Navegar
é preciso
|
|
|
|
Atualmente, ela não só pratica alongamento e musculação como também participa do coral do shopping Eldorado. "Não tomo remédios, apenas cápsulas de soja", orgulha-se. Há cinco anos, Chloé soube por uma neta que, se quisesse, poderia fazer um curso para aprender a navegar na internet. "Eu tinha até medo de usar teclado." Em pouco tempo, ajudada por adolescentes que estudavam em escolas públicas e privadas, ele já estaria conversando pelo Skype e pelo Messenger com os netos e com alguns amigos que moravam fora do Brasil. Além disso, já usava a rede para fazer compras.
Sua melhor navegação, porém, não foi virtual, mas presencial.
Começou a dar aulas de internet para crianças de quatro a sete anos. "Parece que as crianças de hoje já nascem com um chip na cabeça." Mas Chloé adicionou às aulas vivências de sua infância, combinando os efeitos na tela do computador com histórias e fantoches que ela própria produz. "É como se eles vissem a avó deles brincando com a informática." A brincadeira acabou em coisa séria. Uma empresa americana que produz chips acabou descobrindo a experiência de adolescentes ensinando internet a idosos, que, por sua vez, ensinam crianças. Resolveu fazer um manual, com lançamento previsto para hoje, a fim de replicar o programa em todo o mundo.
Na
sua animação, Chloé está vendo
nessa disseminação uma oportunidade -a de
se comunicar, em dimensão planetária, com
idosos que, como ela, fazem da internet uma sala de aula.
"Aprendi que, na rede, posso encontrar de tudo um pouco."
Não foi só a sensação de travessia
constante que a fez colocar na tela aquela foto dos Beatles.
Sua maior paixão é a música -e há
pouco tempo ela descobriu que poderia, dentro de seu computador,
ter a maior discoteca do mundo.
Mais
artigos sobre o tema:
http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=11939
Coluna originalmente publicada na Folha
de S.Paulo, editoria Cotidiano.