Hoje é dia de Pentecostes, dia do “Dom” do Espírito Santo. O Pentecostes vem já do Antigo Testamento, como festa agrícola, religiosa e de acção de graças pelos primeiros frutos da terra, evoluindo mais tarde para a celebração da Aliança e da constituição do Povo de Deus, celebrada 50 dias após a Páscoa.

Nas leituras bíblicas do dia, o Pentecostes é descrito como acontecimento espectacular: os apóstolos estão reunidos, trancados numa casa, a vinda do Espírito faz-se anunciar por raios e trovões, manifestando-se como línguas de fogo sobre cada um deles. O efeito imediato é eles saírem para a praça pública e começarem a falar de Cristo ressuscitado, já sem medo, mas com grande entusiasmo e sabedoria. Todos os que presenciam se questionam com grande curiosidade: “como os escutamos na nossa língua?”

Facilmente se nota na linguagem utilizada a preocupação de não escrever uma crónica histórica, mas uma catequese sobre o Mistério Pascal e a Igreja.

Na 1ª Leitura a Igreja é uma Comunidade que nasce de Jesus, é animada pelo Espírito e é chamada a testemunhar aos homens os desígnios de Deus. O Espírito é a Lei Nova que orienta a caminhada dos crentes. Ele criou uma nova comunidade, capaz de ultrapassar as diferenças e unir todos, numa mesma comunidade de amor.

No Evangelho, a Igreja é uma Comunidade construída à volta de Jesus e animada pelo Espírito, que a torna viva e “recriada”. O Espírito é esse “sopro” de vida que a faz vencer o medo e as limitações e dar testemunho do amor que Jesus viveu até às últimas consequências.

Na 2ª Leitura, a Igreja é o “Corpo Místico de Cristo”. Apesar da diversidade dos membros e das funções, o Corpo é um só. Mas é o mesmo Espírito que alimenta e dá vida a esse corpo. O Pentecostes continua, mesmo sem as manifestações grandiosas de que nos falam as Leituras.

Na nossa vida houve um Pentecostes: o Crisma, quando recebemos a plenitude do Espírito Santo para cumprir a nossa missão, na Igreja, que nasceu no Pentecostes e continua a ser recriada pelo Espírito. O Espírito Santo é a alma da Igreja. O Pentecostes, para nós, é a plenitude da Páscoa.

É o nascimento da Igreja com a missão de dar continuidade à obra de Cristo através dos tempos.
No dia de Pentecostes, as pessoas falavam a mesma linguagem: o Amor.
Que o amor possa continuar a ser a linguagem dos cristãos do mundo inteiro. Através do amor, o sopro do Espírito Santo continuará presente.

Fonte: http://paroquiadearganil.blogspot.com/