Platão,
filósofo grego, nasceu
em Atenas e se destacou entre
os pensadores mais influentes
da civilização
ocidental. Platão foi
um brilhante escritor e filósofo.
Seus diálogos abordaram
praticamente todos os tópicos
que vieram a ser discutidos
por filósofos que se
seguiram a ele. Suas obras
fazem parte da mais reconhecida
literatura mundial.
SUA
VIDA
Platão
nasceu em uma família
aristocrata de Atenas. Filho
de Ariston e de Perictione,
Platão pertencia a
uma família tradicional
de Atenas e estava ligado,
pelo lado materno, a figuras
importantes do mundo político.
Sua mãe descendia de
Sólon, o grande legislador,
era irmã de Cármides
e prima de Crítias.
Além
disso, num segundo casamento,
sua mãe Perictone casa-se
com Pirilampo, personagem
de destaque da época
de Péricles. O pai
de Platão era descendente
do rei Codro, o último
rei de Atenas.
O
local de nascimento de Platão
é incerto. A grande
maioria dos autores defende
que o seu nascimento terá
ocorrido em Atenas, mas poderá
ter sido na ilha de Égina,
como defendeu Diógenes
Laércio, havendo ainda
quem o considere tebano.
A
possibilidade de ter nascido
na ilha de Égina é
reforçada pelo facto
de seu pai, Ariston, ter liderado
a colonização
desta ilha pelos atenienses
em 432/1 a.C.
Embora
se saiba pouco sobre a infância
de Platão, pensa-se
que, pertencendo a uma família
aristocrática, a sua
educação seguiu
os moldes educacionais gregos
que então vigoravam
seguramente preenchida com
as actividades físicas
e musicais que eram apanágio
da antiga paideia.
Platão
estava destinado a participar
activamente na vida política
de Atenas e para isso "recebeu
a mais completa educação,
aquela que então se
admite ser a mais própria
para aguçar a inteligência,
para domar a palavra com vista
à prática política,"
(A.Bonnard, 1980:522).
Desde
jovem, Platão tinha
ambições políticas,
mas logo se decepcionou com
a liderança política
de Atenas. Platão se
tornou discípulo de
Sócrates, seguindo
sua filosofia e aderindo ao
método por ele utilizado:
a busca da verdade através
de perguntas, respostas e
mais perguntas.
Platão
encontrou Sócrates
pessoalmente quando tinha
vinte anos (e Sócrates
sessenta e três). Após
este encontro, e durante os
oito anos seguintes, foi um
fiel seguidor de Sócrates,
assistindo às discussões
em que Sócrates constantemente
se envolvia, às acusação
de que foi alvo e à
sua condenação
à morte.
Seu
professor, Sócrates,
não escreveu seus ensinamentos.
Platão, como discípulo
de Sócrates, escreveu
muito dos ensinamentos que
lemos dele. Porém,
nos diálogos, Platão
faz do personagem Sócrates
porta-voz de seus próprios
pensamentos, de modo que é
difícil estabelecer
quais são os ideais
de Platão e quais são
os de Sócrates.
Em
399 a.C. Platão testemunhou
o julgamento e a condenação
de Sócrates, tendo
sido acusado de corromper
a mente dos jovens e não
acreditar nos deuses. Após
a execução de
Sócrates, revoltado
com a democracia Ateniense
e talvez preocupado com sua
própria segurança,
e desiludido com a democracia
ateniense, Platão abandona
Atenas durante doze anos.
Refugiou-se em Mégara
com alguns amigos, num círculo
de estudos em torno de Euclides,
descípulo socrático
e o pai da geometria, e aí
permaneceu cerca de três
anos. Foi
para a Sicília e para
o Egito, onde passou aproximadamente
dez anos viajando.
Em
387, com seu regresso a Atenas,
Platão fundou uma Academia,
uma instituição
tida como a primeira universidade
da Europa. A Academia oferecia
um currículo de matérias
tais como astronomia, biologia,
ciências políticas
e filosofia. Aristóteles
foi o aluno mais famoso da
Academia. A Academia de Platão
se manteve em funcionamento
por mais de novecentos anos.
Em
367 Platão retornou
a Sicília tentando
influenciar a política
local com seus ideais, mas
logo voltou a Academia em
Atenas onde passou o resto
de sua vida, com exceção
de algumas viagens, onde ensinava
e escrevia. Platão
faleceu em 347 a .C., com
oitenta anos de idade.
SUAS
OBRAS
Fases
dos diálogos
Os
ensinamentos de Platão
foram escritos em forma de
dialogo, de uma conversa ou
um debate entre várias
pessoas.
Seus
diálogos são
divididos em três fases.
A primeira fase é representada
com Platão tentando
comunicar a filosofia de Sócrates.
Muitos dos diálogos
tem a mesma forma. Sócrates
encontra alguém que
diz que sabe muito. Sócrates
se diz ignorante a procura
de conhecimento e faz várias
perguntas, mostrando que aquele
que se dizia mestre no assunto
realmente não sabe
nada.
Os
diálogos da segunda
e terceira fase relatam as
próprias idéias
de Platão, por mais
que ele continue a utilizar
Sócrates como personagem
em seus diálogos.
Teoria
das Formas
A
parte central da filosofia
de Platão é
a teoria das formas, ou o
mundo das idéias.
Idéias
ou formas são arquétipos
imutáveis. De acordo
com Platão só
essas idéias/formas
são constantes e reais.
Platão divide o mundo
em duas partes – o mundo
das idéias, onde tudo
é constante e real,
e o mundo físico em
que vivemos, onde o fluxo
é constante e a realidade
é relativa. As formas
então mantém
a ordem e a estrutura das
idéias do mundo.
Platão
distinguiu entre dois níveis
de saber: opinião e
conhecimento. Afirmações
relacionadas com o mundo físico,
Platão as considerava
uma opinião, mesmo
que estivessem baseadas na
lógica ou na ciência.
Segundo Platão, o conhecimento
é derivado da razão
e não da experiência.
Ele pregava que somente através
da razão atingimos
o conhecimento das formas.
Platão
diz que as formas têm
uma realidade que vai além
do mundo físico por
causa de sua perfeição
e estabilidade. O mundo físico
se parece com as formas, mas
devido a constantes mudanças
nunca chega a sua perfeição.
Um
exemplo para entender a diferença
entre o mundo das formas e
o mundo físico é
dado por Platão em
termos matemáticos.
Devido ao mundo das formas
temos a concepção
de um círculo perfeito
– totalmente redondo,
composto de uma série
de pontos que apresentam exatamente
a mesma distancia do ponto
central. No mundo físico,
porem, essa figura não
é vista. Círculos
nunca são desenhados
perfeitamente. A idéia
do círculo existe e
é imutável,
porem ela só pode ser
conhecida pela razão
e não pela experiência
do círculo perfeito
no mundo físico.
Platão
aplica sua teoria a conceitos
como beleza, justiça,
bondade, entre outros. A pessoa
é bela ou justa por
que nela há algo que
se parece com a forma do belo
ou do justo, presente no mundo
das idéias. O amor
no mundo das idéias
também é perfeito,
daí vem a expressão
amor platônico, utilizada
nos dias de hoje.
"Os
números governam o
mundo. (Platão)"
Platão
era um entusiasta da Matemática.
Os grandes matemáticos
do seu tempo, ou foram seus
alunos, ou seus amigos. Nesse
sentido, não se poderá
deixar de referir que, à
entrada da Academia, segundo
fontes posteriores, se lia
a máxima:
“Que
não entre quem não
saiba geometria”
Para
Platão a Matemática
é, antes de mais, a
chave da compreensão
do universo. Indagado certa
vez sobre a atividade do demiurgo,
respondeu:
“Ele
geometriza eternamente”.
Além
disso, a Matemática
é o modelo de todo
o processo de compreensão.
Se a missão da filosofia
é descobrir a verdade
para além da opinião
e da aparência, das
mudanças e ilusões
do mundo temporal, a Matemática
é um exemplo notável
de conhecimento deverdades
eternas e necessárias
independente da experiência
dos sentidos. Como Platão
defende na República,
o filósofo deve saber
matemática porque
“ela
tem um efeito muito grande
na elevação
da mente compelindo-a araciocinar
sobre entidades abstractas”
Platão
sempre considerou que a ciência
dos números ou aritmética
se encontra acima de muitas
outras que eram tidas como
essenciais para as artes profissionais.
Ora,
para Platão, a aritmética
é muito mais do que
uma simples ciência
auxiliar para o combate. O
seu valor não reside
nas suas aplicações
práticas. Sem ela o
Homem não seria Homem.
É com uma riqueza impressionante
de análise que Platão
determina o valor cultural
da matemática como
algo que purifica e estimula
a alma, um saber que faz voar
o pensamento para os objetos
mais sublimes, que arrasta
a alma para o Ser. A sua eficácia
reside em facilitar, àqueles
que para ela têm talento,
a capacidade para compreender
toda a classe de ciências.
Teoria
Política
A
República é
a maior e mais reconhecida
obra política de Platão.
A obra se foca na questão
de justiça: Como é
um Estado justo? Quem é
um individuo justo?
Segundo
Platão, a melhor forma
de governo é a aristocracia
por mérito. Platão
divide o estado ideal em três
classes: a classe dos comerciantes,
a classe dos militares e a
classe dos filósofos-reis.
Os filósofos-reis são
encarregados de governar o
país. As classes não
são hereditárias,
elas são determinadas
pelo tipo de educação
obtida pela pessoa. Com maior
nível de educação
a pessoa se pertence à
classe dos filósofos-reis.
A
República aborda diversos
temas sobre justiça,
governo e apresenta um governo
utópico. Essa obra
vem sendo amplamente lida
através dos séculos,
por mais que suas propostas
nunca foram adotas como uma
forma de governo concreta.
Conclusão
Platão
escreveu sobre diversos assuntos,
tais como ética, arte,
teoria do conhecimento, entre
tantas. Suas obras influenciaram
e moldaram a filosofia ocidental.
O intuito desse artigo foi
apenas o de introduzir esse
grande pensador. De nenhuma
forma é possível
resumir sua imensa contribuição
à nossa cultura.
Curiosidades:
Amor
Platônico –
Platão era aluno de
Sócrates. Tentando
entender o motivo pelo qual
seu grande mestre havia se
matado, ele propõe
a existência de dois
mundos: Um chamado mundo sensível,
aquele que você percebe
com os cinco sentidos, e outro
chamado mundo inteligível,
que você só pode
perceber com a inteligência,
a mente. O mundo sensível
é apenas um reflexo
do que há de bom no
mundo inteligível.
Por
exemplo, o amor perfeito só
existe na mente das pessoas,
mas o amor real (que se toca,
se vive) pode ter falhas.
Por isso, quem não
vive o amor real, fica só
na imaginação,
vive um Amor Platônico.
Academia
- A Academia original foi
uma escola fundada em 387
a.C., próxima a Atenas,
pelo filósofo Platão.
Nessa escola, dedicada às
musas, onde se professava
um ensino informal através
de lições e
diálogos entre os mestres
e os discípulos, o
filósofo pretendia
reunir contribuições
de diversos campos do saber
como a filosofia, a matemática,
a música, a astronomia
e a legislação.
Seus jovens seguidores dariam
continuidade a este trabalho
que viria a se constituir
num dos capítulos importantes
da história do saber
ocidental. A
escola era formada de uma
biblioteca, uma residência
e um jardim. Pela tradição,
este jardim teria pertencido
a Academus - herói
ateniense da guerra de Tróia
(século XII a.C.),
e por isso era chamado de
academia.