Japoneses
   

Japoneses no Brasil

No dia 18 de junho de 2008 iremos comemorar os 100 anos da imigração japonesa no Brasil. Vamos conhecer um pouco dessa História.

Como tudo começou

A história da imigração japonesa no país é cheia de obstáculos. Atraídos pelo sonho de uma vida melhor, esses imigrantes tiveram de aprender a conviver com uma cultura totalmente diferente da sua e superar várias dificuldades, sobretudo, o preconceito.

A vinda de imigrantes japoneses para o Brasil foi motivada por interesses dos dois países: o Brasil necessitava de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas de café, principalmente em São Paulo e no norte do Paraná, e o Japão precisava aliviar a tensão social no país, causada por seu alto índice demográfico. Para conseguir isso, o governo japonês adotou uma política de emigração desde o princípio de sua modernização, iniciada na era Meiji (1868).

 

Campos Sales e R. Alves estimularam a imigração japonesa

A chegada da primeira leva de imigrantes japoneses ao Brasil em 1908 fazia parte do um vasto programa adotado pelas autoridades brasileiras desde o Segundo Império, quando a escravidão deu para declinar. A falta de braços para a lavoura cafeeira em expansão permanente obrigou a que o país adotasse um agressiva política em busca de colonos e de braceiros que para cá viessem em substituição ao sistema escravista que entrara em colapso a partir de 1888. Como, em geral, eram paulistas ou mineiros os presidentes da República daquela época (Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves e Afonso Penna), expressando justamente os interesses do dois estados voltados para dar sustentação à lavoura do café, a preciosa imigração japonesa foi canalizada basicamente para o Oeste paulista. Diligentes, devotados ao trabalho e à ordem, os recém-chegados espalharam-se pelo triângulo formado pelas cidades de Bauru, Araçatuba e Presidente Prudente, onde estabeleceram as suas principais colônias.

Apesar de não serem favoráveis à imigração, em 1906, os governos do Japão e do Estado de São Paulo levaram adiante esse processo.



O vapor Kasato-Maru ancorado no porto de Santos.

Os imigrantes deixaram o porto de Kobe em 28 de abril de 1908. Eles vieram a bordo do navio Kasato-Maru — cujo capitão era o inglês A. G. Stevens. O navio atracou no porto de Santos no dia 18 de junho de 1908. Dessa data até 1921, o estado de São Paulo e os fazendeiros de café subsidiaram as passagens dos imigrantes, que deveriam cumprir um contrato de dois a três anos trabalhando nas lavouras de café.

A bordo do Kasato-Maru estava um povo que trazia, além da bagagem, uma cultura milenar. Baseadas nos relatos de japoneses que haviam sido enviados ao Brasil antes do início da imigração, essas pessoas esperavam enriquecer em pouco tempo e voltar para sua pátria, já que as oportunidades oferecidas nas lavouras de café pareciam promissoras. Mas os imigrantes que desembarcaram no Porto de Santos naquela manhã de 1908 descobriram outra realidade; eles foram enviados para trabalhar nos cafezais paulistas, muitas vezes sem condições adequadas de higiene. Aos poucos, essas pessoas perceberam que somente com união conseguiriam conquistar sua independência.

Os japoneses então começaram a criar parcerias e cooperativas, a fim de defender seus interesses. Além disso, adquiriram pequenas terras, em que desenvolveram técnicas de produção agrícola.

Mais tarde...

A situação econômica do Japão piorou muito após o fim da Primeira Guerra Mundial, principalmente nas áreas rurais. Nos EUA, principal país procurado pelos imigrantes japoneses, o movimento contra a entrada dos orientais se intensificou e, em 1924, foi promulgada uma lei de imigração que proibia a entrada dos japoneses no país.

Impossível melhorar de vida nas fazendas de café: para os japoneses, a saída era tornarem-se proprietários.

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