A Pré História |
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As Fases da Pré-História.
O exame dos instrumentos e vestígios deixados pelos ancestrais do homem permitiu aos cientistas dividirem a Pré-História em dois períodos – o Paleolítico e o Neolítico –, de acordo com as características e o modo de vida de cada época. Uma pequena etapa entre esses dois períodos é denominada Mesolítico. O final do período Neolítico, que antecede o aparecimento das primeiras civilizações, é também conhecido como Idade dos Metais.
Apesar
de estabelecerem linhas divisórias, os estudiosos salientam
que a passagem de uma etapa à outra não ocorreu bruscamente,
caracterizando-se por uma transição lenta e gradual.
Paleolítico.
Também denominado Idade da Pedra Lascada, é o período
mais longo e antigo da Pré-História. Iniciou-se há
aproximadamente 4,4 milhões de anos, quando surgiram os primeiros
hominídeos, e estendeu-se até 10000 a.C. Os ancestrais
humanos utilizavam instrumentos rudimentares feitos de pedra lascada.
Em diferentes momentos, aprenderam a produzir e a utilizar o fogo.
Isso representou um grande avanço para a espécie,
pois permitiu o aquecimento durante o inverno, a defesa contra o
ataque de animais e a preparação de alimentos. O homem
paleolítico retirava seu sustento da natureza. A subsistência
era garantida pela coleta, caça e pesca. A vida era caracterizada
pelo deslocamento constante de uma região a outra –
o nomadismo –, em busca de locais onde houvesse abundância
de alimentos e um ambiente mais propício à sobrevivência.
Os hominídeos viviam em bandos, de 25 a 50 membros. Moravam em abrigos naturais, como copas de árvores, tendas de pele de animais, cabanas feitas de galhos ou cavernas, nas quais deixaram importantes marcas – as pinturas rupestres –, que auxiliam os cientistas a desvendar os primórdios da espécie humana.
Durante a última glaciação – entre 100000 e 10000 a.C. , as alterações climáticas e ambientais estimularam a intensa migração de animais e seres humanos, que se espalharam por diversas regiões do globo.
Essa onda migratória foi seguida por avanços tecnológicos, como a invenção do arco e da flecha e do arremessador de lanças, e por maior familiaridade na utilização do fogo. Também teve início a domesticação de animais e o cultivo de plantas. Essa fase de profundas mudanças e progressos é chamada “revolução neolítica” ou agrícola. Ela marca o início do processo de sedentarização e o ingresso no Neolítico, a última etapa da Pré-História. Alguns cientistas denominam de Mesolítico essa fase final da época paleolítica. A garantia do alimento possibilitava uma margem maior de segurança e permitia que o homem se dedicasse a outras atividades que não fossem necessariamente ligadas à estrita sobrevivência: a fabricação das tramas que levaram à criação dos tecidos; a fabricação dos objetos de cerâmica que possibilitavam guardar e conservar os alimentos; a produção de ferramentas mais aperfeiçoadas, como as de pedra polida, ou mais delicadas, como as agulhas e os pequenos anzóis; construção de moradias que protegessem melhor do frio e dos outros perigos.
Neolítico.
Também denominado Idade da Pedra Polida, iniciou-se em 10000
a.C. e prolongou-se até 4000 a.C., quando o aparecimento
de sistemas simples de escrita permitiu registrar as atividades
humanas e marcou o início da História Universal.
Durante
o Neolítico, o homem deixou de depender da caça e
da coleta e passou a sobreviver da agricultura e da criação
de animais. Como não mais precisava deslocar-se constantemente
para garantir o sustento, acabou reformulando totalmente o seu modo
de vida em grupo. Tornou-se sedentário, estabeleceu uma nova
organização social, constituiu tribos unidas por laços
familiares, aldeias e, mais tarde, cidades, situadas em áreas
férteis, às margens de grandes rios.
No início do Neolítico, o homem utilizava a pedra polida para fabricar armas e ferramentas de trabalho, agora muito mais sofisticadas e resistentes. Ele passou a usar madeiras para construir moradias, canoas e instrumentos de defesa.
Durante o Neolítico, o homem abandonou as cavernas e passou a viver em habitações como palafitas, cabanas de madeira ou de barro e tendas de couro. Também desenvolveu a noção de propriedade e, aos poucos, deixou de produzir coletivamente.
O final do Período Neolítico – denominado Idade dos Metais – foi marcado por intensa utilização de metais, graças à descoberta e ao desenvolvimento de técnicas de fundição. Aos poucos, os instrumentos de pedra foram substituídos por instrumentos de cobre, de bronze e, mais tarde, de ferro.
O
progresso técnico permitiu aumentar a produção
agrícola e possibilitou o crescimento populacional. Nessa
fase, grupos mais adiantados tecnicamente passaram a exercer domínio
sobre outros, dando origem a sociedades cada vez mais complexas.
A necessidade de se proteger contra ameaças externas e de
produzir em grandes áreas, ocupadas por várias aldeias
ou grandes grupos familiares (as tribos), deu início à
organização de Estados, já no final do Neolítico.
O aparecimento de sistemas simples de escrita na região da
Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C., marcou o fim da Pré-História.
Recapitulando,
durante
o Paleolítico, o mundo físico e natural alterou-se
profundamente e o gênero humano evoluiu no seu aspecto físico,
bem como modificaram-se seus instrumentos. Assim, centenas de milênios
decorreram entre o aparecimentos dos primeiros seres que utilizavem
seixos para obter grosseiros utensílios, e o surgimento do
Homo Sapiens- Sapiens, portador de ferramentas de pedras elaboradas
e diferenciadas.
No período Neolítico que sucede ao Paleolítico, as variações climáticas e geológicas são bem reduzidas; as grandes transformações da face da terra virão em função da capacidade de o homem modificar o meio-ambiente. O Neolítico iniciou-se há dez mil anos atrás, com a descoberta da agricultura, que trouxe a sedentarização do homem, a domesticação dos animais, a descoberta de técnicas como o polimento da pedra, a cerâmica e a tecelagem.
Na Idade dos Metais - bronze e ferro - caracterizada pelo aumento da população e pelo uso de instrumentos de metal, que determinaram o aparecimento de excedentes na produção agrícola. A partir daí, desenvolveram-se as trocas, a escrita, o artesanato, a divisão do trabalho, a propriedade privada e as classes sociais, dando origem às cidades e à CIVILIZAÇÃO.