Filme
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O musical caracteriza-se basicamente por apresentar roteiros musicais que mesclam dança, canto e música e tem como ponto forte as coreografias. "Com Cantando na Chuva", Gene Kelly levou a arte da dança para o cinema, conseguiu trazer de volta umaestética que praticamente havia se perdido, desde a época dos filmes mudos, reuniu de forma magnífica os elementos da dança e da música no corpo da narrativa, combinando com perfeição o sapateado e o balé. O número mais famoso de dança da história do cinema é o solo de Gene Kelly em “Cantando na Chuva”. A seqüência em que Kelly canta na chuva tornou–se um número de sapateado inovador. Os efeitos do som são provocados tanto pela chuva caindo, como pelas poças d’água quando Kelly salta sobre elas e as chuta, quanto pelo barulho do seu sapateado.
O artista dramatizou a dança na chuva com seus movimentos atléticos e exagerados, e sua exuberância alegre e juvenil. O que se observa é a naturalidade com que Gene Kelly se entrega quando está dançando, ele expressa uma alegria de viver contagiante, mostra também que está apaixonado. O amor está presente, tanto o amor pela personagem de Debbie Reynolds, como também pela dança. O momento em que ele brinca com o guarda-chuva, e com outros elementos do cenário é excelente. Quando Kelly sobe no poste da rua sua presença é exaltada, seus movimentos são magistrais. O ator, além de executante, foi o coreógrafo e com Stanley Donen, dirigiu a cena que se tornou a mais memorável de todos os tempos. A Música “Singin’ in the rain” foi composta por Nacio Herb Brown e arranjada para o filme por Roger Edens. A letra de Arthur Freed foi adaptada por Kelly, que acrescentou “and dancin’ ” ao verso do título. A fotografia foi de Harold Rosson.
“Cantando na Chuva” foi lançado nos Estados Unidos, em abril de 1952, e teve um enorme sucesso de público e bilheteria. Passando, com o tempo, a desfrutar do reconhecimento da crítica. Está em10º lugar como um dos melhores filmes dos últimos tempos pelo American Filme Institute.
A história do filme se resume em “montar um espetáculo”, não um simples espetáculo, mas o primeiro filme musical do cinema. Gene Kelly é Don Lockwood, um famoso astro da época do cinema mudo em Hollywood, seus filmes são um sucesso, mas sua vida começa a mudar com a chegada do cinema sonoro. Seu desafio é montar um musical apesar das dificuldades que encontrará com a nova técnica de se fazer cinema.
“Cantando
na Chuva” é uma obra-prima, um clássico americano
inesquecível que cativa, que emociona. Gene Kelly está
brilhante, Donald O´Connor está sensacional, hilário,
consegue encantar o expectador com suas brincadeiras. Debbie Reynolds
também tem a sua presença, com seu estilo próprio
ela alterna uma linha tênue entre a comédia e o drama.
Cyd Charisse está belíssima, e dança maravilhosamente
bem.
Gene Kelly, cujo perfeccionismo levava suas parceiras de dança
à exaustão, idealizou a coreografia da seqüência
"Broadway Ballet". Conta-se que o véu de seda usado
por Cyd Charisse, com mais de sete metros de comprimento, foi mantido
esvoaçante por três motores de avião.
“Cantando na Chuva” ganhou o Golden Globe de Melhor Ator Cômico (Donald O´Connor).
Sinopse:
Durante a passagem do cinema mudo para o sonoro, Don Lockwood (Kelly) se apaixona pela cantora Kathy Selden (Debbie Reynolds) escolhida para dublar a voz esganiçada da estrela Lina Lamont ( Jean Hagen).
Ficha Técnica:
Singin’
in the rain
EUA/1952
De: Gene Kelly e Staley Donen.
Com: Gene Kelly, Donald O´Connor, Debbie Reynolds, Jean Hagen,
Milllard Mitchell, Cyd Charisse.
MGM
Musical/103 minutos.
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Artigo2:
Carlos Massari, Leitor do Adoro Cinema
"Acredito que raramente um único filme conseguiu ser tão emocionante e hilariante ao mesmo tempo como "Cantando na Chuva", um musical repleto de passagens antológicas e que marcaram a história do cinema. Hoje, infelizmente, esse gênero que deu tantas obras-primas à sétima arte está quase morto. Tudo o que podemos fazer é torcer para que um dia Hollywood volte a ter o bom senso de produzir filmes tão contagiantes como esses. Vivemos em uma época onde a maioria das obras vem rotuladas com "ação", "suspense" e sempre coisas parecidas. É impossível rotular os musicais dessa maneira, eles mesclam tudo, comédia, drama, romance, suspense, e todos os gêneros possíveis. É o cinema arte, que todos os fãs dos verdadeiros filmes lutam incessavelmente para tirar do túmulo.
Aqui, Gene Kelly usa mais uma de suas idéias brilhantes: satiriza de forma leve (mas impiedosa) a transição do cinema mudo para o falado. Na época do lançamento de "O Cantor de Jazz" (primeiro filme falado), todos achavam que o som seria uma coisa fútil e vulgar... Mesmo assim, tivemos um sucesso (e uma revolução tecnológica) que fez com que os atores famosos se interessassem pelo novo meio de fazer filmes: o casal queridinho, Don Lockwood e Lina Lamont, então resolvem entrar no espírito da coisa e lançar um desses filmes. Os problemas surgem quando Lockwood, por acidente, cai no carro de uma atriz de teatro por quem se apaixona perdidamente. Ela era cem vezes mais talentosa que Lamont (essa ainda achava que era querida por todos), sendo que a famosa atriz tinha uma voz insuportável (maestria de Jean Hagen) e inaudível, por isso precisava ser dublada nas telas. A partir daí vão surgindo as emoções e confusões dessa turma de carisma inacreditável.
Absolutamente todo o filme é levado com magia por Gene Kelly e Stanley Donen (parceria arrasadora), que não exageram nas partes musicais, para não tornar a projeção arrastada. Sempre que possível um número modesto entra e depois há transição de diálogos e cenas que deixam qualquer um chorando... de tanto rir. A melhor das passagens que não utilizam música é, sem dúvidas, a pré-estréia do filme "Cavaleiro Duelador". Na parte que, em pleno cinema, o som sai de sincronia obriga todos a parar o filme para se recompor. Caso contrário, os riscos de enfarte ou ataques seriam imensos.
Mesmo com tanta magia, a cena pela qual o filme é mundialmente lembrado é aquela onde Gane Kelly sai no meio de uma tempestade sem guarda-chuva e, sapateando em um monte de poças d'água, cantando a inesquecível "Singin'in the rain". É uma cena incrível, nem dá para descrever. Todos ficam com um sorriso largo só por terem visto tamanha pérola. Ainda existem outros números capazes de produzir o mesmo efeito, em sua maioria com Donald O'Connor e seu personagem hilário. No começo, quando ele apanha de uma boneca de pano, lembrando um circo, eu quase tive de voltar meu maxilar ao local correto.
E os personagens não são inovadores, ou tecnicamente fantásticos. Apenas ficam consagrados pelo carisma dos protagonistas (coisa raríssima na atualidade). Gene Kelly dá um show e a cena da chuva gravou seu nome no cinema. Debbie Reynolds encantadora, com participações sempre alternando em uma linha tênue entre a comédia e o drama, totalmente em conjunto com aquilo que é proposto pela direção do filme. Donald O'Connor, como já disse, está hilário, em tudo o que ele faz quase causa danos ao espectador de tantas risadas que arranca. Jean Hagen produziu uma voz não menos fantástica para sua personagem, aparentemente mais um clichê desnecessário mas que logo ganha a magia de todo o filme.
"Cantando na Chuva" é isso: uma obra sensacional, inesquecível para amantes de cinema, fãs de música, e, principalmente para os dois juntos. Se você está de mau humor, triste, deprimido ou qualquer coisa, a melhor solução existente no mundo é assistir a essa obra-prima do cinema clássico. Todos nós, que amamos a sétima-arte, torcemos incasáveis para que, um dia o cinema volte a tal nível. Esse filme sim influencia a mente das pessoas: influencia todos a serem felizes por toda a vida. Ou você nunca teve vontade de sair por aí CANTANDO NA CHUVA, APENAS CANTANDO NA CHUVA?"
Fonte:
Adoro Cine
Fonte:
natalpress.com
Fonte: YouTube