Japão, o último samurai |
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"O Destino está no Céu, a armadura frente ao peito, o sucesso deve-se à agilidade das pernas. Vá para a batalha confinado na vitória. Entre em combate determinado a morrer e você sairá vivo dele. Se você sai de casa determinado a não voltar a vê-la, você retornará a salvo; se você tiver um só pensamento de que irá retornar certamente você não voltará. Você não esta errado ao pensar que o mundo esta sempre sujeito á mudança, mas o guerreiro não deve distrair-se com tal tipo de pensamento, pois para ele o destino já está determinado" (de Uesugi Kenshin, 1530-1578).
Samurais contra canhões
A batalha de Shiroyama , travada no dia 24 de setembro de 1877, entre o govenro imperial e os guerreiros rebeldes, foi decisiva e emblemática. De um lado do campo estava a Modernidade no outro alinhava-se a Tradição. Trezentos mil homens foram mobilizados para desbaratar os 25 mil samurais insurretos. Seis mil deles foram massacrados pelas novas armas.
O fim de Saigo Takamori assumiu então ares lendários: uns asseguraram que ele, ferido, ao fim da batalha no monte Tahara-zaka, pedira a um seguidor que o decapitasse, outros disseram que ele seguindo a tradição do Bushido que dizia ser a derrota uma desonra teria cometido o seppuku, o suicídio ritual ao ver-se ferido, atingido por uma bala.
O povo, todavia, deu para acreditar que ele, saindo pelos ares, se refugiara num reino distante, na Índia, na China ou mesmo na Rússia, de onde algum dia ele certamente voltaria com sua katana em punho para trazer justiça a todos. Séculos antes um samurai-poeta havia escrito:
Vento do outono ao anoitecer sopra para bem longe as nuvens que cobriam a lua com seu brilho puro/ e a névoa que cobria a nossa mente foi afastada para bem longe/ Agora nós desaparecemos, bem, o que pode-se pensar disto? Do céu nos viemos. Agora precisamos retornar. Hôjô Ujimasa (1538-1590)
Statue
of Saigo Takamori in Ueno Park, Tokyo (built
in 1897)
Fonte: Terra - Fotos: Miniweb (coletadas na Internet)