Autor: Irmã Anna Carolina dos Santos (FIC)

Casas FIC no Brasil

16- Unidas à Casa-Mãe

Assim como os ramos de uma árvore para continuarem viçosas devem estar unidas ao tronco de onde recebem a seiva da vida, assim é que a nossa Província sempre esteve unida à Casa Geral, porque é assim que devem estar os setores de uma Instituição - sempre ligados à sede central.

A Província Brasileira procurou sempre manter-se unida à sede da Congregação de onde lhe vêm orientações seguras para o seu crescimento. Por isso, também, todos os acontecimentos alegres ou tristes, de além-mar foram, igualmente, vividos por nós. O primeiro desses acontecimentos, ocorreu em 1922, foi o desmembramento da Congregação em duas Províncias: A Austríaca que contava com 304 religiosas e 24 casas e a Slava, com sede em São Pedro de Maribor, com 44 religiosas e 04 filiais.

Em setembro de 1924, acompanhamos, com interesse, o Capitulo Geral que elegeu Madre Aurélia para dirigir os destinos da Congregação em substituição à Madre Maria Afonsa.

Casa Mãe - Áustria
Casa São José - Brasil

Era a frequente a correspondência, nessa época, entre a Casa Geral e a nossa Provícia. Sempre que algo de novo acontecia, não tardavam as notícias. Assim por volta de 1927, recebemos, da Casa Mãe, a alviçareira nova de que a Madre Geral, estando em Roma para tratar de modificações em nossa Constituições, recebeu, da Sagrada Congregação dos Religiosos, o primeiro protetor da Congregação, junto à Santa Sé, na pessoa do Cardeal Dr. Franz Andréas Fruhwirth. Chanceler da Santa Igreja.

Outro fato de destaque foi a vinda de onze Irmãs jovens para o Brasil, entre agosto de 1938 e janeiro de 1939. O temor de uma guerra iminente na Europa, que poderia levar a Congregação a um colapso, levou-a a pensar na sua sobrevivência em terras do Novo Mundo e em regiões da África.

As consequências da segunda guerra para a Congregação, não foram boas, pois em setembro de 1939, recebemos uma sombria notícia que pesou sobre todas nós: Mal começara a guerra, a Casa Mãe foi confiscada pelo Reich, obrigando as religiosas a abandonarem a casa. As que puderam, voltaram às suas famílias; as mais idosas, que já não tinham parentes, foram bondosamente aceitas em asilos. Algumas foram para o Asilo de Graz. Entretanto, ao surgir o boato de que os velhinhos poderiam terminar na câmara de gás, as Irmãs foram retiradas e levadas para Döllach na Caríntia.

A Superiora Geral e seu Conselho e mais algumas Irmãs se transferiram para o prédio "Berghaus" que servira antes para moradia do capelão. A Madre dessa época era Madre Majela que iniciou seu governo em 1936 e que, devido a guerra, se prolongou até 1946. Foi uma verdadeira heroína, conseguindo superar acontecimentos tão catastróficos. Sua saúde, porém, ficou bastante abalada.

Nessa época tivemos um momento de alegria no meio de tanto sofrimento. No dia 05 de setembro de 1941, marca o início do processo de beatificaçlão de Irmã Clara Fietz. Inúmeras graças se têm alcançado por intermédio dessa Serva de Deus.

Por trás de negras nuvens ainda brilha o sol

No meio das agruras da guerra ainda foi possível a comemoração do centenário de fundação do Instituto. Esse acontecimento não foi esquecido mesmo com pouca esperança; todavia as Irmãs, munidas de coragem e confiança inquebrantável no poder da providência, comemoraram o dia da fundação com alegria sincera e muita fé. As forças que Madre Manjela adquiriu em época tão difícil, foi sua ilimitada confiança em Deus e a satisfação de ver como as Irmãs, embora dispersas, se mantinham fiéis à Congregação. Mesmo isoladas, viviam seus princípios franciscanos, pobres e despretenciosas. E maior ainda foi sua alegria, quando, ao fim da guerra, todas voltaram e, com coragem nunca vista, reergueram novamente, das ruínas deixadas pelos invasores, os seus conventos. E, com novo ardor, recomeçaram os seus trabalhos e a vida em comunidade. Todos esses fatos, contados mais minuciosamente, vocês poderão ler no livro: "Madre Francisca e sua Fundação". (Visualize um trecho do livro)

As Gerais no Período de Após-Guerra

A sucessora de Madre Majela, foi Madre Gertrudes Kapfer, que ficou à frente da Congregação de 1946 a 1959. O seu mandato esteve inteiramente sob o signo da reconstrução. Não foi fácil reparar todos os danos causados pela guerra. Ao fim de seu governo, porém, pôde ver a Casa Mãe renovada e a Congregação unida. Por três vezes, visitou o Brasil, ao qual demonstrou grande interesse.

Em 28 de julho de 1959, o Capítulo Geral elegeu Madre Joana Bosco que, desde 1939, trabalhava no Brasil. Por ocasião de sua eleição, era superiora da Comunidade de Rio Preto. Por doze anos governou a Congregação, sendo incansável nos trabalhos da reforma. Foi também em seu governo que novas tarefas foram assumidas, atendendo às inovações do Concílio Vaticano II.

Madre Joana, mesmo longe do Brasil, não o esqueceu. Por quatro vezes, aqui esteve e, até hoje, dedica grande carinho ao nosso país que por vinte anos foi sua segunda pátria. Em julho de 1971 , no Capítulo Geral, Madre Sieglinde foi eleita. Ela era nossa Províncial reeleita em 1970, e menos de 1 ano depois teve que nos deixar para assumir o cargo na Casa Mãe. Sempre pronta à vontade do Senhor, soube apenas dizer "sim".

Por trinta e três anos (1938-1971) dedicou sua vida ao Brasil e não fora sua eleição, certamente estaria entre nós. As brasileiras lhe dedicam especial carinho, pois todas recebemos seus sábios ensinamentos. E toda a Congregação que, por três vezes escolheu Madre Geral, tem por ela grande estima. Mais do que todos os seus atos, fala a sua pessoa, sempre atenta a tudo e a todos; sempre disponível, sempre pronta a acolher, no silêncio do seu coração, a vontade do Senhor. Após dezoito anos de mandato deixa o cargo para sua sucessora, Madre Júlia que foi eleita no Capítulo Geral, em julho de 1989. Em 1991, esteve no Brasil, acompanhada por Madre Sieglinde, para presidir o Capítulo da Província. Como suas antecessoras, demonstra grande interesse por nossa província que, por sua vez, lhe dedica grande afeição.

De todas elas podemos dizer: "Não importa que suas palavras sejam poucas, quando sua história é densa e sua alma, grande e ensolarada."

Madre Júlia, Madre Luzia Dário e Madre Sieglende Höller em visita ao Brasil

Da esquerda para a direita Irmã Anita Posch (Irmã austriaca - mora no Brasil há mais de 50 anos) Madre Joana Bosco em seu Jubileu de ouro, Madre Sieglinde Höller e Irmã austríaca)

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