Contribuição
da internet no processo de ensino
e aprendizado não pode
ser mais ignorado, afirma especialista.
A
Revista Veja divulgou (na edição
2100) pesquisa que ilustra o
perfil dos jovens dos dias atuais.
Durante dois meses, a publicação
entrevistou estudantes, pais,
psicólogos e educadores
para identificar os hábitos
e comportamentos que formam
o jovem da era digital. Segundo
o levantamento, este público
gasta, diariamente, 3 horas
e 40 minutos navegando na internet
- sendo que, neste período,
mais de 80% do tempo é
dedicado ao Orkut e ao MSN.
Em
menos de três anos, o
índice de jovens brasileiros
que acessam a web passou de
66% (em 2005), para 86% (em
2008). Por seu caráter
democrático, descentralizado
e dinâmico, é a
mídia que mais atrai
os jovens e, desta forma, sua
contribuição no
processo de ensino-aprendizado
não pode ser ignorado.
A
internet oferece aos estudantes
uma infinidade de possibilidades.
De clique em clique, os alunos
vão acumulando endereços,
imagens e textos que se sucedem
de forma ininterrupta. Entre
tantas conexões possíveis,
o excesso de informação
pode levar a um não aprofundamento
de temas, ocasionando dificuldades
em escolher o que é significativo,
relevante e confiável.
Neste contexto, cabe às
instituições de
ensino trabalhar não
mais com a transmissão
de conteúdos estanques,
mas sim, com o desenvolvimento
de competências e habilidades
que permitam a estes alunos
refletir, aprender a pesquisar,
analisar informações
e identificar a veracidade das
mesmas, formar ideias, discuti-las
com seus pares, enfim, colocar
os resultados das pesquisas
mais em confronto, de forma
a questionar as afirmações
encontradas.
A
internet utilizada como aliada
contribui para o processo de
formação pessoal
e profissional dos jovens. Dominar
os recursos tecnológicos
e intermediá-los com
a aprendizagem de conteúdos
multidisciplinares desenvolve
competências necessárias
para se inserir e manter-se
no mercado de trabalho. Atualmente,
ter ou não acesso à
informação processada
e armazenada na web pode se
constituir em elemento de identidade
ou de discriminação
na nova sociedade que se organiza.
Desta forma, incluir estratégias
de ensino que façam uso
deste recurso significa preparar
o estudante para o mundo tecnológico
e científico, aproximando
as instituições
de ensino do mundo real e contextualizado.
A
habilidade de selecionar conteúdos,
interpretar adequadamente uma
informação, fazer
uma leitura crítica do
meio, dominar os recursos de
busca nas diferentes mídias,
produzir textos e comunicar-se
de forma rápida e eficiente
utilizando as ferramentas digitais
contribuem significativamente
para formar um bom profissional.
A internet estimula a curiosidade,
incentiva o trabalho desenvolvido
em equipe (colaboração),
promove agilidade na execução
de tarefas, reduz custos e incita
o senso de organização
(tanto do tempo como da seleção
de informações)
- sem dúvida, competências
extremamente valorizadas no
mercado de trabalho.
Ao
dedicar quase quatro horas de
seus dias à internet,
os jovens estão com a
oportunidade de ampliar enormemente
suas possibilidades de educação
e formação, pois
podem, por meio de cursos gratuitos,
tutoriais, blogs e afins, aproximar-se
de outros estudantes, trocar
experiências culturais,
estudar outro idioma, aprofundar
conhecimentos com mestres e
especialistas capazes de contribuir
com novas idéias e conceitos
para o trabalho de pesquisa,
por exemplo.
Porém,
a dedicação quase
que exclusiva à participação
em sites de relacionamento e
programas de comunicação
instantânea podem limitar
a oportunidade que nossos jovens
têm de absorver todos
os benefícios que a aproximação
via rede pode trazer.
Sendo
assim, é fundamental
que as instituições
de ensino, e em especial os
professores, fomentem um uso
mais elaborado da internet,
ampliando o repertório
de possibilidades que a rede
oferece, instituindo estratégias
de ensino que promovam a aprendizagem
efetiva, contribuindo para a
construção de
conhecimento e formação
de cidadãos autônomos.
Por Luciana Allan (diretora
do Instituto Crescer Para a
Cidadania)
Fonte:
HSM
Sobe