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- Trabalho ou oração? (Também
no ...
)
O Apóstolo São Paulo diz: "Quem não quer
trabalhar também não deve comer" (2 Ts 3,10).
Jesus louva o servo que faz sua obrigação. Na parábola
do fiel e do mau servo lemos: "Feliz daquele servo que o Senhor,
ao chegar, encontrar assim ocupado." (Mt 24,46)
Jesus entrou na casa de Lázaro, Marta e Maria. Marta se
fadigava com a lida da casa enquanto Maria, sentada aos pés
do Senhor, escutava-o. Marta então disse: "Senhor, a
ti não importa que minha irmã me deixe assim sozinha
a fazer o serviço? " Ao que Jesus respondeu: "Marta,
Marta tu te inquietas e te agitas por muitas coisas... Maria escolheu
a melhor parte" ( cf. Lc 10, 38 - 42 ).
Sobre esse dilema, Ir. Clara escreveu em seu diário: "Trabalho
ou oração, esta ou aquele tornaram-se para mim agora
mais indiferentes do que antigamente. Sem dúvida, prefiro
o tempo em que me é dado consagrar-me a oração
àquele em que me vejo sobrecarregada de trabalho... Devo,
aos poucos desapegar-me também disso. Sei, que isso não
é tão fácil... quero, simplesmente, deixar
Deus agir" (Diário 01/04/1934).
"...estar sempre ocupada com as coisas desse mundo e ser,
assim, menos "Maria" que as outras Irmãs, o que
deveras desejo exclusivamente ...Ver-me obrigada a estar na terra
e, num anelo ardente por Deus, emergir e submergir em Deus num secreto
ansiar"( Diário 26 /11/ 1935). "Só vós
sabeis quanto me é penoso separar-me de vós exteriormente
para ocupar-me de negócios" ( Diário 29 / 01
/ 1936).
"O único necessário? Nem Marta, nem Maria, mas
unicamente a santíssima Vontade de Deus" ( Diário
15/ 08 /1936). "Não assim, Marta e Maria sucessivamente:
uma vez esta outra vez aquela - mas ambas ao mesmo tempo. Exteriormente
Marta, interiormente Maria"( Diário 17 / 08 /1936).
Reflexão: Seguir
a Jesus Cristo com Irmã Clara
Quando Ir. Clara escrevia no seu diário espiritual sobre
o trabalho tinha sempre diante dos olhos as irmãs Marta e
Maria. Com isso ela atingiu o cume, que há dois anos antes
ela apenas podia pressentir! Não é esse também
o meu problema? Tão facilmente me deixo envolver pelo trabalho
que nem tempo, nem forças restam para a oração.
Ou desejo refugiar-me na oração diante de um trabalho
desagradável?
Ir. Clara mostra que a solução não é
a fuga, mas uma espécie de fusão: Oração
e trabalho interpenetram-se mutuamente se a meta é Deus e
o caminho é o amor. Aqui a atividade exterior é decorrência
da união interior com Deus.
Senhor, por minhas próprias forças nada posso conseguir.
Mas eu confio em vossa ajuda. Tomai-me e fazei de mim um instrumento
útil em vossa mão.
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