A
proclamação da independência
do Brasil encontrou muitas oposições
no país, pois as autoridades das províncias
eram portuguesas e mantinham-se fiéis
à Coroa Portuguesa forçando D.
Pedro a expulsar as tropas portuguesas em 1823.
Motivos para o processo imigratório:
" Formação de um novo exército
que garantisse militarmente a independência
do Brasil;
" Notícias vindas de Lisboa sobre
uma iminente invasão;
" Soldados despreparados no país;
" Questão militar na Província
Cisplatina gerando conflitos com a Argentina
Solução encontrada:
Decidiu-se por recomendação de
D. Leopoldina, arquiduquesa da Áustria
e filha do Imperador Francisco I, que havia
se casado com Pedro I em 1816, trazer soldados
e colonos da Alemanha, onde o desemprego grassava
devido ao conflito com Napoleão.
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Imperatriz
do Brasil
Leopoldina Carolina Josefa Habsburg
Nasceu em 22.01.1797
Faleceu em 11.12.1826
Filha do Imperador da Áustria,
Francisco I e da Imperatriz Maria Teresa.
D. Leopoldina na Ilha da Madeira.
Óleo sobre tela, 1817. Museu Histórico
Nacional - RJ
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Retrato
de D. Pedro I, óleo sobre tela,
1826, por Manuel de Araújo Porto-Alegre
(1806-1879).
Filho de D. João VI (1798-1834),
veio para o Brasil em 1808. Em 1822, casado
com a Imperatriz D. Leopoldina, liderou
o processo de emancipação
política da Colônia portuguesa,
tornando-se o primeiro Imperador do Brasil.
Museu Histórico Nacional - RJ
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Ao
Major Johann Anton von Schaeffer coube a tarefa
de trazer colonos e soldados para o Brasil.
Amigo de dona Leopoldina, pelo interesse comum
que tinham nas ciências naturais, foi
nomeado de Agente de Afazeres Políticos
no Brasil. Dificuldades foram vencidas, apesar
da proibição do Congresso de Viena
em 1815, não permitir a saída
de cidadãos para outros países,
tendo em vista também, o olhar europeu
sobre o Brasil, que considerava D. Pedro I um
usurpador do trono. Gertz cita o fato da imperatriz
do Brasil ter pertencido à casa dos Habsburgo,
possivelmente também contribuiu para
que se optasse por imigrantes alemães.
Com a oferta do governo brasileiro de terras
de 77 hectares, equivalente a 150 "morgos",
além de ferramentas, gado, sementes,
auxílio financeiro durante os dois primeiros
anos e isenção de impostos nos
primeiros 10 anos, a missão de Schaefer
foi grandemente facilitada.
Para não chamar a atenção
das autoridades Schaeffer embarcava soldados
disfarçados e imiscuídos entre
as famílias de colonos. Vieram assim,
no período de 1824 a 1830 aproximadamente
5.000 (cinco mil) colonos ao Rio Grande do Sul,
em meio a outros tantos soldados que permaneciam
no Rio de Janeiro, engajados nos Batalhões
de Estrangeiros.
O primeiro embarque de estrangeiros imigrantes
foi efetuado pelo navio Argus, capitaneado por
B. Ehlers e Peter Zink. O comandante do transporte
era Conrad Meyer. Partiu em 27.7.1823 do porto
de Amsterdã na Holanda e chegou no Rio
de Janeiro no dia 7.1.1824. Trazia 284 imigrantes,
sendo 150 soldados e 134 colonos destinados
a Colônia Alemã de Nova Friburgo
no Rio de Janeiro. O navio enfrentou fortes
tempestades ainda no Mar do Norte, vindo a perder
o seu mastro principal, obrigando-o a atracar
na Ilha Texel na Holanda, de onde, após
consertado, reiniciou a viagem em 10.9.1823.
Dos passageiros do Argus apenas o boticário
Karl Niethammer chegaria na Feitoria do Linho-Cânhamo
em 6.11.1824. Foi o primeiro farmacêutico
da Colônia Alemã de São
Leopoldo.
O navio Caroline, capitaneado por Jakob von
der Wettern e tendo como Comandante de Transporte
Von Kettler trouxe a segunda leva. Os passageiros
embarcaram no dia 12.12.1823 mas a partida do
porto de Hamburgo se deu no dia 29.2.1824, chegando
ao Rio de Janeiro em 14.4.1824. Trazia soldados
para os Batalhões de Estrangeiros e 231
colonos para a Colônia Alemã de
Nova Friburgo no Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro os colonos ficavam alojados
em galpões na Praia Grande ( Niterói),
onde aguardavam a viagem ao Sul. Enquanto que
a travessia do Atlântico era efetuada
em navios de 3 mastros (galeras), as viagens
para Porto Alegre eram efetuadas em bergantins,
sumacas e escunas de 2 mastros apenas. A Capital
da Província de São Pedro era
atingida após 3 semanas de viagem.
Colonos e mercenários trazidos pelo
major Schaeffer:
1822 - 1823: Mercenários trazidos da
Alemanha, para formar o "Corpo de Tropas
Estrangeiras", no Exército Brasileiro,
imediatamente após a proclamação
da Independência, através do médico
Anton Von Schaeffer, chegado no Brasil em 1821
e nomeado major da Guarda Imperial, pelo imperador
D. Pedro I. Formaram dois batalhões de
caçadores e dois de granadeiros. Os contratados,
dois tenentes engenheiros, que foram incorporados
ao Exército Brasileiro, por não
haver uma unidade de engenharia no Corpo de
Tropas Estrangeiras: os tenentes Halfeld e Koeler,
que foram, respectivamente, fundadores de Juiz
de Fora e de Petrópolis.
1822 - 1823: Colonos evangélicos (264
colonos trazidos pelo mesmo major Schaeffer,
que iriam para o Sul do Brasil, mas foram instalados
perto do morro de Queimados, na Serra do Mar).
1824: São Leopoldo, RS: a segunda expedição
de colonos trazida pelo major Schaeffer, em
1824, mandados para o Rio Grande do Sul, tendo
sido instalados onde hoje são as cidades
de São Leopoldo, Novo Hamburgo e outras.
1824 - Três Forquilhas, RS: terceira expedição
de colonos enviados pelo major Schaeffer, que
fundaram a colônia de Três Forquilhas,
também no Rio Grande do Sul.
1825 - Torres, RS: provavelmente a última
leva que o major Schaeffer trouxe para o Brasil.