Volta
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O estudo é uma atividade fascinante, mas nem sempre proporciona meios adequados de subsistência, Volta precisava encontrar uma atividade remunerativa para poder continuar suas pesquisas. Mesmo sem possuir títulos escolares adequados, suas experiências e estudos o haviam feito famoso em toda a Europa. E, ainda, estudando sozinho, havia aprendido latim, francês, alemão e inglês, sem deixar de lado uma boa cultura básica de física e matemática. Considerou adequada a seus interesses a carreira didática e recorreu, então, a Carlo di Firmian, governador da Lombardia austríaca, para obter um emprego. Conseguiu inicialmente a nomeação para docente substituto, depois a de regente e, finalmente a de professor de física experimental nas escolas de Como - sem mesmo precisar defender tese - recebendo um salário igual ao de um professor veterano.
(Manuscrito enviado a Royal London Society)
Em 1775, Volta inventa o eletróforo (aparelho com seu nome, atualmente), que promove a eletrização de condutores e possibilita obter altas tensões aproveitando o princípio de funcionamento do condensador, ou seja, o fenômeno de indução eletrostática. Para garantir a prioridade, comunicou a invenção a Priestiev, Na época era uma necessidade tornar conhecidos os resultados dos próprios estudos a alguém importante e famoso, pois ainda não existia o serviço de publicações, com que hoje conta um pesquisador. Uma carta a um cientista significava assegurar a prioridade de uma descoberta e receber críticas e comentários úteis para levar avante pesquisas posteriores.
No ano seguinte anuncia a invenção do eudiômetro (que ainda hoje é lembrado com seu nome). Neste aparelho provoca-se a reação entre compostos gasosos por meio de um centelha elétrica - invenção que prenunciava o advento do motor a explosão, atual, no qual o oxigênio e o hidrogênio de Volta são substituídos, respectivamente, pelo ar e pelos vapores de um combustível. Hoje, tal aparelho é encontrado nos laboratórios das escolas para demonstrar a lei com que se unem hidrogênio e oxigênio para formar a água. Mas naquela época servia para demonstrar a validade das leis das proporções definidas e para estudar as leis dos gases. De fato, Volta determinou a lei segundo a qual um gás se dilata quando é aquecido, participando, com Gay Lussac, das glórias da observação.
(Sala de aula onde Volta lecionou na Universidade de Pávia)
Em 1776, descobriu o metano, gás que havia, visto emanar em fermentações subaquáticas dos pântanos. Tais estudos tornaram-no ainda, mais famoso e abriram caminho, em 1779, para a Universidade de Pávia, onde foi ensinar. Em 1785, seis anos depois, os estudantes daquela universidade o elegeram reitor, de acordo com o costume da época.
Em seus primeiros anos de atividade em Pávia, Volta teve a oportunidade de realizar muitas viagens pela Europa, durante as quais ampliou seus conhecimentos e, ao mesmo tempo, tornou-se bastante conhecido. Foi um homem dotado de elevado sentido prático, que o levou a se interessar sempre por problemas industriais. Sugeriu a fabricação industrial das vacinas, compreendeu e procurou difundir a importância do amianto para a indústria, promoveu a difusão da cultura controlada do bicho-da-sêda e tentou racionalizar o cultivo do lúpulo e da batata.
A pilha elétrica
A invenção da pilha - chamada então "órgão elétrico artificial", porque a eletricidade era gerada por um artifício e não pelo trabalho humano - data de 1800. A primeira pilha era constituída por diversos recipientes contendo uma solução ácida . Os conteúdos eram interligados em série por arcos feitos de dois metais (cobre e estanho ou então cobre e zinco, um em cada extremidade do arco). Mais tarde, Volta criou um dispositivo mais compacto empilhando alternadamente discos de cobre e de zinco intercalados com feltro embebido em solução ácida.
(Volta faz demonstrações da pilha para Napoleão)
Esta
descoberta tornou-o definitivamente uma celebridade:
em 1801 foi recebido por Napoleão, que desejava
ver o aparelho. Recebeu posteriormente do imperador
a nomeação de senador e depois conde do
reino da Itália. Sua vida, então, transcorria
tranqüila As raras polêmicas, inevitáveis
entre estudiosos, limitavam-se a divergências
superficiais. Os acontecimentos políticos não
o interessavam: ignorou os movimentos separatistas,
aceitou a cidadania austríaca, embora considerasse
como pátria somente a cidade de Como e as regiões
adjacentes.
Em 1819, com 74 anos de idade e já sentindo que
sua capacidade inventiva estava esgotada, retirou-se
da vida ativa para. morar em Cammago, onde morreu em
1827.
Outras leituras sobre Alessandro Volta
Asimov,
Isaac. Asimov's Biographical Encyclopedia of Science
and Technology. Garden City: Doubleday & Company,
Inc., 1982.
"Battery" and "Electrochemistry."
Van Nostrand's Scientific Encyclopedia. 1983 ed.
"Electrochemistry." Random House Encyclopedia.
1990 ed.
Fonte: http://fisica.cdcc.sc.usp.br | www.saladefisica.cjb.net |