Centro Social Leão XIII

História

Bairros Operários (Brás, Belém e Vila Maria)

Os primeiros registros do bairro do Brás remontam ao início do século 18, quando foi pedida a edificação de uma capela em homenagem ao Senhor Bom Jesus do Matosinho em uma chácara de José Braz (assim mesmo, com "z"). Ao que parece as primeiras referências a esse José Braz constam em atas da Câmara dos Vereadores de 1769, quando se despacharam várias petições em nome do mesmo. Tal chácara ficava na margem de uma estrada que levava à Penha. Em determinado trecho a estrada, que era conhecida como Caminho do José Braz, e hoje passou a ser a Rua do Braz, e hoje leva o nome de Avenida Rangel Pestana.

Os imigrantes que se tornaram operários das indústrias da cidade de São Paulo estabeleceram-se, no início do século XX, em loteamentos populares que se localizavam distantes do centro, em terrenos acidentados ou várzeas. Foi assim que nasceram os primeiros bairros operários, como Brás, Bexiga, Barra Funda, Belenzinho, Mooca, Lapa, Luz, Bom Retiro,Vila Mariana e Ipiranga.

Vilas Operárias

As vilas operárias constituíram outra forma de habitação popular da virada do século na cidadede São Paulo. Muitas grandes indústrias possuíam vilas em suas proximidades ocupadas pelos trabalhadores. As mais conhecidas situavam-se nos bairros do Brás e Mooca, construídas pela Fábrica Santana, Álvares Penteado, Francisco Matarazzo e Crespi. "Algumas vezes contavam com equipamentos complementares, como igrejas ou creches. Mas sistematicamente tinham um armazém, no qual os trabalhadores faziam suas compras, anotadas em cadernetas, exatamente como os colonos das fazendas", comenta Nestor Goulart Reis Filho.

Segundo a socióloga Eva Blay "não se pode falar em Vilas Operárias em São Paulo sem uma obrigatória referência à Vila Maria Zélia.... documento fundamental de uma época e de uma forma de ocupação do espaço urbano....". Um projeto modelo de vila operária foi realizado pelo industrial Jorge Street, em 1916, no Belenzinho. A Vila Maria Zélia, como ficou conhecida, abrigou 2.100 operários da Companhia Nacional de Tecidos de Juta, tendo sido considerada revolucionária para os padrões brasileiros, porque defendia o direito dos trabalhadores a moradia, educação, saúde e lazer.

Em 1912 o empresário Jorge Street compra as terras do Cel.Fortunato Goulart ( o terreno ia do rio Tietê até a Av. Celso Garcia ) para dar inicio ao projeto de construção da Fábrica e da Vila Operária Maria Zélia.
A Vila foi projetada pelo arquiteto Paul Pedraurrieux, baseada nas cidades européias do início do século, como podemos notar pelo quadriculado de suas ruas e pela ornamentação de suas edificações.
Tratava-se de uma mini cidade: Capela, Jardins, duas Escolas (Meninos e de Meninas), creche, coreto, armazéns, ambulatório médico, dentista, açougue e salão de festas, que representavam um avanço para a política industrial da época.
Street chefiava a execução do projeto pessoalmente acreditava que " não ia construir nenhuma obra de caridade, mas sim uma obra de justiça e de direito social".

A Vila Maria Zélia passou por grandes transformações.
No ano de 1924 a Fábrica e a Vila foram vendidas, ficando em mãos da família Scarpa até 1928. É então rebatizada como Vila Scarpa.
Em 1929, como pagamento das hipotécas vencidas, o grupo Guinle toma posse da Vila, Restituindo-lhe o antigo nome: Vila Maria Zélia.
Devido as dívidas fiscais, a Vila passa para o IAPI (Atual INSS).
A Fábrica foi desativada aproximadamente em 1931; permanecendo assim até 1936 quando foi utilizada como Presídio Político pelo Estado Novo até 1937. Abrigava neste período cerca de 700 presos como: Caio Prado Jr., Quirino Pucca, Abdon Prado Lima, Fúlvio Abramo, Paulo Emilio Salles Gomes entre outros. Intelectuais que na época transformaram o presídio em " Universidade Maria Zélia".

A Vila Maria Zélia localizada, entre as ruas, Cachoeira / dos Prazeres no industrial bairro do Belenzinho a Vila Maria Zélia tem várias vias de fácil acesso como: Av. Celso Garcia, Av.Morvan Dias de Figueiredo (Marginal Tietê ), Rua Carlos de Campos, Rua Catumbi, Av.Salim Farah Maluf, vários onibus vindo do centro de São Paulo e de estações de metrô como metrô Tatuapé, metrô Belém

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