BULLYING
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Quando a agressividade passa a ser Bullying?
É comum que as crianças passem por situações na vida, em que se sintam fragilizadas e em decorrência disso tornem-se temporariamente agressivas. Assim, o nascimento de um novo bebê na família, a separação dos pais ou a perda de algum parente próximo podem ser motivo para a mudança repentina no comportamento da criança. No entanto, normalmente, essa "tempestade" aos poucos vai passando e volta a "calmaria".
Mas, há casos em que se observa algo diferente: algumas crianças apresentam uma agressividade não apenas transitória, mas permanente. Parecem estar sempre provocando situações de briga.
Eis alguns motivos para que essas crianças se tornem agressores crônicos, possíveis autores de Bullying.
Porque foram mal acostumadas e por isso esperam que todo mundo
faça todas as suas vontades e atenda sempre às suas
ordens.
Gostam
de experimentar a sensação de poder.
Não
se sentem bem com outras crianças, tendo dificuldade de
relacionamento.
Sentem-se
inseguras e inadequadas.
Sofrem
intimidações ou são tratados como bodes expiatórios
em suas casas.
Já
foram vítimas de algum tipo de abuso.
São
freqüentemente humilhadas pelos adultos.
Vivem
sob constante e intensa pressão para que tenham sucesso
em suas atividades.
Evidentemente, essas crianças precisam de ajuda, mais do que de punição. Torna-se urgente dar assistência a elas, para que se possa interromper esse ciclo de violência que vai se instalando em suas vidas.
Agressores precisam de vítimas. E quem são as vítimas?
Geralmente,
os autores de Bullying, procuram pessoas que tenham alguma característica
que sirva de foco para suas agressões. Assim, é
comum eles abordarem pessoas que apresentem algumas diferenças
em relação ao grupo no qual estão inseridas,
como por exemplo: obesidade, baixa estatura, deficiência
física, ou outros aspectos culturais, étnicos ou
religiosos. O que se verifica é que essas crianças
são alvos mais visados e tornam-se mais vulneráveis
ao Bullying, por possuírem algumas dessas características
específicas.
Mas, o fato de sofrer Bullying não é culpa da vítima,
pois ninguém pode ser responsabilizado por ser diferente!...
Na verdade, a diferença é apenas o pretexto para
que o agressor satisfaça uma necessidade que é dele
mesmo: a de agredir.
Tanto os pais, quanto as escolas, devem ajudar as crianças
a lidarem com as diferenças, procurando questionar e trabalhar
seus preconceitos. E uma das boas maneiras de se lidar com isso
é promovendo debates, nos quais os jovens possam tomar
consciência dessas questões e confrontar suas idéias
com a de outros jovens.
Aos pais
Se você for informado de que seu(sua) filho(a) é um(a) autor(a) de Bullying, converse com ele(a) e:
Saiba
que ele(a) está precisando de ajuda.
Não tente ignorar a situação, nem procure
fazer de conta que está tudo bem.
Procure manter a calma e controlar sua própria agressividade
ao falar com ele(a). Mostre que a violência deve ser sempre
evitada.
Não o(a) agrida, nem o(a) intimide; isso só iria
tornar a situação ainda pior.
Mostre que você sabe o que está acontecendo, mas
procure demonstrar que você o(a) ama, apesar de não
aprovar esse seu comportamento.
Converse com ele(a): procure saber porque ele(a) está agindo
assim e o que poderia ser feito para ajudá-lo(a).
Garanta a ele(a) que você quer ajudá-lo(a) e que
vai buscar alguma maneira de fazer isso.
Tente identificar algum problema atual que possa estar desencadeando
esse tipo de comportamento. Nesse caso, ajude-o(a) a sair disso.
Com o consentimento dele, entre em contato com a escola; converse
com professores, funcionários e amigos que possam ajudá-lo(a)
a compreender a situação.
Dê orientações e limites firmes, capazes de
ajudá-lo(a) a controlar seu comportamento.
Procure auxiliá-lo(a) a encontrar meios não agressivos
para expressar suas insatisfações.
Encoraje-o(a) a pedir desculpas ao colega que ele(a) agrediu,
seja pessoalmente ou por carta.
Tente descobrir alguma coisa positiva em que ele(a) se destaque
e que venha a melhorar sua auto-estima.
Procure criar situações em que ele(a) possa se sair
bem, elogiando-o(a) sempre que isso ocorrer.
Aos diretores, coordenadores e professores das escolas
Se vocês desejam reduzir o Bullying dentro das escolas ,
aqui vão alguns conselhos para lidar com isso.
Desde
o primeiro dia de aula, avisem aos alunos que não será
tolerado Bullying nas dependências da escola. Todos devem
se comprometer com isso: não o praticando e avisando à
direção sempre que ocorrer um fato dessa natureza.
Promovam debates sobre Bullying nas classes, fazendo com que o
assunto seja bastante divulgado e assimilado pelos alunos.
Estimulem os estudantes a fazerem pesquisas sobre o tema na escola,
para saber o que alunos, professores e funcionários pensam
sobre o Bullying e como acham que se deve lidar com esse assunto.
Convoquem assembléias, promovam reuniões ou fixem
cartazes, para que os resultados da pesquisa possam ser apresentados
a todos os alunos.
Facultem a oportunidade de que os próprios alunos criem
regras de disciplina para suas próprias classes. Essas
regras, depois, devem ser comparadas com as regras gerais da escola,
para que não haja incoerências.
Da mesma maneira, permitam que os alunos busquem soluções
capazes de modificar o comportamento e o ambiente.
Sempre que ocorrer alguma situação de Bullying,
procurem lidar com ela diretamente, investigando os fatos, conversando
com autores e alvos. Quando ocorrerem situações
relacionadas a uma causa específica, tentem trabalhar objetivamente
essa questão, talvez por meio de algum projeto que aborde
o tema. Evitem, no entanto, focalizar alguma criança em
particular.
Nos casos de ocorrência de Bullying, conversem com os alunos
envolvidos e digam-lhes que seus pais serão chamados para
que tomem ciência do ocorrido e participem junto com a escola
da busca de soluções.
Interfiram diretamente nos grupos, sempre que isso for necessário
para quebrar a dinâmica de Bullying. Façam os alunos
se sentarem em lugares previamente indicados, mantendo afastados
possíveis autores de Bullying, de seus alvos.
Conversem com a turma sobre o assunto, discutindo sobre a necessidade
de se respeitarem as diferenças de cada um. Reflita com
eles sobre como deveria ser uma escola onde todos se sentissem
felizes, seguros e respeitados.