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Ao responder a uma pergunta sobre os riscos da ampliação do abismo entre ricos e pobres no mundo globalizado em sua palestra para a ExpoManagement, o guru Peter Drucker afirmou: "O grande perigo era acontecer exatamente aquilo que está acontecendo com os países do Islã". Segundo o guru dos gurus, toda a região islâmica, considerados aí não só os países árabes, mas também Malásia e Indonésia, experimentam hoje um grande isolamento e uma sensação de fracasso, seja militarmente, politicamente ou, sobretudo, economicamente. "Nenhum governo fundamentalista islâmico sobreviverá nos próximos 10 anos", prognosticou Drucker. As conclusões de Drucker são baseadas na crença de que, mais que um processo econômico, a globalização é um fenômeno psicológico, definido pela aceitação generalizada dos valores dos países ocidentais desenvolvidos como modelos desejáveis em todo o planeta, com tudo que esses valores possam ter de bom e de mal. "Um amigo me disse recentemente que 90% dos chineses consideram o automóvel uma necessidade, embora a maioria absoluta deles dificilmente terá dinheiro para comprar um carro", explicou o guru. Para os brasileiros, Drucker deixou pelo menos uma boa notícia. É justamente no preenchimento das necessidades criadas pela globalização que estarão as principais oportunidades de negócios em nosso País. "Se fosse brasileiro, na próxima década, eu investiria em serviços financeiros, educação e prestação de serviços em geral. As oportunidades não estarão na exportação, mas na satisfação das próprias necessidades internas". Dentro deste raciocínio, a grande diferença entre os países do Islã e economias emergentes, como China e Brasil, é que o primeiro grupo fechou-se voluntariamente e de forma radical às conseqüências da globalização, enquanto esses dois países estão dispostos a capitalizar a existências dessas expectativas da população a favor do desenvolvimento econômico. Para alcançar este objetivo, Peter Drucker deixou aos executivos que participaram da ExpoManagement o mesmo conselho que apresentou para governantes brasileiros há mais de 40 anos, quando esteve pela primeira vez em nosso País: invistam na educação fundamental. "A América Latina tem excelentes universidades, mas o ensino básico tem sido negligenciado. O grande salto econômico dos Estados Unidos e da França nos anos 50 se deu porque houve a universalização anterior do acesso ao ensino superior. Com uma boa educação fundamental e um fluxo intenso de capitais como o que existe hoje, as pessoas com formação universitária serão capazes de transformar capital em desenvolvimento", concluiu Drucker. Redação - Intermanagers |
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