A
palavra “presépio” significa
“um lugar onde se recolhe o gado, curral,
estábulo”. Contudo, esta também
é a designação dada à
representação artística
do nascimento do Menino Jesus num estábulo,
acompanhado pela Virgem Maria, S. José
e uma vaca e um jumento, por vezes acrescenta-se
outras figuras como pastores, ovelhas, anjos,
os Reis Magos, entre outros. Os presépios
são expostos não só em
Igrejas mas também em casas particulares
e até mesmo em muitos locais públicos.
Os
primeiros presépios surgiram em Itália,
no século XVI, o seu surgimento foi
motivado por 2 tipos de representações
da Natividade (do nascimento de Cristo): a
plástica e a teatral. A primeira, a
representação plástica,
situa-se no final do século IV, esta
surgiu com Santa Helena, mãe do Imperador
Constantino; da segunda, a teatral, os registos
mais antigos que se tem conhecimento são
século XIII, com Francisco de Assis,
este último, na mesma representação,
também contribui para a representação
plástica, já que fez uma mistura
de personagens reais e de imagens. Embora
seja indubitável a importância
destas representações da Natividade
para o aparecimento dos presépios,
elas não constituem verdadeiros presépios.
O
nascimento de Jesus começou a ser celebrado
desde o século III, data das primeiras
peregrinações a Belém,
para se visistar o local onde Jesus nasceu.
Desde
o século IV, começaram a surgir
representações do nascimento
de Jesus em pinturas, relevos ou frescos.
Passados
9 séculos, no século XIII, mais
precisamente no ano de 1223, S. Francisco
de Assis decidiu celebrar a missa da véspera
de Natal com os cidadãos de Assis de
forma diferente. Assim, esta missa, em vez
de ser celebrada no interior de uma igreja,
foi celebrada numa gruta, que se situava na
floresta de Greccio (ou Grécio), que
se situava perto da cidade. S. Francisco transportou
para essa gruta um boi e um burro reais e
feno, para além disto também
colocou na gruta as imagens do Menino Jesus,
da Virgem Maria e de S. José. Com isto,
o Santo pretendeu tornar mais acessível
e clara, para s cidadãos de Assis,
a celebração do Natal, só
assim as pessoas puderam visualizar o que
verdadeiramente se passou em Belém
durante o nascimento de Jesus.
Este
acontecimento faz com que muitas vezes S.
Francisco seja visto como o criador dos presépios,
contudo, a verdade é que os presépios
tal como os conhecemos hoje só surgiram
mais tarde, três séculos depois.
Embora não considerado o criador dos
presépios (depende do ponto de vista),
é indiscutível que se o seu
contributo foi importantíssimo para
o crescimento do gosto pelas recriações
da Natividade e, consequentemente, para o
aparecimento dos presépios.
No
século XV, surgem algumas representações
do nascimento de Cristo, contudo, estas representações
não eram modificáveis e estáticas,
ao contrário dos presépios,
onde as peças são independentes
entre si e, desta forma, modificáveis.
É,
nos finais do século XV, graças
a um desejo crescente de fazer reconstruções
plásticas da Natividade, que as figuras
de Natal se libertam das paredes das igrejas,
surgindo em pequenas figuras. Estas figuras,
devido à sua plasticidade, podem ser
observadas de todos os ângulos; outra
característica destas é a de
serem soltas, o que permite criar cenas diferentes
com os mesmas figuras. Surgem, assim, os presépios.
A
característica mais importante de um
presépio e a que mais facilmente permite
distingui-lo das restantes representações
da Natividade, é a sua mobilidade,
o presépio é modificável,
neste com as mesmas peças pode recriar-se
os diferentes episódios que marcam
a época natalícia.
A
criação do cenário que
hoje é conhecido como presépio,
provavelmente, deu-se já no século
XVI. Segundo o inventário do Castelo
de Piccolomini em Celano, o primeiro presépio
criado num lar particular surgiu em 1567,
na casa da Duquesa de Amalfi, Constanza Piccolomini.
No
século XVIII, a recriação
da cena do nascimento de Jesus estava completamente
inserida nas tradições de Nápoles
e da Península Ibérica (incluindo
Portugal).
De
entre os presépios mais conhecidos,
é de salientar os presépios
napolitanos, estes surgiram no século
XVIII, nestes podiam observar-se várias
cenas do quotidiano, mas o mais importante
era a qualidade extraordinária das
suas figuras, só a título de
exemplo, os Reis Magos eram vestidos com sedas
ricamente bordadas e usavam jóias muito
trabalhadas.
No
que se refere a Portugal, não é
nenhum exagero dizer que em aqui foram feitos
alguns dos mais belos presépios de
todo o mundo, sendo de destacar os realizados
pelos escultores e barristas Machada de Castro
e António Ferreira, no século
XVIII. Para mais informações
sobre os presépios em Portugal clique
aqui.
Actualmente,
o costume de armar o presépio, tanto
em locais públicos como particulares,
ainda se mantém em muitos países
europeus. Contudo, com o surgimento da árvore
da Natal, os presépios, cada vez mais,
ocupam um lugar secundário nas tradições
natalícias.
Fonte:
Natal
todos os dias
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