SAND (George) - (1804 - 1876 )
 

SAND (Amandine Lucie Aurore Dupin, baronesa Dudevant, dita George), romancista francesa (Paris, França, 1804 - Nohant, França, 1876). Seus livros foram muito populares no séc. XIX. Mais conhecida, atualmente, por suas ligações amorosas com Frédéric Chopin e com o poeta Alfred de Musset, desafiou as convenções sociais fumando charutos e usando roupas masculinas. Atribui-se a ela o mérito de ter sido a primeira mulher a viver de sua produção literária.
Amandine Lucie Aurore Dupin nasceu no dia 1º de julho de 1804, em Paris. Cresceu em uma pequena cidade chamada Nohant, que mais tarde descreveria afetuosamente em seus romances. Aos 13 anos, foi mandada para uma escola num convento inglês em Paris.

Casou-se com o barão Casimir Dudevant em 1822, com quem teria dois filhos, Maurice e Solange. O casal foi morar numa propriedade que Aurore herdara de sua avó em Nohant. Em 1831, insatisfeita com o casamento, deixou seu marido e foi viver em Paris.

Começou a escrever artigos para o jornal Le Figaro, com a colaboração de seu amante Jules Sandeau. Usavam, então, o pseudônimo de Jules Sand – inspirado no nome de Sandeau. Em 1831, lançaram o livro Rose et Blanche. Passou a usar o pseudônimo de George Sand em 1832, quando escreveu, sozinha, o romance Indiana, que fez grande sucesso. De 1832 a 1837, escreveu romances de amor, notadamente, além de Indiana, Valentina (Valentine, 1832) e Lélia (1833). Esses romances refletem seus próprios desejos e frustrações, advogam o direito da mulher de ter um amor sincero e dirigir sua própria vida.

George Sand envolveu-se amorosamente com vários homens, dentre eles os escritores Alfred de Musset e Prosper Mérimée e o compositor Frédéric Chopin. Acredita-se que tenha tido um relacionamento amoroso também com a atriz Marie Dorval, sua amiga. Muitas das obras de Sand foram influenciadas por quem tinha como companheiro na época, embora ela não mudasse seus princípios e pontos de vista para agradar seus amantes. Em 1833, iniciou seu romance com Musset, que terminaria dois anos depois pelo excesso de ciúmes do escritor. Seu relacionamento mais conhecido e duradouro foi com Chopin, que durou de 1837 a 1847. No inverno de 1838, os dois viajaram para Maiorca, onde o mau tempo afetou bastante o estado de saúde do compositor. Chopin faleceria dois anos após o rompimento do casal.

Além de seus comentados relacionamentos, Sand também tinha outros hábitos incomuns para sua época. Às vezes, vestia-se com roupas masculinas por diversão ou praticidade. Também tinha o costume de fumar em público num tempo em que isso era inaceitável para uma mulher. Comentava-se, ainda, sobre a grande quantidade de obras que produzia como sendo uma característica pouco feminina.

Sand fez amizade com várias personalidades contemporâneas a ela, destacando-se: Flaubert, Balzac, Zola, Sainte-Beuve, Baudelaire, Franz Liszt, Elizabeth e Robert Browning, Dostoievski e Eugène Delacroix.

De 1838 a 1845, Sand expressou suas preocupações com os problemas sociais em romances como Consuelo (1842-1843) e O Companheiro da Viagem pela França (Le Compagnon du Tour de France, 1840). Sonhava com um mundo em que a riqueza fosse abolida e o amor fraterno unisse as classes sociais. De 1846 a 1853, escreveu romances leves, idealizando a vida nas províncias francesas. Estes incluem Francisco, o Bastardo (François le Champi, 1847-1848), A Pequena Fadette (La Petite Fadette, 1849) e aquele que talvez seja seu melhor romance, O Charco do Diabo (La Mare au Diable, 1846). Finalmente, de 1854 a 1876, escreveu contos simples, à maneira das histórias de fadas. Desse período destaca-se Contos de uma Avó (Contes d'une Grand-Mère, 1873), com histórias que ela escreveu para seus netos.

Os personagens de George Sand são superidealizados e seus enredos, muito artificiais. Suas histórias são repletas de ingenuidade e otimismo. Como disse a escritora: "O romance não precisa ser necessariamente a representação da realidade." Suas memórias constituem suas obras de maior interesse, especialmente A História de Minha Vida (Histoire de Ma Vie, 1854-1855) e Ela e Ele (Elle et Lui, 1859), referência à sua vinculação a Musset.

George Sand faleceu no dia 8 de junho de 1876, em Nohant, na França. O filme Les Enfants du Siècle (1999), com Juliette Binoche e Benoît Magimel, conta a história do relacionamento amoroso de Sand e Alfred de Musset.

Obra. Rose et Blanche (com Jules Sandeau, 1831); Indiana (1832); Valentina (Valentine, 1832); Lélia (1833); Le Secrétaire Intime (1834); Lettres d'un Voyager (1834-1837); Jacques (1834); Leone Leoni (1835); André (1835); Simon (1836); Mauprat (1837); Les Maîtres Mosaïstes (1838); L'Uscoque (1838); La Dernière Aldini (1839); Spiridon (1839); Les Sept Cordes de la Lyre (1840); O Companheiro da Viagem pela França (Le Compagnon du Tour de France, 1840); Horace (1842); Consuelo (1842-1843); La Comtesse de Rudolstadt (1844); Jeanne (1844); Lettres à Marcie (1844); Le Meunier D'Angibault (1845); Teverino (1845); Le Péché de Monsieur Antoine (1846); O Charco do Diabo (La Mare au Diable, 1846); Isidora (1846); Lucrezia Floriani (1846); Le Piccinino (1847); Francisco, o Bastardo (François le Champi, 1847-1848); A Pequena Fadette (La Petite Fadette, 1849); Le Château des Désertes (1851); Les Maîtres Sonneurs (1853); A História de Minha Vida (Histoire de Ma Vie, 1854-1855); Adriani (1854); Un Hiver à Majorque (1855); Le Diable aux Champs (1856); Évenor et Leucippe (1856); La Daniella (1857); Les Dames Vertes (1857); Les Beaux Messieurs de Boisdoré (1858); L'Homme de Neige (1858); Ela e Ele (Elle et Lui, 1859); Narcisse (1859); Flavie (1859); Le Marquis de Villemer (1860); Jean de la Roche (1860); Constance Verrier (1860); La Ville Noire (1860); Valvèdre (1861); La Famille de Germandre (1861); Tamaris (1862); Antonia (1862); Mademoiselle la Quintinie (1863); Laura, Voyage Dans le Cristal (1864); La Confession d'une Jeune Fille (1865); Monsieur Sylvestre (1865); Le Dernier Amour (1867); Cadio (1868); Mille de Merquem (1868); Pierre Qui Roule (1870); Malgrétout (1870); Césarine Dietrich (1871); Francia (1872); Nanon (1872); Contos de uma Avó (Contes d'une Grand-Mère, 1873); Ma Soeur Jeanne (1874); La Tour de Percemont (1876); Oeuvres Complètes (1882-1883); Journal Intime (1926); Oeuvres Autobiographiques (1970).

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