Edith Junqueira Azevedo
Marques
Fundadora do Centro Social Leão XIII
Biografia
por: Nelson Teixeira, José Roberto Franzen,
Rosa Scattone e Lourdes Lopes. Filha de Henrique Luiz de Azevedo Marques, nascido em 11 de junho de 1867 e casado com Genoveva Junqueira Franco. Tiveram
09 filhos. Dª Edith é a 5ª filha do casal.
Abaixo todos os irmãos Azevedo Marques. Dª
Edith participou da fundação da JOC –
Juventude Operaria Católica, formando e orientando
as operárias. Atuou na Ação Católica
[movimento entusiasta], onde visitavam fábricas e favelas
tinham sempre a colaboração de Assistentes Sociais
belgas, pois eram as pioneiras em Ação Comunitária. Assim nos idos de 1940, D. Edith e suas companheiras do movimento Heloisa Prestes Monzoni, Helena Junqueira, Lucy Montoro, Clarisse Wey, Genoefa Frederico, Maria Kiehl, Albertina Ramos estas ultimas fundadoras da primeira Escola de Serviço Social do Brasil - "Escola de Serviço Social de São Paulo", alugaram uma casa na Av. Celso Garcia, 755 - bairro operário do Brás, as primeiras mobílias foram doadas pela Assistente Social Maria Kiehl. Em maio de 1941 foi fundado o Centro Social Leão XIII. A formação da Dona Edith em serviço social se deu de forma muito interessante, Dona Helena Junqueira que na época era diretora da primeira Escola de Serviço Social de São Paulo, solicitou que Dona Edith se matricula-se como aluna para que pudesse se diplomar, tendo em vista que já lecionava para as alunas entre 1942 a 1944, devido a sua experiência em trabalho social, para com sua atitude incentivar as alunas operárias que lá estudavam com bolsas fornecidas pelo SESI. Dona Edith levava o trabalho, corpo a corpo, às ultimas conseqüências, para que a classe operária tomasse consciência de seus direitos e deveres. As primeiras arrecadações vieram de um chá beneficente organizados com ajuda dos pais de Dona Edith que eram da Associação Comercial de São Paulo e da Ação Católica que confeccionaram camisolas, foram vendidos todos os convites e as camisolas. Com esse dinheiro alugou-se a casa da Rua Firmiano Pinto, 242 (casa em que morou o Palhaço Piolin). Ele e sua Cia trabalhavam o dia inteiro e seus filhos ficavam sozinhos. Foi então que começaram a trabalhar com crianças, NASCIA À PRIMEIRA CRECHE, (Profa. responsável Santina Fernandes e Profa. Cecília). O Pensionato se fazia necessário para atender as moças que trabalhavam nas indústrias e não tinham famílias em São Paulo, Dona Edith contou com ajuda do industrial Nadir Figueiredo que doou as louças para pensionato. Logo em seguida criaram um restaurante com preço popular (valor simbólico) para as operárias, que eram obrigadas a comer marmitas frias. Com isso começaram a ensinar higiene da alimentação, como organizar um cardápio, tinha também biblioteca, reuniões e jogos. As primeiras pensionistas que ainda mantemos contato é Deolinda Vince Furlani, Nair Leonor Furlani e Odete Terezinha Furlani, eram irmãs e vieram de Pederneiras, trabalhavam na empresa do Matarazzo. Conheceram o Pensionato através de uma pensionista que trabalhava no Matarazzo. Permaneceram no até o dia do casamento. Só levaram boas lembranças do Pensionato, da Dª Julia a lembrança de uma pessoa que substituiu a mãe das 3, de Mariazinha só compreenssão e amor. Com isso surgiu o pensionato, na Av. Celso Garcia, 810 com Dª Julia Rossi e suas filhas que vieram do interior, Jundiaí, eram elas Dª Juilia Rossi (mãe) e as irmãs Albertina (Dª Berta - trabalhando na Escola Profissional) e Maria (Dª Mariazinha - Trabalhando no Pensionato); o pensionato chegou a abrigar 100 pensionistas de moças que não tinham famílias em São Paulo que aqui estavam para trabalhar nas tecelagens Matarazzo e Crespi. No Belém, ainda foram alugadas as casas na Dr. Clementino e posteriormente na Cajuru. Em 1951, D.Edith e amigas vieram para Vila Maria Alta, bairro muito carente, onde alugou uma casa próxima a atual Biblioteca de Vila Maria, com o tempo a casa logo ficou pequena e foi comprada, a parte de cima do Centro Social Leão XIII, do Sr. Jiocondo Pilon pelo valor de (dez milhões de cruzeiros) teve como primeiro pedreiro o Sr. Agripino Pires e construtor. Neste local onde hoje estamos instalados D. Edith trouxe o primeiro médico clinico geral e dentista e Educação Popular que englobava higiene, saúde e educação. A população do entorno percebeu a generosidade de D.Edith e foram até ela solicitando que tivesse missa, prontamente foi até Cúria Metropolitana falar com o Vigário Geral na época Dom Lafaytte, próprio designou-se a ir celebrar missa todos os domingos pela manhã. Depois disso passou residir no próprio Centro Social Leão XIII, se apegou tanto a Vila Maria, que comprou uma casa na própria Rua Santa Maria Goretti. Anos depois nomeado Bispo de Bragança Paulista doou a casa ao Centro Social Leão XIII. As
primeiras funcionárias do Leão XIII foram as
irmãs Berta e Marizinha que pertenciam a Ação
Católica, Berta larga a profissão de tecelã
para se dedicar à Secretaria do Centro Social Leão
XIII. AS
PRIMEIRAS ALUNAS: A primeira cozinheira: D. IZOLINA PRIMEIRA
DIRETORA de Vila Maria: Terezinha Pessoa e depois
Edivete Maria Lanzarotto. Esta história é contada para manter além da memória a ideologia que norteou a fundação do CENTRO SOCIAL LEÃO XIII Daí.......... NÓS CONTINUAMOS A HISTÓRIA com dificuldades mais com a garra de nossas fundadoras. Cada um de nós é responsável pela sua história como foram Dona Edith e suas valorosas companheiras.
... mais os dados e colaboração de: Rosa Scattone e Lourdes Lopes Rossi (2011) Foto de Dª Edith com a menina Maira Bonfim
Teixeira em 1985 * Atualmente Nelson Teixeira é Conselheiro Administrativo do Centro Social Leão XIII na Vila Maria. |