24/11/2010
- Direto ao Ponto
A longevidade da moeda criada em 1994 é a
prova mais contundente de que Lula mente
Em 28 de fevereiro de 1986, acuado
pela escalada da inflação, o governo
do presidente José Sarney não se limitou
a cortar três zeros do cruzeiro, como fizeram
quase todos os antecessores desde os anos 50. Também
aposentou a velha moeda e criou o cruzado.
Três anos depois, ainda no governo
Sarney, novamente sumiram três zeros e o cruzado
foi substituído pelo cruzado novo.
Em 1990, dois meses depois da posse,
o presidente Fernando Collor repetiu o truque da
troca de nome com zeros a menos, aposentou o cruzado
novo e ressuscitou o cruzeiro.
Em agosto de 1993, já com Itamar
Franco no lugar de Collor, o governo amputou três
zeros do cruzeiro e criou o cruzeiro real.
Em julho de 1994, último ano
do governo Itamar, o real nasceu no bojo do plano
com o mesmo nome concebido por uma equipe de economistas
sob o comando do ministro da Fazenda, Fernando Henrique
Cardoso. Em circulação há 16
anos, a moeda continua exibindo a saúde que
faltou às versões anteriores, todas
fulminadas pela inflação selvagem.
Instados a lidar com a maldição
cinquentenária, Itamar Franco e FHC dispensaram-se
de lamúrias, derrotaram o inimigo aparentemente
invencível e enjaularam a inflação
que parecia indomável. Herdeiro de um país
financeiramente estabilizado, Lula foi o único
presidente, além do antecessor, que não
precisou encomendar à Casa da Moeda cédulas
com outro nome, zeros a menos ou zeros a mais. Desde
1994, da menor fração à cédula
de 100 reais, nada mudou.
Recebi um país em péssima
situação, vive mentindo Lula.
Nós assumimos um país com a
inflação descontrolada, vive
mentindo Dilma Rousseff. A permanência,
a longevidade e a solidez da moeda são a
prova mais contundente de que Lula, beneficiário
da herança bendita, segue espancando os fatos
para expropriar de FHC a paternidade do histórico
ponto de inflexão: quem tem menos de 25 anos
nem faz ideia do que é inflação.
Em paragens menos embrutecidas, pais-da-pátria
que assassinam a verdade em público se arriscam
a ter a discurseira interrompida por chuvas de dinheiro
metálico. Graças a FHC, Lula e Dilma
estão livres desse perigo: há 16 anos,
os brasileiros não jogam fora sequer moedas
de 5 centavos. A julgar por seu desempenho na campanha
eleitoral de 2010, a oposição oficial
nunca soube disso