Folclore

O folclore nas regiões brasileiras

Qual a origem do folclore brasileiro?
O folclore brasileiro, um dos mais ricos do mundo, formou-se ao longo dos anos principalmente por índios, brancos e negros. Saiba mais analisando o folclore das regiões brasileiras.

Região Sul ( Paraná • Santa Catarina • Rio Grande do Sul )



1- Danças: congada, cateretê, baião, chula, chimarrita, jardineira, marujada.

Congada
Bailado popular que acontece em algumas regiões do Sudeste brasileiro, como nos estados do Paraná e Minas Gerais, como também no Nordeste, na Paraíba. Esta manifestação cultural tem origem no catolicismo e nas sangrentas histórias de guerra do povo africano, como a do assassinato do rei de Angola, Gola Bândi. Na congada dramatizam uma procissão de escravos feiticeiros, capatazes, damas de companhia e guerreiros que levam a rainha e o rei negro até a igreja, onde serão coroados. Durante o cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-recos, realizam danças com movimentos que simulam uma guerra.

Cateretê

Também chamado catira, cateretê, é uma dança de origem indígena e dançada em muitos estados brasileiros. Foi bastante usada pelo Padre Anchieta que em sua catequese, traduziu para a língua tupi alguns textos católicos, assim enquanto os índios dançavam, cantavam trechos religiosos, por este fato é que muitos caipiras paulistas consideram muitas danças diabólicas, menos o cateretê. Os trajes usados são as roupas comuns de todo o dia. A dança varia em cada região do país, mas geralmente são dançadas em duas fileiras formadas por homens de um lado e mulheres do outro, que batem o pé ao som de palmas e violas. Também pode ser dançada só por homens. As melodias são cantadas pelos violeiros. Alceu Maynard Araújo registra e explica em sua obra que essa dança usada pelos catequistas, é muito conhecida e difundida entre os caipiras do Estado de São Paulo. Nas zonas litorâneas que temos visitado desde Angra dos Reis (Estado do Rio de Janeiro) até baía de Paranaguá (Estado do Paraná) ele é dançado com tamancos de madeira dura.
(...) Além disso, foi dança de um grupo social, dos tropeiros. Documentos abundantes mostram que, desde o Cubatão até o Interior mais distante, os tropeiros, de tropa arriada e de animais chucros, transformavam os pousos e ranchos em sedes de danças por eles preferidas, quase sempre o bate-pé. Na descrição por Hércules Florence (N.E.: o "pai" brasileiro da Fotografia, e que percorreu o Caminho do Mar no século XIX) do pouso de Cubatão, 1829, se vêem até os assistentes do sapateado batendo com as mãos nos bancos a fazer o ritmo.

Pau de Fitas

A Dança Pau de Fitas é uma tradição milenar, originária do meio rural que aparece em alguns países latino-americanos como: a Espanha, Inglaterra e outras regiões da Europa. Este tipo de dança também já existia na América, muito antes de seu descobrimento e os maias ainda incluem em seus costumes. Aparece ainda, entre os mineiros de Nuanda, no Peru, no século XVIII. Em São Benedito de Los Andes, na Venezuela, foi registrada dança semelhante aos paus-de-fita dançados aqui no Brasil.

Em tribos pagãs essa coreografia tinha o significado de dança da fertilidade. Era executada em torno de um totem na forma de membro viril, em que as mulheres estéreis realizavam um culto, fazendo evoluções e invocando a proteção dos deuses para por fim à esterilidade.

Em muitas partes da Europa, na primavera ou no princípio do verão, ou mesmo no dia do solstício de verão, era e ainda é costume ir passear pelos bosques, cortar uma árvore e leva-la para a aldeia, onde era erguida em meio à alegria geral. A intenção deste costume era levar para cada uma das casas da aldeia, as bênçãos que o espírito da árvore tem o poder de conceder. Até hoje, mastros de maio, adornados de flores e fitas, são levantados são levantados no primeiro dia do mês de maio, tendo como objetivo, atrair o frutificante espírito da da vegetação, recém-desperto pela primavera.

No Brasil, esta dança, é encontrada em vários estados, fazendo parte do repertório de grupos folclóricos de várias etnias. Nos países de origem portuguesa, ela geralmente está associada à Dança dos arcos e flores e à Jardineira. A apresentação desta dança é uma das mais bonitas do folclore catarinense. Para o seu desenvolvimento é necessário um mastro com cerca de três metros de comprimento, encimado por um conjunto de largas fitas milticoloridas. Os dançadores, sempre em número par, seguram na extremidade de cada fita e, ao som de músicas características, giram em torno do mastro, revezando os pares de modo a compor trançados no próprio mastro, com variados e coloridos desenhos. No Rio Grande do Sul estes trancamentos tomam o nome de: “Trama”, “Trança” ou “Rede de Pescador”.

Em Santa Catarina há o”Tramadinho”, “Zigue-Zague”, “Zigue-Zague” a dois, “Trenzinho”, “Feiticeira” e “Rede de Pescador”. Segundo Doralécio Soares, existem traçamentos em que são homenageadas pessoas ou entidades, cujo nome vai aparecendo no ato do trançamento. (Fonte: http://www.rosanevolpatto.trd.br/paudefitas.htm)

2- Festa tradicionais: Nossa Senhora dos Navegadores, em Porto Alegre; da Uva, em Caxias do Sul; da Cerveja, em Blumenau
(Oktoberfest); festas juninas; rodeios.

3-Lendas: Negrinho do Pastoreio, do Sapé, Tiaracaju do Boitatá, do Boiguaçú, do Curupira, do Saci-Pererê.

O Boitatá

O Boitatá, reza a lenda, é um monstro em forma de cobra que sobreviveu a um grande dilúvio enterrado em um buraco. Acostumou-se a enxergar no escuro e por isto seus olhos cresceram - dizem até que no lugar de olhos há duas bolas flamejantes. Por isto, de dia é quase cego; de noite, vê quase tudo, e é a hora que o Boitatá sai para se alimentar de restos de animais. No Sul, mais precisamente em Santa Catarina, conta-se que o Boitatá tem esses olhos luminosos por se alimentar apenas dos olhos dos animais, absorvendo toda sua luz.

Perseguindo os viajantes noturnos ou simplesmente vagando por aí com sua luz brilhante, o Boitatá é também chamado de "Cumadre Fulozinha" ou "Batatão" no Nordeste do Brasil, ou de fogo-fátuo. No Sul, é conhecido como "Baitatá", "Bitatá". E conta-se que quem vê sua luz na noite fica cego ou enlouquece de vez.

A origem de seu nome parece ser indígena, vinda da expressão "mbaê-tata", que significa coisa de fogo. Para os índios, o "mbaê-tata" mora no fundo dos rios. Em 1560, Padre Anchieta já havia descrito como o mbaê-tatá era temido pelos índios - uma espécie de assombração muito perigosa. Igualmente em relação aos africanos, que trouxeram o mito do Biatatá, que também habitava as águas fundas e caçava à noite. E nem sempre o Boitatá é visto como mau: em algumas tribos indígenas, e também no Sul do Brasil, é protetor da mata contra incêndios.

Na verdade, é comprovado cientificamente que o fogo-fátuo é um fenômeno comum em áreas pantanosas e onde há sepulturas e carcaças de grandes animais. A ilusão de um grande fogo em movimento seria efeito de gases inflamáveis desprendidos, vistos de longe.

O Curupira

O curupira é um indiozinho peludo, com os cabelos e pés virados para trás, protetor das plantas e animais das florestas. Vive montado em um porco do mato e tem um cachorro chamado Papamel, de que não se separa; ao ver alguém na mata, avisa-o, cantando. Também dizem que se disfarça e ilude o caçador que o persegue, fazendo-o embrenhar-se na mata até se perder e morrer de fome.

Os pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que seguiriam rastros falsos até se perder na mata. Só os que caçam por necessidade são protegidos.

É também conhecido como caipora ou caapora e protege as fêmeas grávidas e os filhotes de todo tipo de animal. Os caçadores que temem o curupira não perseguem estes bichos e não caçam à sexta-feira em noite de luar e nem aos domingos e dias santos. Para agradar esta criatura das matas, os índios costumavam deixar-lhe presentes nas florestas, como penas, esteiras e cobertores.

O Saci-Pererê

O saci-pererê é um moleque negro, de uma perna só, que usa uma carapuça vermelha e fuma um cachimbo de barro. Dizem que a sua força está na carapuça: quem conseguir apanhar e escondê-la fará do saci seu escravo por toda vida. É brincalhão, pode aparecer em qualquer parte. Tem as mãos furadas no centro e seu maior prazer é brincar com uma brasa acesa que faz passar de uma para outra mão pelos furinhos das palmas.

Em certas regiões, porém, o saci é visto como uma entidade ruim. O mais comum é a versão do saci como um moleque cheio de travessuras: esconde brinquedos, chupa o sangue dos animais das fazendas, embaraça a crina dos cavalos, gora os ovos da galinha, "reza" os milhos de pipoca para não estourarem...

E quem captura um saci e consegue se apoderar de sua carapuça, pode pedir favores ao saci em troca. Ele fará qualquer coisa para tê-la de volta!

Quem é o saci

O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.

Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.

O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal.

Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.

Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras.

A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos.

Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitido nas décadas de 1970-80. O saci também aparece em várias momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza.

Dia do Saci
Com o objetivo de diminuir a importância da comemoração do Halloween no Brasil, foi criado em caráter nacional, em 2005, o Dia do Saci ( 31 de outubro). Uma forma de valorizar mais o folclore nacional, diminuíndo a influência do cultura norte-americana em nosso país.

Fonte: Sua Pesquisa

4- Pratos: churrasco, arroz-de-carreteiro, feijoada, fervido.
5- Bebidas: chimarrão, feito com erva-mate, tomado em cuia e bomba apropriada.

 

Região Sudeste ( Rio de Janeiro • São Paulo • Minas Gerais • Espírito Santo )

 

1- Danças: fandango, folia de reis, catira, batuque e quadrilha.

Fandango

Dança popular gaúcha, de origem portuguesa, também conhecida no Norte e Nordeste como Marujada. Ao som da viola ou da sanfona, o grupo de dança mistura cantigas náuticas, de origens que retratam as conquistas marítimas e o heroísmo dos navegadores portugueses, e o sapateado. Esse bailado não possui enredo ordenado, mas a apresentação do auto começa sempre com a chegada de uma miniatura de barco à vela puxado pela tripulação, que é formada pelos componentes do grupo de dança.

Quadrilha;
Quadrilha é uma contradança de origem inglesa em compasso de 6 / 8, na qual quatro pares se situam frente a frente. Teve o seu apogeu no séc. XVIII, em França, onde recebeu o nome de anglaise. Tornou-se muito popular nos salões aristocráticos e burgueses do séc. XIX em todo o mundo ocidental.
No Brasil, a quadrilha é parte das comemorações chamadas de festas juninas. Um animador vai pronunciando frases enquanto os demais participantes, geralmente em casais, se movimentam de acordo com as mesmas. Para alguns cientistas sociais, especialmente antropólogos, tal forma de entretenimento representa uma permanência do pensamento evolucionista muito em voga principalmente no século XIX, onde pessoas que residem em meios urbanos agem de forma estereotipada, zombando dos moradores de áreas rurais mesmo sem se darem conta.

2- Festa tradicionais: Carnaval; Festas juninas; Rodeios.

Carnaval
O carnaval é um período de festas profanas regidas pelo ano lunar que tem suas origens na Antiguidade e recuperadas pelo cristianismo, que começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta-feira de cinzas, às vésperas da Quaresma. O período do carnaval era marcado pela "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris será o grande modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval francês para implantar suas novas festas carnavalescas. Atualmente o carnaval do Rio de Janeiro, Brasil é considerado um dos mais importantes desfiles de carnaval do mundo. Em Portugal, existe já uma grande tradição carnavalesca, nomeadamente os carnavais de Loulé, Sesimbra, Rio Maior e Torres Vedras, destacando-se Torres Vedras, possuindo o carnaval mais antigo e mais português de Portugal, mantendo-se popular e fiel à tradição rejeita o samba e outros estranjeirismos.


3- Lendas: Lobisomem, Mula-sem-cabeça, Iara, Lagoa Santa.

A Iara

Uma sedutora sereia que atrai os homens até o fundo do mar, a Iara é metade mulher, metade peixe. Mora no fundo das águas - doces ou salgadas, não importa - e aparece no final da tarde, encantando os homens com sua canção mágica, que os hipnotiza e lhes faz se afogarem.

Diz-se que nenhum homem resiste a seu canto. Um certo dia, o índio Tapuia a viu surgindo das águas, escutou seu canto e resistiu: remou depressa de volta para a aldeia. Só que não conseguiu esquecer a música da Iara e acabou voltando para reencontrá-la. O final é controverso: uns dizem que Tapuia e a Iara se casaram e foram felizes para sempre; outros acreditam que ela, sempre buscando novas vítimas, voltava às margens das águas para trazer para o fundo mais e mais pescadores.

O Lobisomem

O lobisomem é um homem comum, mas nas noites de sexta-feira, de lua cheia, transforma-se e corre pelos campos, uivando. Invade galinheiros, devora cães e ataca as crianças que encontra pelo caminho. Ao romper da aurora é novamente um homem comum.

Segundo a lenda, um homem vira lobisomem: quando é filho de uma comadre com compadre ou de padrinho com afilhada; quando é filho de uma relação incestuosa; quando é o primeiro homem depois que um casal teve sete filhas mulheres.

O lobisomem não é exclusivo de nosso folclore; pertence ao imaginário europeu e mesmo da Grécia e Roma antigas.

Mula-sem-cabeça

Dizem que pode virar mula-sem-cabeça a mulher que se envolve com um padre. A mula-sem-cabeça não tem cabeça mas vomita fogo pelas ventas, tem um relincho forte, mas algumas vezes grita como um ser humano. Para desencantá-la é preciso que alguém muito corajoso lhe arranque o cabresto ou pique-a com um alfinete para que sangre.

Ela aparece à meia-noite, em noites escuras, perto de igrejas. Quem a vê, deve deitar de bruços no chão para esconder seus olhos, unhas e dentes para que a mula-sem-cabeça não o ataque.

É também conhecida como Burrinha do Padre e Cavalo-sem-cabeça, de acordo com a região. Em Santa Catarina, a lenda tem uma variação interessante: para saber se uma mulher é amante do padre, é preciso amarrar um ovo em uma fita como nome da mulher e jogar ao fogo. Se o ovo cozer e a fita não queimar, aquela é a amante do padre.

4- Pratos: tutu de feijão, feijoada, ligüiça, carne de porco.

5- Artesanato: trabalhos em pedra-sabão, colchas, bordados, e trabalhos em cerâmica.

Região Centro-Oeste ( Mato Grosso do Sul • Mato Grosso • Goiás • Distrito Federal )

 

1- Danças: tapiocas, congada, reisado folia de reis, cururu e tambor.

Congada

Bailado popular que acontece em algumas regiões do Sudeste brasileiro, como nos estados do Paraná e Minas Gerais, como também no Nordeste, na Paraíba. Esta manifestação cultural tem origem no catolicismo e nas sangrentas histórias de guerra do povo africano, como a do assassinato do rei de Angola, Gola Bândi. Na congada dramatizam uma procissão de escravos feiticeiros, capatazes, damas de companhia e guerreiros que levam a rainha e o rei negro até a igreja, onde serão coroados. Durante o cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-recos, realizam danças com movimentos que simulam uma guerra.

Reisado (Folia de Reis)

O Reisado foi introduzido no Brasil-Colônia pelos portugueses no século XIX. É um espetáculo popular das festas de Natal e Reis, cuja ribalta é a praça pública, a rua, mas as vezes pode ser apresentado em residências.

Folia de Reis, ou Reisado, constitui um dos mais originais folguedos folclóricos. É uma folia conhecida em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo e, desde alguns anos, na Guanabara. No interior, é uma dança do período natalino em comemoração ao nascimento do Menino Jesus e em homenagem aos Reis Magos: Gaspar, Melchior e Baltazar, que levaram ouro, incenso e mira, que representam as três dimensões de Cristo (realeza, divindade e humanidade).

Esta festa tem sua origem primária na Festa do Sol Invencível, comemorada pelos romanos e depois adotada pelos egípcios. A festa romana era comemorada em 25 de dezembro (calendário gregoriano) e a egípcia em 6 de janeiro. No século III, ficou estabelecido que dia 25 de dezembro se festejaria o nascimento de Cristo e 6 de janeiro, dia dos Reis.

A característica principal do reisado está no uso de muitos adereços, trajes com cores quentes e chapéus ricamente enfeitados com fitas coloridas e espelhinhos.


2- Festas tradicionais: carvalhada, tourada, festas juninas.
3- Lendas: pé-de-garrafa, Lobisomem, Saci-Pererê, Ramãozinho.
4- Pratos: arroz de carreteiro, mandioca, peixes.


Região Nordeste ( Maranhão • Piauí • Ceará • Rio Grande do Norte • Paraíba •
Pernambuco • Bahia • Sergipe • Alagoas )

 

1- Danças: frevo, bumba-meu-boi, maracatu, baião, capoeira, caboclinhos, bambolê, congada, carvalhada e cirandas.

Baião

Dança e canto típico do Nordeste, inicialmente era o nome de um tipo de festa, onde havia muita dança e melodias tocadas em violas. Este gênero musical que era restrito ao sertão nordestino, passou a ser conhecido em todo Brasil, por intermédio do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga, quando gravou em 1946, seu primeiro grande sucesso Baião. A partir daí e até meados da década de 1950, este ritmo tomou conta do Brasil e vários artistas começaram a gravar o baião. Em 1950, este gênero musical também passou a ser conhecido internacionalmente, o baião Delicado do instrumentista e compositor Valdir Azevedo, recebeu várias orquestrações de maestros americanos. O baião só perdeu o seu reinado com a aparecimento da bossa nova, mesmo assim ainda se sente sua influencia em muitos compositores até os dia de hoje. Com seu ritmo binário e suas melodias a fazer muito sucesso no nordeste.

Ciranda

A Ciranda não é só divertimento de crianças, é também uma dança de roda de adultos, de origem portuguesa, que apareceu no litoral norte de Pernambuco. Uma das cirandeiras de Pernambuco muito conhecida é a Lia de Itamaracá. A Ciranda surgiu também, simultaneamente, em áreas do interior da Zona da Mata Norte deste Estado.

Há várias interpretações para a origem da palavra ciranda, mas segundo o Padre Jaime Diniz, um dos pioneiros a estudarem o assunto, vem do vocábulo espanhol zaranda, que significa instrumento de peneirar farinha e que seria uma evolução da palavra árabe çarand.

Ciranda é uma dança comunitária que não tem preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes, assim como não há limite para o número de pessoas que dela podem participar. Começa com uma roda pequena que vai aumentando, a medida que as pessoas chegam para dançar, abrindo o círculo e segurando nas mãos dos que já estão dançando. Tanto na hora de entrar como na hora de sair, a pessoa pode fazê-lo sem o menor problema. Quando a roda atinge um tamanho que dificulta a movimentação, forma-se outra menor no interior da roda maior. A música é executada por um grupo denominado “terno”, colocado no centro da roda, tocando instrumentos de percussão (bumbo,tarol, caixa, ganzá) e de sopro (pistons e trambone). As canções são tiradas pelo mestre-cirandeiro e respondida pelo coro dos demais, têm temáticas que refletem a experiência da vida: na zona cafeeira canta-se o engenho, o eito, a safra; na zona litorânea, os coqueiros, as praias, as canoas, os pescadores, as sereias, o vento; o amor, porém, é tema constante, sob várias formas: moça, beijo, casamento, abraço, “cheiro”, etc. (Fonte: http://www.rosanevolpatto.trd.br/paudefitas.htm)

Coco Alagoano

Dança típica de Alagoas, de origem africana, que se espalhou por todo o Nordeste recebendo nomes e formas de coreografias diferentes. A dança é cantada e acompanhada pela batida dos pés ou pela vibração do patear dos cavalos. O mestre ou o tocador de coco entoa as cantigas cujo refrão é respondido pelos cantadores.

Frevo

O frevo é uma dança popular que distingue-se da marcha em geral, e da marcha carioca em particular, pelo ritmo muito mais rápido, freqüentemente sincopado, obrigando a movimentos que chegam a paroxismos frenéticos e lembram, por vezes, o delírio.

Embora esteja presente em todo o Nordeste, é em Pernambuco que o Frevo adquire expressão mais significativa. Segundo algumas opiniões, o frevo pernambucano nasceu da polca-marcha, já na introdução sincopada em sesquiálteras. Atribui-se a criação do novo ritmo ao capitão José Lourenço da Silva, ensaiador das bandas da Brigada Militar de Pernambuco. A data do aparecimento do frevo parece estar estabelecida, com certeza, entre os anos de 1909 e 1911. Alguns pesquisadores dizem que o frevo possui elementos de várias danças como marcha, polca ou maxixe, outros pensam que ele foi influenciado pela capoeira. O frevo não é cantando, sua música só é executada por instrumentos de sopro e surdos, que formam a orquestra do frevo conhecida como Fanfarra.

Maracatu

Dança típica do Nordeste, principalmente de Pernambuco. Maracatu é um termo africano que significa dança ou batuque, no qual um grupo de adeptos das religiões afro-brasileiras saem fantasiados às ruas para fazer saudações aos orixás, em um cortejo carnavalesco onde reis, rainhas, princesas, índios emplumados e baianas cruzam as ruas dançando, pulando e passando de mão em mão a calunga, boneca de pano enfeitada presa num bastão. O ritmo frenético que acompanha o maracatu teve origem nas Congadas, cerimônias de escolha e coroação do rei e da rainha da "nação" negra. Ao primeiro acorde do maracatu, a rainha ergue a calunga para abençoar a "nação". Atrás vão os personagens, com chapéus imensos, evoluindo em círculos e seguindo a procissão recitando versos que evocam histórias regionais.


2- Festas: Senhor do Bonfim, Nossa. Senhora da Conceição, Iemanjá, na Bahia; Missa do Vaqueiro, Paixão de Cristo, em Pernambuco; festas Juninas, romarias - destaca-se a de Juazeiro do Norte, no Ceará.

Festa Junina - A festa junina é uma celebração tradicional brasileira que ocorre no mês de junho, festejando três importantes santos católicos: São João (24 de junho), São Pedro (29 de junho) e Santo Antônio (13 de junho). Em Portugal, estas festas são conhecidas pelo nome de Santos Populares e correspondem a diferentes feriados municipais: Santo António, em Lisboa, São João, no Porto e em Braga.
Recebeu o nome de junina (chamada inicialmente de joanina, de São João), segundo alguns historiadores, porque teve origem nos países católicos europeus e era uma homenagem a São João, que comemorava normalmente sua festa em junho. A festa foi trazida para o Brasil pelos portugueses e logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros.

A festa mais tradicional é a de São João, a qual é típica na Região Nordeste do Brasil. Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a São Pedro e, claro, a São João, pelas chuvas caídas nas lavouras.

Em razão da época propícia para a colheita do milho, as comidas feitas de milho integram a tradição, como a canjica e a pamonha.

Atualmente, os festejos ocorridos em cidades pólos do Nordeste dão impulso à economia local. Citem-se, como exemplo, Caruaru, em Pernambuco; Campina Grande, na Paraíba; e Maceió, em Alagoas.

As duas primeiras cidades disputam o título de Maior São João do Mundo, embora Caruaru esteja consolidada no Guinness Book, categoria festa country (regional, caipira) ao ar livre. Hoje na disputa encontra-se também a cidade de Mossoró no Rio Grande do Norte, que vem aumentando a cada ano sua Festa na Rua.

Região Norte ( Amazônia • Pará • Acre • Tocantins • Rondônia • Roraima • Amapá )

1- Danças: marujada, carimbó, boi-bumbá, ciranda.

2- Festas: Círio de Nazaré (Belém), indígenas.

3- Lenda: Sumaré, Iara, Curupira, da Vitória-régia, Mandioca, Uirapuru, o Boto Rosa.

A lenda do Uirapuru (Norte);
Uirapuru é a designação comum a diversas aves florestais da família dos Troglodytidae e dos piprídeos, especialmente aquelas do gênero Pipra, de plumagem colorida, ger. uma combinação de preto com vermelho, laranja ou branco. O termo é proveniente da língua Tupi-guarani "wirapu 'ru", e pode ser chamado também por arapuru, guirapuru, rendeira, tangará ou virapuru. É um pássaro ativo que se locomove super rápido. Alimenta - se de frutas e, principalmente de pequenos insetos. Tem os pés grandes, plumagem pardo - avermelhada, laranja entre outras. Vive em meio a floresta úmida, nas Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, e encontra -se em quase toda região amazônica brasileira. O seu canto é longo e melodioso parecido com uma flauta. O "Uirapuru Laranja" ou "Dançador - laranja" (Pipra fasciicauda) é um dos mais bonitos da família Pipridae, porém o mais famoso é o uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus aradus), o qual tem o canto mais belo entre todos, que pertence a família Troglodytidae. O canto dos outros não se compara com o dele. Também são conhecidos pelos nomes de arapuru, guirapuru, rendeira, tangará e virapuru.

Na Cidade de Manaus e em algumas regiões do Norte do Brasil a população acredita que levar o Uirapuru consigo empalhado traz sorte na vida e no amor, uma das causas por que o pássaro está em extinção, embora ele não seja fácil de ser encontrado.

O Boto Rosa

O Boto Rosa é uma lenda amazônica. Conta-se que os botos do Rio Amazonas transformam-se em homens muito atraentes à noite e saem para conquistar as moças das cidades ribeirinhas. Eles sempre usam um chapéu para esconder o buraco no alto da cabeça e saem, muito arrumados, para os bailes e festas das vilas.

As mães, portanto, sempre aconselham as filhas a não flertarem com rapazes bonitos em festas, pois um deles poderia ser o boto, disfarçado de homem, que as engravidaria e em seguida as abandonaria.

Depois de conquistar uma moça, o boto volta para o rio de manhã cedo. A mulher nunca mais torna a vê-lo. Esta lenda é usada até hoje por mães solteiras da região.

Sempre se acreditou nas propriedades mágicas do boto de verdade. Acreditava-se que o olho do boto era um ótimo amuleto para conquistar o amor de uma mulher. Era capturado por pescadores para que partes de seu corpo, como a nadadeira e o pênis, fossem usados na fabricação de remédios e amuletos contra a impotência sexual.

Este animal era bastante comum no Rio Amazonas mas, por conta de tantas lendas e histórias de magia, foi muito procurado e caçado; hoje em dia é uma espécie em extinção.

A Vitória-Régia

Há muito, muito tempo, entre os habitantes de uma tribo indígena, contava-se que a Lua era um deus que namorava as mais belas virgens da aldeia. Sempre que se escondia atrás da montanha, levava para si as moças de sua predileção.

Uma jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia que a Lua a chamasse. Os anciãos da tribo alertavam Naiá: depois de seu encontro com a sedutora Lua, as moças perdiam seu sangue e sua carne, tornando-se luz - viravam as estrelas do céu.

Mas Naiá queria porque queria ser levada pela Lua. À noite, cavalgava pelas montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la. Todas as noites eram assim, e a jovem índia definhava, sonhando com o encontro sem desistir. Tão obcecada ficou que não havia pajé que lhe desse jeito.

Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem do deus amado: a Lua refletida em suas águas. Cega de paixão, lançou-se ao fundo e se afogou. Mas a Lua, que também é senhora das águas, compadeceu-se dela e a transformou em uma estrela das águas: uma flor, chamada vitória-régia, que tem formato de estrela, bela cor e delicioso perfume.

Pratos: caldeirada de tucunaré, tacacá, tapioca, prato no tucupi .

Artesanato: cerâmica marajoara, máscaras indígenas, artigos feitos em palha.


Fonte: Wikipédia; Almanaque Terra; EduKBR , IBGE Teen e adaptação MiniWeb Educação


 

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