Vida e obra de Martinho Lutero |
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Lutero compareceu a Dieta de Worms, de 17 a 19 de abril de 1521. Recusou-se a retratação, dizendo que a sua consciência estava presa à Palavra de Deus, pelo que a retratação não seria seguro nem correto. Dizem os historiadores que concluiu a sua defesa com estas palavras : "Aqui estou; não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém". Respondendo a Dieta em 25 de maio de 1521, formalizou a excomunhão de Martinho Lutero, e a Reforma nascente também foi condenada.
Influência Política e Social
Por medidas de precaução, Lutero este recluso no castelo de Frederico, o Sábio, cerca de 10 meses. Teve tempo de trabalhar na tradução do Novo Testamento para a língua alemã. Esta tradução foi publicada em 1532. Com a ajuda de Melancton e outros, a Bíblia inteira foi traduzida, e, então, foi publicada em 1532. Finalmente, essa tradução unificou os vários dialetos alemães, do que resultou o moderno alemão.
Tem-se dito que Lutero foi o verdadeiro líder da Alemanha, de 1521 até 1525. Houve a Guerra dos Aldeões em 1525, das classes pobres contra os seus líderes. Lutero tentou estancar o derramamento de sangue, mas, quando os aldeões se recusaram a ouvi-lo, ele apelou para os príncipes a fim de restabelecerem a paz e a ordem.
Fato notável foi o casamento de Lutero, com Catarina von Bora, filha de família nobre, ex-freira cisterciana. Tiveram seis filhos, dos quais alguns faleceram na infância. Adotou outros filhos. Este fato serviu para incentivar o casamento de padres e freiras que tinham preferido adotar a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.
Houve controvérsia entre Lutero e Erasmo de Roterdã, que nunca deixou a Igreja Romana, por causa do livre-arbítrio defendido por este. Apesar de admitir que o livre-arbítrio é uma realidade quanto a coisas triviais, Lutero negava que fosse eficaz no tocante à salvação da alma.
Outras Obras.
Em 1528 e 1529, Lutero publicou o pequeno e o grande catecismos, que se tornaram manuais doutrinários dos protestantes, nome dado aqueles que decidiram abandonar a Igreja Romana, na Dieta de Speyer, em 1529.
Juntamente com Melancton e outros, produziu a confissão de Augsburg, que sumaria a fé luterana em vinte e oito artigos. Em 1537, a pedido de João Frederico, da Saxônia, compôs os Artigos de Schmalkald, que resumem seus ensinamentos.
Enfermidade e Morte.
Os últimos dias de Lutero tornaram-se difíceis devido a problemas de saúde. Com freqüência tinha acesso de melancolia profunda. Apesar disso era capaz de trabalhar tenazmente. Em 18 de fevereiro de 1546, em Eisleben, teve um ataque do coração, vindo a falecer.
A Teologia de Lutero.
Como monge agostiniano, Lutero dava preferência a certos estudos, dentre os quais se destacam a soberania de Deus, dando uma abordagem mais bíblica às questões religiosas e às doutrinas cristãs. Alguns pontos defendidos por Lutero são :
Nem
o papa nem o padre, tem o poder de remover os castigos temporais
de um pecador.
A culpa pelo pecado não pode ser anulada por meio de indulgências.
Somente um autêntico arrependimento pode resolver a questão
da culpa e do castigo, o que depende única e exclusivamente
de Cristo.
Só há um Mediador entre Deus e os homens, o homem
Jesus Cristo.
Não há autoridade especial no papa.
As decisões dos concílios não são
infalíveis.
A Bíblia é a única autoridade de fé
e prática para o cristão.
A justificação é somente pela fé.
A soberania de Deus é superior ao livre-arbítrio
humano.
Defendia a doutrina da consubstanciação em detrimento
da transubstanciação.
Há apenas dois sacramentos : o batismo e a ceia do Senhor.
Opunha-se a veneração dos santos, ao uso de imagens
nas Igrejas, às doutrinas da missa e das penitências
e ao uso de relíquias.
Contrário ao celibato clerical.
Defendia a separação entre igreja e estado.
Ensinava a total depravação da natureza humana.
Defendia o batismo infantil e a comunhão fechada.
Defendia a educação dos fiéis em escolas
paroquianas.
Repudiava a hierarquia eclesiástica.
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Bibliografia
1 - "Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia"; R. N. Champlin; J. M. Bentes; Candeia; 1994.
2 - "Enciclopédia Histórico-Teológica"; W. A. Elwell, ed.; Edições Vida Nova;1990.
3 - "Teologia dos Reformadores"; T. George; Edições Vida Nova; 1994.
4 - "História da Igreja Cristã"; R. H. Nichols; CEP;1992.
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Fonte:http://pregaioevangelho.vilabol.uol.com.br/hist_lutero.html