As
pessoas estavam se voltando mais para a natureza e para
uma vida mais simples e o impacto do feminismo começava
a se fazer sentir. As mulheres lutavam cada vez mais para
se firmar em ambientes antes reservados apenas aos homens
e a competição entre os sexos tornou-se
mais evidente.
O
fato da mulher se lançar no mercado de trabalho
lhe dava menos tempo para pensar em combinar suas roupas
ou ainda para cuidar delas e a praticidade - na forma
e material - exibia-se na moda.
As mulheres adotaram inclusive alguns elementos da indumentária
masculina, e não apenas os adaptaram como antes
haviam feito como, por exemplo, na década de 20,
agora elas entravam na década de 80 com calças
de terno, suspensórios e coletes.
Sociedade
ocidental consumia e consumia. |
Madonna
- 1982 |
Propaganda de jeans lavado com ácido na metade
dos anos 80.
Enquanto isso os trajes masculinos que haviam se tornado
menos formais na década de 50 agora exibiam calças
de veludo cotelê ou denim (jeans), com camisas numa
variedade enorme de listras ou estampas florais ou lisas
e ainda a camiseta de beisebol. Os colarinhos pequenos
da década de 50 haviam agora se tornado comprido
com pontas arredondadas. Na década de 70 as camisas
também se ajustaram acentuando a cintura. As jaquetas
também se tornaram bastante populares, esportivas,
inspiradas em fardas do exército ou em trajes de
combate dos aviadores, sua aceitação era
unânime no sexo masculino.
Moda
punk |
Moda
punk |
Enquanto o punk ‘fazia escola’ na Inglaterra,
os EUA pela primeira vez tinha estilistas de nome internacional
como : Calvin Klein, Ralph Lauren e Perry Ellis. Eles
criavam linhas mais claras e limpas, que chegavam a ser
até sofisticadas.
Menos sofisticado, porém popular foi o country
look, que também se tornou importante na Europa.
Surgia um novo romantismo acompanhado de uma grande variedade
de escolha, as pessoas estavam começando a se preocupar
mais com a qualidade dos artigos que adquiriam e em lugar
das grandes lojas de departamento estava havendo uma tendência
- caracterizando o individualismo mais forte que surgia
- por lojas menores, com bons modelos e bons tecidos.
O individualismo não significava adotar um look
completo individual em si, mas chegar a um estilo pessoal
de vestir. As revistas de moda e a imprensa de um modo
geral começaram a fornecer diretrizes de “bom
senso na moda” e a mulher já se mostrava
bem equipada para criar seu próprio estilo.
Nos anos 80 a moda apresenta-se mais sociológica.
São colocadas idéias unisex e a androgenia.
Concomitantemente ao visual brechó (Madona, Prince)
pairam no ar o high-tec e o New Age (os tênis quadriculados,
as calças de popeline para meninos e meninas e
as sobreposições; tendência muito
bem explorada pelo grupo porto-riquenho Menudo). É
a época dos filhos de laboratório.
Começa-se a conceber o pós-moderno (escola
de arte que une o cultural - a raiz, com o contemporâneo,
fazendo um resgate de elementos de diferentes épocas
históricas). O homem começa a se preocupar
mais com a cultura perdida nos anos 60 e 70. Assim surgem
o Yuppies, aqueles que apesar de todos os novos questionamentos
não se privam de nenhum conforto que possuem, querem
tudo do bom e do melhor e almejam também um novo
posicionamento social.
Polainas
(foto do filme Footloose). |
Banda
pop britânica Bananarama- metade dos anos
80. |
Saindo
da década de 80 e entrando nos anos 90 o que se
percebe é a intensa globalização
das tendências de moda. Há uma mistura de
tendências num estilo retrô que faz voltar
elementos característicos da década de 60
e 70 ao mesmo tempo em que surgem tendências extremamente
de vanguarda (vanguarda é tudo aquilo que vem antes,
a palavra vem de uma expressão francesa - o soldado
que vem na frente do pelotão. Pode ser ou não
retrô. Basicamente pode-se definir como “o
último grito da moda"). Provavelmente apoiadas
na idéia de insegurança do final do século.
Aparecem
elementos de épocas diversas. Pode-se dizer sobre
a moda atual que muito pouca coisa não está
em voga. As mulheres usam saias curtas e longas, calças
justas e largas, blusões, blusas, mini-blusas.
A camiseta e o jeans que já haviam se consagrado
como ‘uniformes’ na década passada,
ganham adeptos das mais variadas idades. Ele abrange a
faixa-etária que vai de 1 a 80 anos. Assim como
os abrigos de moletom. Pode-se dizer que estas tendências
são universais.
Surge o movimento grunge (origem: Seatle/EUA) que é
caracterizado pela antimoda e definido por camisetas grandes,
bermudas amplas, tênis de basquete - quanto mais
velho, melhor; abrange a faixa etária dos adolescentes
(11 aos 16 anos).
Aparecem modismos com mais freqüência e em
intervalos menores. Os modismos não têm conotação
socio-política e econômica. Eles chegam,
estouram e são substituídos - não
há uma resposta social. O Break, por exemplo. Isso
já não acontece com o Rap, ele tem história,
tem dados culturais.
Se anteriormente as mulheres se baseavam nas divas do
cinema, hoje, substituindo esse ideal de beleza está
a top model. Ditando padrões de beleza dificilmente
conseguidos em uma geração que apesar de
lutar contra celulite, o colesterol, o excesso de gordurinhas...
é tremendamente adepta da medicina alternativa,
das vitaminas de potinho não consegue fugir da
vida sedentária a que se impõe. A geração
saúde sofre pelas metas a que se impõe e
sofre também com a idéia de que não
é eterna e que um dia vai envelhecer.
Para diminuir os sofrimentos que a vida moderna e suas
oportunidades e opções lhe causam, há
uma efervescência de crenças. A Igreja não
consegue mais ditar normas de comportamento, quanto mais
normas ou leis do tipo de roupas que as pessoas devem
ou não usar. Aliás, ela já não
obtinha êxito nas décadas passadas por causa
das suas frivolidades, o que dirá agora que ela
tem o seu poder ainda mais fraco.
Nos anos 90 há também um conflito menor
entre os sexos. Se as décadas passadas foram marcadas
por momentos de intenso conflito entre os sexos, onde
as mulheres queriam ocupar o lugar dos homens e esses
queriam resistir em dar-lhes a lugar, hoje em dia há
uma paz maior. Seja por que a mulher já provou
para si, para sua categoria e para o sexo oposto a sua
competência ou porque quer é salientar e
viver as suas diferenças com relação
aos homens.
Sente-se também uma mudança no comportamento
do homem. O homem da atualidade por mais que carregue
consigo o machismo das gerações passadas,
hoje se permite inclusive a vaidade - na sua toalete nunca
existiu tantos cremes, seus cuidados tantos protetores
solares e a sua vida esportiva para definir os músculos.
E, admite que tem dentro de si, sentimentos e não
só normas de conduta.
Não podemos dizer que é uma verdadeira incógnita
como chegaremos ao século XXI, pois temos indícios
que não podem ser negados, como o grande desenvolvimento
tecnológico que nos permite estar aqui e sabendo
o que se passa no mundo todo. Se as dúvidas existem,
hoje elas são bem menores do que em tempos passados.
Há, contudo uma certeza que não é
válida apenas para a moda, caminhamos para a globalização
que inclui os “localismos”.
1990
- Expansão do computador pessoal.