairros operários.


Foto década 1940 - Da esquerda para a direita - sentadas - Albertina Rossi, Delfina de Jesus Saraiva, Edith de Azevedo Marques. - em pé - Luisa Saraiva, Maria Rossi e Terezinha Pessoa.