Segundo
a tradição, a Estrela de Belém
guiou os Reis Magos, durante vários
dias, desde o Oriente até ao local
onde Jesus nasceu, para que este pudessem
presenteá-Lo com ouro, incenso e mirra.
No
que se refere à veracidade ou não
do aparecimento da Estrela de Belém
aquando do nascimento de Cristo, só
se pode especular, nenhuma teoria consegue
fundamentar-se em provas 100% fiáveis.
Johannes
Kepler, na noite de 17 de Dezembro de 1603
d. C.,observou, em Praga, a conjunção
do planeta Júpiter com Saturno na constelação
de Peixes, formando uma só estrela.
Pelo estudo de textos antigos, Kepler concluiu
que essa mesma conjunção teria
ocorrido no ano de 747 da era romana, com
isto Kepler divulgou uma nova data para o
nascimento de Cristo, 7 anos antes da calculada,
no século VI pelo frade Dionísio,
e que serve de cronologia da era cristã,
e pela se colocou o nascimento, erradamente,
no ano de 754.
Esta
estrela, para além de ser a guia dos
Reis Magos, simboliza Cristo, Luz do Mundo:
"Eu sou a luz do mundo, quem me segue,
não andará nas trevas"
(Jó 8,12).
Também
há quem considere que a representação
de estrelas no Natal simbolize os santos e
os justos, que são como estrelas no
céu.
Hoje
em dia, a estrela é colocada no topo
da árvore de Natal e no próprio
presépio.
Os
3 reis Magos
Os
Reis Magos são personagens que vieram
do Oriente, guiados por uma estrela, para
adorar o Deus Menino, em Belém (Mateus
2, 1-12).
Ignora-se
a providência dos Reis Magos, este episódio
foi apenas relatado no Evangelho de S. Mateus
e, mesmo assim, de forma muito resumida e
vaga. Só com o passar do tempo, se
foram acrescentando detalhes, para se sanarem
as lacunas deixadas no Evangelho em relação
a esta história.
A
designação “Mago”
era dada, entre os Orientais, à classe
dos sábios ou eruditos, contudo esta
palavra também era usada para designar
os astrólogo. Isto fez com que, inicialmente,
se pensasse que estes magos eram sábios
astrólogos, membros da classe sacerdotal
de alguns povos orientais, como os caldeus,
os persas e
os medos.
Posteriormente,
a Igreja atribuiu-lhes o apelido de “Reis”,
em virtude da aplicação liberal
que se lhes fez do Salmo 71,10.
Quanto
ao número e nomes dos Reis Magos são
tudo suposições sem base histórica,
aliás algumas pinturas dos primeiros
séculos mostram 2, 4 e até mesmo
12 Reis Magos adorando Jesus. Foi uma tradição
posterior aos Evangelhos que lhes deu o nome
de Baltasar, Gaspar e Belchior (ou Melchior),
tendo-se também atribuído a
cada um características próprias.
Belchior
(ou Melchior) seria o representante da raça
branca (europeia) e descenderia de Jafé;
Gaspar representaria a raça amarela
(asiática) e seria descendente de Sem;
por fim, Baltasar representaria todos os de
raça negra (africana) e descenderia
de Cam. Estavam assim representadas todas
as raças bíblicas (e as únicas
conhecidas na altura: os semitas, os jafetitas
e camitas. Pode então dizer-se que
a adoração dos Reis Magos ao
Menino Jesus simboliza a homenagem de todos
os homens na Terra ao Rei dos reis, mesmo
os representantes do tronos, senhores da Terra,
curvam-se perante Cristo, reconhecendo assim
a sua divina realeza.
Esta
ideia só surgiu no século XVI,
assim só a partir deste século
é que se começou a considerar
que Baltasar era negro, de forma a que se
pudesse abranger todas as raças.
Nota:
Jafé, Sem e Cam são os 3 filhos
de Noé, que segundo o Antigo testamento
representavam as 3 partes de mundo e as 3
raças que o povoavam naquele tempo.
Para
além desta simbologia, pela cultura
a cristã, os Reis Magos simbolizam
que os que os poderosos e abastados devem
curvar-se perante os humildes, despojando-se
dos seus bens e colocando-os aos pés
dos demais seres humanos, ou seja, devem partilhar
a sua fortuna com os mais pobres.
Também
em relação às idades
dos Reis Magos tudo são suposições
sem nenhuma base histórica. Só
no século XV, se fixou que Belchior
teria 60 anos, Gaspar estaria com 40 anos
e Baltasar 20 anos.
Tem
de se ter em atenção que as
características físicas e as
idades dos Reis Magos variam consoante o autor.
O
dia de Reis celebrava-se a 6 de Janeiro, partindo-se
do princípio que foi neste dia que
os Reis Magos chegaram finalmente junto ao
Menino Jesus. Em alguns países é
no dia 6 de Janeiro que se entregam os presentes.
Ao
chegarem ao seu destino, os Reis Magos deram
como presentes ao Menino Jesus:
Ouro
(oferecido por Belchior): este representa
a Sua nobreza;
Incenso
(oferecido por Gaspar): representa a divindade
de Jesus;
Mirra
(oferecido por Baltasar): a mirra é
uma erva amarga e simbolizava o sofrimento
que Cristo enfrentaria na Terra, enquanto
salvador da Humanidade, também simbolizava
Jesus enquanto homem.
Assim,
os Reis Magos homenagearam Jesus como rei
(ouro), como deus (incenso) e como homem (mirra).
Coloca-se
a questão de saber como é que
os Reis Magos associaram o aparecimento da
Estrela com o nascimento de Jesus. A verdade
é que existem várias teorias,
mas não há como saber qual delas
é a correcta. Uma dessas teorias considera
que os Reis Magos descobriram a relação
entre o novo astro e o nascimento de Cristo.
Mais
explicações sobre esta questão
e outras relacionadas com os Reis Magos são
dadas através de textos apócrifos,
isto é, textos não reconhecidos
pela Igreja.
Contudo
estes textos foram, de um modo geral, escritos
nos séculos II e III da era cristã,
para preencherem lacunas sobre a vida de Jesus
e de outras personagens do Novo Testamento,
assim objectivo destes era saciar a curiosidade
religiosa, transformando o vago em concreto,
independentemente da veracidade dos factos,
daí não estarem incluídos
nos chamados Livros Canónicos.
Simbologia
dos Presentes (Ouro, Incenso e Mirra)
Como
já foi dito, o incenso simboliza o
sacerdócio, o ouro a realeza e a mirra
o sofrimento de Jesus na Terra. Contudo, também
se tem entendido que estes produtos simbolizavam
as várias idades do Homem: a juventude
e fecundidade do trabalhador; a maturidade
do guerreiro; e, por fim, a velhice do sacerdote.
O
imaginário medieval (época muito
propicia à criação de
lendas) considera que o incenso, o ouro e
a mirra, levados pelos Reis Magos a Jesus,
eram provenientes das terras lendário
Preste João, que ficavam ao lado do
Paraíso Terreno. Esta lenda do Preste
João relaciona-se com a ideia de uma
Sociedade Ideal, a criação de
um Mundo Utópico, um mundo justo, sem
carências e sem violências.
Estes
três presentes também faziam
lembrar o entendimento que n Idade Média
se tinha da Santíssima Trindade: o
Pai era visto como o sacerdote, o Filho como
o rei, e, finalmente, o Espírito Santo
como produtor.
Fonte:
Natal
todos os dias
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