Os 4 pilares da Educação (UNESCO)

Aprender a Conhecer
Aprender a Fazer
Aprender a Conviver
Aprender a Ser

Aprender a conhecer - Hoje não é tão importante a quantidade de saberes codificados, mas o desenvolvimento do desejo e das capacidades de aprender a aprender. Compreender o mundo que nos rodeia, dispor de uma vasta cultura geral e capacidade de trabalhar em profundidade determinado número de assuntos, exercitar a atenção, a memória e o pensamento. Este é um processo que não se acaba e se liga cada vez mais à experiência do trabalho, à proporção que este se torna menos rotineiro.

Aprender a Fazer – O aprender a fazer significa desenvolver competências que possibilitem ao cidadão enfrentar a dinâmica do mundo do trabalho, os quais sofrem rápidas mudanças devido à evolução que passam as profissões exigindo do indíviduo aptidão para essas inovações. Como diz Moacir Gadotti: “O trabalho desmaterializou-se. Saber fazer hoje tornou-se, por isso, mais cognitivo do que instrumental. Não basta aprender, pois o conhecimento é polivalente. Importa muito mais aprender a aprender e aprender a viver junto, a participar em projetos comuns. Aprender tornou-se, sobretudo fazer uma grande viagem ao interior do ser, com autonomia, saber cuidar de si, dos outros, das coisas, esses três “grandes mestres” de que nos fala Rousseau no primeiro livro do seu Emílio.”

É preciso que esses grandes ideais da educação sejam assumidos pelos agentes da educação, pelo coletivo. Não só assumidos, mas legitimados pelo coletivo. É o coletivo que opera a mudança.

Aprender a Conviver - Hoje, este é um importantíssimo aprendizado para o mercado de trabalho. Não estão sendo mais valorizados os funcionários com vastos currículos e sim os profissionais que saibam administrar conflitos, os que sabem viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum. Aqueles que reconhecem e convivem com a diversidade cultural, assumindo atitudes fundamentadas em solidariedade e cooperação.

Aprender a Ser ( afetivo )– Significa desenvolver a sensibilidade, a ética, imaginação, criatividade, desenvolver de forma plena as potencialidades individuais do espírito e do corpo, afetividade.

Citando Gadotti: “Conhecer implica mudança de atitudes, saber pensar e não apenas assimilar conteúdos escolares do saber chamado universal. Conhecer é estabelecer relações, dizia Piaget e Paulo Freire completava: saber é criar vínculos. O conteúdo torna-se forma. Paulo Freire foi combatido pelos conteudistas iluministas porque eles não chegaram a entender que, em educação, a forma é o conteúdo. Saber em educação é mudar de forma, criar a forma, formar-se. Educar-se é formar-se. Só muito recentemente os pedagogistas conseguiram entender essa nova visão da educação quando discutiram a educação do futuro, como no Relatório Jacques Delors da UNESCO (1998) onde ela está associada a quatro grandes pilares: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver junto, aprender a ser. Pela primeira vez perceberam os especialistas em educação que educar é criar vínculos e não decorar conteúdos. Paulo Freire antecipou-se pelo menos 50 anos com o seu” Círculo de Cultura “, criando uma metodologia prática que oferece as bases para a construção desses pilares e rompendo com a noção clássica de aula”.

Arlete Embacher

Sobe