Encontrado pedaço mais antigo da crosta terrestre

 

Diamantes com idade quase igual a da Terra (4,5 bilhões de anos) foram encontrados no oeste da Austrália. Com 4 bilhões de anos, eles são os fragmentos mais antigos da crosta terrestre identificados até o momento. Segundo um estudo publicado na revista Nature, as pedras preciosas podem indicar dados inéditos sobre a evolução do planeta.

Os diamantes foram encontrados dentro de cristais de silicato de zircônio, um material raro e pequeno (tem apenas 0,3 mm). Além disso, são duros e relativamente resistentes à fusão, características que indicam a retenção de pistas importantes sobre eventos ocorridos na crosta e no manto da Terra. Estudos sobre esses cristais sugerem que a Terra pode ter esfriado muito mais rápido do que se imaginava.

A descoberta dos diamantes foi realizada pela equipe liderada por Martina Menneken, do Instituto de Mineralogia da Universidade Wilhelms da Vestfália, na Alemanha. O grupo estava estudando resíduos minerais contidos nos cristais de zirconita e descobriu que alguns deles continham pequenos diamantes. O silicato foi datado utilizando urânio e alguns isótopos principais, segundo a Agência Fapesp.

A conclusão foi que os diamantes tinham mais de 4 bilhões de anos - quase 1 bilhão de anos mais velho do que o diamante terrestre mais antigo conhecido até então. As descobertas, segundo os cientistas, indicam que havia, há pelo menos 4,25 bilhões de anos, uma crosta continental relativamente grossa e uma interação crosta-manto.

Telescópio mostra que espaço é rico em diamantes

Diamantes podem ser raros na Terra, mas são surpreendentemente comuns no espaço, segundo novas descobertas realizadas pelas lentes infravermelhas ultra-sensíveis do telescópio espacial Spitzer, informou a Nasa.

Usando simulações computadorizadas, os pesquisadores desenvolveram uma estratégia para encontrar diamantes que medem um nanômetro (bilionésima parte de um metro), ou cerca de 25 mil vezes menores que um grão de areia.

Segundo os cientistas do Ames Research Center in Moffett Field, na Califórnia, essas minúsculas partículas podem fornecer valiosas informações sobre como as moléculas ricas em carbono, a base da vida na Terra, se desenvolvem no cosmos.

A busca por diamantes no espaço começou na década de 1980, quando foi descoberta a presença desses fragmentos de diamantes em meteoritos que caíram na Terra. Segundo os cientistas, 3% dessas rochas eram formadas por nanodiamantes.

De acordo com os astrônomos Nasa, se os meteoritos são realmente um reflexo do conteúdo encontrado no espaço, apenas uma grama de poeira e gás cósmico pode conter mais de 10 mil trilhões de nanodiamantes.

"A questão sempre foi a seguinte: se os nanodiamantes são abundantes no espaço, por que não conseguíamos visualizá-los?", disse Charles Bauschlicher, do Ames Research Center, já respondendo a pergunta.

"A verdade é que nós não sabíamos o suficiente sobre as propriedades infravermelhas desses elementos para detectá-los", explicou. Agora, também com ajuda do Spitzer, os cientistas esperam aprender mais sobre o comportamento dos diamantes espaciais.

Fonte: Redação Terra

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