Novas
perspectivas na saúde
A
saúde e o tratamento dos
enfermos sempre foram para o ser
humano muito importantes. O avanço
nestas áreas têm sido
grandes, principalmente com a ajuda
de diversas ciências que progrediram
substancialmente, como a genética,
a farmacologia e a informática.
Para as próximas décadas
anunciam-se interessantes novidades.
Através de pesquisas, buscam-se,
cada vez mais, formas eficazes de
se combater doenças que afetam
o ser humano. (Digital Vision)
O ser humano é, para muitos,
do ponto de vista estritamente biológico,
o mamífero mais frágil
da natureza. Tem poucas possibilidades
se sobreviver ao nascer se não
tiver os cuidados dos pais. Muitos
são os fatores que põem
em risco a sobrevivência humana:
questões climáticas,
de alimentação e de
saúde são apenas algumas.
Um fenômeno interessante de
estudar é aquele instinto
presente no ser humano, denominado
por alguns antropólogos como
o “instinto de simpatia”,
que o levaria a cuidar dos desvalidos
e enfermos.
Isso
não é exclusivo de
nosso tempo. A saúde e o
tratamento dos enfermos sempre foram,
para o ser humano, muito importantes.
Nas épocas antiga, medieval
e até parte da moderna o
ser humano era vítima de
inúmeras doenças,
até mesmo daquelas que ainda
existem e têm um tratamento
simples. As pessoas morriam em surtos
epidêmicos que dizimavam grande
parte da população.
Os sobreviventes deviam sua cura
mais à sorte do que aos cuidados
médicos.
A
expectativa de vida se reduzia a
apenas algumas décadas; 35
ou 40 anos era o máximo a
que se podia aspirar. Hoje a expectativa
de vida está entre os 65
a 70 anos ou mais, e isso se deve
ao grande desenvolvimento da medicina
nos últimos séculos.
O
avanço da microscopia, dos
exames físicos e o descobrimento
do funcionamento do organismo e
de suas reações às
doenças permitiram o desenvolvimento
de um trabalho que conseguiu encontrar
soluções para muitos
problemas da saúde humana.
Os nomes de Louis Pasteur, Edward
Jenner, Alexander Flemming, Jonas
Edward Salk são apenas alguns
dos muitos que nos lembram o esforço
no trabalho médico e na pesquisa,
conseguindo o desenvolvimento de
vacinas e tratamentos para doenças
que eram, em seu tempo, fatais.
Mas
os pesquisadores enfrentam a cada
dia novos desafios, a necessidade
de buscar formas eficazes de combater
as doenças que afetam o ser
humano hoje, de melhorar os tratamentos
já existentes e de encontrar
a cura para doenças que,
ano após ano, tiram a vida
de muitas pessoas. Câncer,
Aids, diabetes, epilepsia, doenças
da medula espinhal, cirurgia plástica
e restauradora, estresse, depressão,
asma e alergias, doenças
visuais e bucais, cirurgia com a
ajuda de computadores, o uso do
laser na medicina etc. são,
para os profissionais da saúde,
um desafio cotidiano.
O
avanço tem sido grande, principalmente
com a ajuda de diversas ciências
que progrediram substancialmente,
como a genética, a farmacologia
e a informática. Para as
próximas décadas se
anunciam interessantes novidades.
A
saúde no século XXI
Diversos
institutos, universidades e centros
de pesquisa estão desenvolvendo
uma série de novos tratamentos
e elaborando novas técnicas.
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts,
nos Estados Unidos, está
produzindo um chip do tamanho de
uma moedinha que pode ser enxertado
ou ingerido para liberar diferentes
substâncias farmacológicas,
guardadas em 34 minúsculos
compartimentos recobertos de silicone.
São os fármacos inteligentes,
que atuariam na medida em que fossem
necessários ao organismo.
O
diabetes é uma doença
que altera a rotina diária
dos que dela sofrem. Precisam se
submeter diariamente a um exame
para determinar o nível de
glicose no sangue e saber que quantidade
de insulina é necessária
para regular esse nível.
Para isso, devem extrair, duas vezes
ao dia, uma pequena amostra de sangue
e depois tomar as injeções
de insulina. É sem dúvida
um processo desagradável
e incômodo, além de
doloroso. Por isso, o Sensor for
Medicine and Science está
desenvolvendo um sensor para diabéticos,
do tamanho de um grão de
arroz, que pode ser inserido sob
a pele para determinar os níveis
de glicose sem a necessidade de
exame de sangue. Essa iniciativa,
aliada às pesquisas para
produzir alimentos “nutracêuticos”
(alimentos saborosos que contêm
ingredientes que combatem doenças)
permitirá aos diabéticos
conviver melhor com a doença
e levar uma vida normal.
O
câncer da próstata
poderá ser tratado com cápsulas
radioativas, que emitem altas doses
de radiação durante
alguns meses, atacando o câncer
sem prejudicar a próstata.
Mas não é só
no tratamento do câncer da
próstata que surgem novos
horizontes. A engenharia genética
prevê, para 2010, uma “terapia
genética” contra o
câncer que deve transformar-se
na principal forma de tratamento.
Essa terapia, com alguns princípios
semelhantes aos de elaboração
de transgênicos, trabalha
na busca de vetores de transformação
de vírus ou bactérias
para atacar as células cancerígenas.
A tecnologia poderá ser adaptada
para o tratamento de Aids, reumatismo,
artrite, doenças cardíacas
e mal de Parkinson.
A
asma é uma doença
respiratória crônica
que se agrava com reações
alérgicas. Atualmente está
em processo de pesquisa o medicamento
Anti-Ige, que seria capaz de bloquear
as reações alérgicas
mesmo antes que elas apareçam.
O médico americano Richard
Wasserman acredita que esse novo
produto pode ajudar no tratamento
da asma. Segundo ele, é um
processo que, além de aumentar
o número dos medicamentos
existentes e eliminar seus efeitos
colaterais, pode ser usado junto
com outros remédios.
A
área da cirurgia plástica
e restauradora também tem
novidades interessantes, além
dos novos tratamentos que prometem
transformar-se na “fonte da
juventude”. Os estudos realizados
permitiram encontrar a enzima telomerase,
que teria a capacidade de aumentar
o período de vida das células
humanas. Além disso, a engenharia
genética pode desenvolver
uma verdadeira fábrica de
pele para facilitar a cirurgia reparadora.
Uma
novidade importante se produzirá
na área da neurologia, especificamente
no tratamento das lesões
da medula espinal. Até há
pouco tempo, para as pessoas que
sofriam lesões graves na
medula espinhal (como o ator americano
Christopher Reeve, que encarnava
o Super-Homem), a expectativa de
vida se reduzia a apenas dois anos;
hoje a expectativa de vida é
a mesma de pessoas normais. Atualmente
estão em andamento pesquisas
para descobrir o gene que torna
possível o crescimento e
a conexão das células
da medula espinhal, além
de uma nova série de drogas
que teriam a capacidade de ajudar
a medula a se recuperar sozinha.
Houve também avanços
substanciais em pesquisas de laboratório
sobre o transplante de medula. No
momento, está em estudo uma
tecnologia que permite que uma pessoa
inválida volte a caminhar.
A
osteoporose é uma doença
que afeta os ossos e é causada,
entre outros fatores, pela descalcificação.
Atualmente há trabalhos para
o desenvolvimento de novas terapias
que prometem erradicar essa doença.
Realiza-se um trabalho com base
no desenvolvimento das drogas contra
o câncer, que teriam os mesmos
benefícios do estrogênio
mas sem os efeitos colaterais dessas
substâncias poderosas. Também
estão em estudo o uso do
estrogênio para atuar como
“remendo” nas zonas
afetadas e de outras drogas que
permitiriam aumentar a massa óssea.
Essas novidades são alentadoras,
mas os médicos insistem que
o melhor caminho ainda é
a prevenção: o hábito
de tomar cálcio desde a juventude
e o exercício físico
são a melhor maneira de prevenir
a doença.
Na
área da oftalmologia, as
notícias são igualmente
positivas, já que em poucos
anos será possível
aumentar a elasticidade da córnea,
para que o ser humano não
seja obrigado a usar óculos
com a passagem dos anos.
Em
relação a transtornos
como o estresse e a depressão,
também há boas notícias.
Atualmente, o estresse é
combatido com terapias que incluem
a observação de cores
que relaxam, o uso de ervas naturais,
as massagens e o investimento de
somas consideráveis para
a instalação de saunas
ou hidromassagens na própria
casa. Mas o homem e a mulher do
século XXI poderão
superar as crises que as situações
de estresse provocam com pequenos
estímulos elétricos
no cérebro, que devolverão
o estado de calma e tranqüilidade.
Da mesma forma, para o combate à
depressão foram realizados
estudos que mostram que o exercício
produziria o estímulo de
certas zonas do cérebro que
permitiriam gerar uma melhora nos
estados depressivos. Será
interessante ver, nas receitas médicas
do futuro, no lugar de pílulas
contra a depressão a prescrição
de “quinze minutos de caminhada
ou 200m de natação
diariamente”.
Na
odontologia, estão em desenvolvimento
tecnologias que permitirão
que as pessoas não sofram
mais o desagradável barulho
do motor, sem falar das dores que
essas intervenções
inevitavelmente provocam. O desenvolvimento
de uma nova vacina contra as cáries,
derivada de produtos vegetais com
anticorpos que atuariam sobre o
dente, permitiria acabar com o problema.
Se alguém tivesse que escolher,
o que preferiria? O motor do dentista
ou uma pequena injeção?
Na
medicina geral, uma das doenças
que mais atacam o ser humano atualmente,
e contra a qual somos muitas vezes
indefesos, é o resfriado
simples, que hoje é tratado
com uma receita quase universal:
“vitamina C, um analgésico
e cama”. Mas estão
em estudo os receptores celulares
que se localizam no nariz e que
são justamente aqueles atacados
pelos vírus, que penetram
as células e desencadeiam
o resfriado e seus sintomas. Em
2005 ou 2010 poderá estar
à venda um remédio
nasal ou um comprimido que seja
capaz de atuar sobre esses receptores
e deter a reação.
Hoje
já podemos vislumbrar como
serão no futuro as intervenções
cirúrgicas e os cirurgiões.
O paciente ficará numa sala
e o cirurgião em outra, tendo
à frente um computador capaz
de responder às ordens verbais
transmitidas pelo médico,
enquanto braços robóticos
manejam os instrumentos cirúrgicos
e realizam a intervenção.
Atualmente já é possível
ver como, por meio do laser, são
extraídos tumores com um
mínimo de intervenção
sobre o paciente. Mais ainda, no
futuro – não muito
distante – um médico
de Nova York terá condições
de realizar uma cirurgia em São
Paulo sem viajar. A tecnologia e
o conhecimento para isso já
existem, só falta torná-los
realidade.
Fonte:
Barsa Planeta Internacional
agosto - 2004