Música
Lili Marleen
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Soldado escreveu a letra – Podem ser vistos também o manuscrito e a partitura original da música, ainda mais antiga do que se imagina. A letra, de Hans Leip, data de 1915. Em plena Primeira Guerra Mundial, o soldado de 21 anos rascunhou os versos num pedaço de papel, pouco antes de deixar sua caserna, em Berlim, para o front. O que o inspirou foi a despedida de um jovem soldado da namorada e de uma amiga, sob a luminária pública (Laterne). As garotas chamavam-se Betty, de apelido Lili, e Marleen.
Mas foi a música, composta por Norbert Schultze, em 1938, e a interpretação de Lale Andersen, no anoseguinte, que transformaram a canção sentimentalista em propaganda de guerra. A interpretação da diva Marlene Dietrich celebrizou a composição, traduzida para mais de 40 idiomas.
Motivação para as duas frentes – O curioso desta música é que ela foi usada pelos dois lados em conflito. Tratava-se de mais que uma simples canção sobre separação, despedida e incerteza de um dia retornar aos braços da amada. Desde 1942, a propaganda nazista não parava de tocar a música, inclusive na versão em inglês. Os britânicos revidaram com a mesma canção, na interpretação de Anne Shelton, muito popular entre os soldados.
Em abril de 1942, a guerra da propaganda com Lili Marleen chegou a um apogeu: a BBC de Londres divulgou uma paródia antinazista da canção, interpretada pela atriz alemã Lucie Mannheim, que havia fugido da Alemanha. Na estratégica batalha de Tobruk, na costa da Líbia, tanto nazistas quanto aliados ouviam a canção a partir de alto-falantes, instalados na frente de guerra. Também as tropas soviéticas aproveitaram-se do motivo, através de panfletos com apelos aos alemães para que retornassem às suas "lilis".
Entrementes a música virou figura cult e objeto de consumo. A canção já foi gravada por várias estrelas da música internacional, serviu de registro para o nome de uma rosa, de um vinho e serviu de inspiração para um filme de Rainer Werner Fassbinder, com Hanna Schygulla. A exposição aconteceu na Casa da História Alemã, em Bonn, no ano de 2002.
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