Plutão
rebaixado
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Com isso, Plutão deixa de ser considerado um planeta e passa a fazer parte da nova categoria de “planetas anões”. Além dele, outros dois corpos celestes se enquadram nessa classificação. O primeiro é o ex-asteróide Ceres, localizado no Cinturão de Asteróides (região do espaço entre Marte e Júpiter). Logo após sua descoberta, em 1801, foi considerado um planeta, mas os especialistas decidiram que ele não preenchia os pré-requisitos para ser assim classificado. O segundo é 2003 UB313, objeto com massa maior que a de Plutão, localizado no Cinturão de Kuiper.
Proposta
alternativa
Os participantes da assembléia da IAU tiveram que escolher
nesta quinta-feira entre duas definições para
o conceito de planeta: uma que tirava de Plutão essa
categoria e outra que não só ratificava seu
status, como também aumentava o número de planetas
do Sistema Solar para doze. Acabou prevalecendo a primeira.
Desde sua descoberta, em 1930, o status de Plutão dividia os astrônomos. Além de ser menor que os outros planetas, sua órbita não era feita no mesmo plano da de seus oito “ex-colegas”. A controvérsia sobre a definição do conceito de planeta ganhou novo fôlego há três anos, com a descoberta de 2003 UB313, astro maior que Plutão localizado no Cinturão de Kuiper (região do Sistema Solar além de Netuno) e ainda sem nome definido.
Até agora não havia uma definição formal: se o astro estivesse girando ao redor de uma estrela e sua imagem no céu fosse um disco, era considerado um planeta. No entanto, os avanços nos instrumentos astronômicos tornaram possível a observação de objetos cada vez menores em regiões longínquas no espaço, o que abriu um debate sobre o status de planeta desses astros.
Fim
da controvérsia
A definição de um conceito preciso de planeta
põe fim a essa controvérsia e cria critérios
precisos para a classificação dos astros. “A
decisão dá um caráter científico
à definição de planeta, estabelecendo
as características físicas necessárias
para que um astro corresponda a essa condição”,
avalia o cosmólogo Martín Makler, do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas. No entanto, ele não
está plenamente de acordo com a definição
adotada não é totalmente baseada em princípios
científicos. “O que diferencia um planeta de
um planeta anão não está claro. Não
foi estabelecida uma razão física dessa linha
divisória. Na outra definição, esses
fatores estavam muito mais claros”, opina.
Na opinião do astrônomo Alexandre Cherman, da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, a decisão vai tornar menos subjetiva a classificação de novos astros que venham a ser descobertos no Sistema . Cherman cita o exemplo de Plutão para ilustrar seu argumento. “Desde sua descoberta, ele foi anunciado como um novo planeta, mas não houve tempo suficiente para que os especialistas analisassem a proposta com rigor. Acredito que o marketing colocado no anúncio foi decisivo para que ele alcançasse esse status”.
Franciane Lovati
Fonte: Ciência Hoje On-line
24/08/2006