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Artigo: Arlete Embacher
Esperança imortal 2

A tristeza que eu sentia no início do ano, quando escrevi o primeiro artigo sobre a minha esperança em acabarmos com a impunidade e a roubalheira que acomete esse nosso país e os nossos governantes, acabou se transformando em raiva. Acabou se transformando em total falta de respeito para com as pessoas públicas e decepção com várias personalidades políticas que sempre respeitei, por terem perdido o momento certo para bradarem e lutarem contra a situação. Hoje me surpreendo não assistindo TV, não acompanhando noticiário político, porque não quero ouvir mais nada sobre eles. Quando arrisco acompanhar algum pronunciamento, de quem quer que seja, (político, jornalista, artista, intelectuais ou qualquer formador de opinião) e discordo ou percebo ser tendencioso, imediatamente me vejo consultando na Internet para verificar qual o posicionamento político da pessoa, e descubro que obviamente não é o meu. Não quero ouvir o "blá blá blá" porque o meu voto já está decidido, e é claro que é contra essa situação. Um voto consciente que não será desperdiçado e nem tolamente anulado.

A minha parte eu farei. Sou cidadã brasileira.

Não admito mais ser enganada, não admito mais ser usada por um bando de "gentalha" que dizem ser políticos e que só enxergam o próprio umbigo. Não posso dizer com veemência que não admito ser roubada, porque isso não depende só de mim. Terei de aguardar as eleições. Mas pelo que tudo indica roubada continuarei sendo, haja vista a movimentação sendo feita no planalto para um 2º mandato e as pesquisas do IBOPE.

Se isso ocorrer, certamente o será por três motivos, segundo a minha opinião:

1º - O assistencialismo - Aqui me deparo com a triste situação do nosso povo, que preferem migalhas do governo a serem realmente independentes.

Paro para refletir e chego a conclusão que devo enaltecer os meus antepassados, todos eles imigrantes pobres que vieram para esse país ainda em finais do século XIX e início do XX. Todos batalhadores, nunca precisaram em nenhum momento do assistencialismo do governo brasileiro ou instituição, e nunca passaram fome. Foram auto-suficientes.

Sempre trabalharam, lutaram, economizaram, se empenharam para a educação dos filhos e netos. Sempre foram éticos e honrados. Até hoje me surpreendo quando vejo algumas pessoas jogarem comida fora ou desperdiçarem o que quer que seja. Nós fomos educados a nunca desperdiçar nada. Isso se chama cultura e hábitos de uma família. Todos nós sabíamos o valor das coisas e o quanto era difícil para nossos avós comprarem.

Comparado aos dias de hoje, os assistidos pelo governo só querem ganhar e não querem dispender recursos próprios na aquisição de elementos essenciais para a sobrevivência. Conversando com uma professora de escola pública que precisou fazer o levantamento sobre a bolsa família em sua classe, se deparou com a seguinte situação. Argüindo seu aluno se a mãe já havia conseguido emprego, se iria dispensar o auxílio do governo, (a mãe tem 33 anos), o aluno lhe responde: 'Oh! Professora nós somos em 4 filhos, nós comemos na escola e minha mãe recebe R$400,00 por mês do governo, porque ela precisa trabalhar? Ela nem está procurando trabalho não'.

2º - Conivência - Interesse de todos os beneficiados na roubalheira e os ocupantes dos cargos de confiança do Congresso, Ministérios, Secretarias, sem contar com os benefícios dos apadrinhados que triplicaram em tamanho em Brasília e em todos os outros estados da federação. Ninguém quer perder a "boquinha". Um exemplo: Só na Câmara dos Deputados em Brasília, temos 513 deputados e 16.600 funcionários, um total de 32 funcionários para cada deputado, pagos com o nosso dinheiro. Percebam a diferença - no Reino Unido tem 646 deputados e 1.600 funcionários cerca de 2,5 para cada deputado.
Fico pasma quando encontro pessoas que ainda acham que isso é armação da mídia. Será que estamos vivendo na burrice? Será que é algo contagioso? Não me refiro aqui em hipótese nenhuma ao nosso presidente, porque o considero muito inteligente, em ter se safado de tudo e de todas e conseguir ainda ter a preferência do eleitorado dos antigos “descamisados” do Collor.

3º - Mudança de valores - A mudança surpreendente de mentalidade de uma boa parte da população brasileira, que aceita passivamente a corrupção e o roubo como algo que qualquer um faria. Isso é trágico, triste e grave. Estamos vivendo em qual época? Dá-me a impressão que o povo aceita passivamente o roubo porque o próprio povo o faz de sua maneira. Será a Lei de Gerson? Será que estamos mais próximo da realidade da reportagem do Fantástico com os meninos de uma favela? O repórter pergunta: O que você quer ser quando crescer e o menino responde:- BANDIDO. A resposta foi chocante, patética e triste, mas que nos leva a acreditar que a resposta do menino está correta diante da realidade que vivenciamos, onde vemos inúmeros bandidos no Congresso, nas agências publicitárias, nos Bancos, no Judiciário. Nas favelas também tem bandidos, como traficantes, estupradores e assaltantes.

Ora com tantos exemplos a serem seguidos por que a resposta da criança estaria errada?

Se quisermos reverter essa situação a resposta depende de nosso voto, e daqui para frente do acompanhamento constante de quem estiver no planalto após a eleição.

A minha esperança contínua sem sombra de dúvida, mesmo com a raiva que sinto dos políticos, mas tenho a consciência de que se não tiver fé e amor em meu país o que estou fazendo aqui?

Falando nisso, lembrei que sempre tive a oportunidade de adquirir a dupla cidadania tanto a húngara, romena e a portuguesa e nunca o fiz. Esse ano decidi e fiz a portuguesa. Admiro e respeito os 3 países terra dos meus antepassados. Hoje, portanto também sou cidadã portuguesa. Quem sabe se algum dia, não encontrando mais aqui, procure na terra deles o que eles algum dia tentaram encontrar no Brasil. Trabalho. Novas Oportunidades. Ordem e Progresso.

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