Autor:
Victor Mirshawka Junior*
As
previsões de eminentes pensadores,
tais como Peter Drucker, sobre a enorme
expansão que a área educacional
sofrerá nos anos vindouros, e
sobre a crescente importância
que esta área assumirá,
no contexto competitivo, vêm sendo
confirmadas, entre outros fatores, pelo
aumento de investimentos, de países
europeus, asiáticos, e principalmente
dos Estados Unidos, tanto com recursos
públicos como privados.
Estas
iniciativas têm causado alguma
ressonância em nosso país
demonstrada por projetos em nível
estadual e federal, mas ainda com tímido
aporte de capital, se comparados à
magnitude dos projetos estrangeiros.
Se, por um lado, os profissionais que
trabalham com educação
estão enxergando um futuro promissor,
com a valorização de sua
função, docente ou de
gestão, por outro, como não
poderia deixar de ser, alguns consideráveis
desafios apontam no horizonte próximo.
Entre eles, está o desafio do
atendimento da demanda crescente por
educação de alto nível,
de uma forma que talvez o modelo presencial
de ensino talvez não seja capaz
de suprir.
Basta
lembrar que, em nosso país, nunca
houve tantos jovens concluindo a formação
educacional em nível médio
e pleiteando uma vaga no ensino superior.
Além disso, no mundo globalizado,
na área empresarial ou acadêmica,
nunca houve uma exigência tão
acirrada por formação
de primeiríssima linha.
Por
outro lado, também não
há paralelo histórico
para a alta taxa de abertura de cursos
superiores no Brasil, o que necessariamente
não é garantia de qualidade,
e tem sido motivo de apreensão
de alguns órgãos públicos.
É
neste contexto que surge o advento do
aprendizado online, não como
um conceito, pois o mesmo já
existe há algum tempo, mas como
um imperativo das condições
atuais; como um modelo de aprendizado
capaz de atender a uma quantidade substancialmente
maior de aprendizes, e capaz de permitir
a instituições renomadas
de ensino que alcancem os alunos muito
distantes, fisicamente.
Desta
feita, devemos atentar para o novo paradigma
que está se formando na mente
dos estrategistas de instituições
de ensino, particulares ou públicas,
qual seja o da disseminação
da aprendizagem através do uso
de recursos tecnológicos, com
especial suporte da internet. Paradigma
este também cotejado pelo Ministério
da Educação, através
de iniciativas como o lançamento
do consórcio UNIREDE, para educação
superior à distância.
Os
profissionais ligados à educação,
desde professores de carreira até
gestores educacionais, vêm percebendo
a necessidade de adaptação
e assimilação de novos
modelos de aprendizagem, tais como o
uso de recursos para melhor apresentar
seu conteúdo, como projetores
multimídia, até a transposição
de seu conteúdo para o meio de
aprendizagem virtual e colaborativo
que a internet, a partir de um correto
design instrucional, pode vir a proporcionar,
até como suporte a sua aula presencial.
Surge,
a partir desta mudança, um novo
repertório necessário
ao professor para exercer seu apurado
ofício e criam-se novos papéis
para este professor, no ambiente tecnológico
em ebulição, enfatizando
a mudança da educação
transmitida para a educação
interativa.
Entre
as novas oportunidades de carreira,
apresenta-se aos docentes, funções
como a de conteudista, o
expert em conteúdo responsável
por dar consistência de conceitos
a um curso online, a de designer instrucional,
o projetista do novo modelo de aprendizado,
ou a de professor tutor, o que se responsabiliza
por orientar um aluno num curso a distância,
entre outras.
Necessitamos,
então, de uma nova estrutura
de raciocínio que possa ser adotada
por educadores engajados na mudança
do modelo de aprendizado tradicional,
para novos modelos, pois até
os sistemas de gestão do processo
educacional precisam ser reformulados.
Surge
também, uma renovada liberdade
de escolha para o aprendiz, não
mais limitada por fatores como deslocamento
ou proximidade da instituição
de ensino.
Considerando
que o foco do aprendizado online está
em agregar mais valor para os aprendizes,
através da diminuição
dos custos da educação,
em disponibilizar o serviço
educacional a qualquer momento,
em qualquer lugar, em melhorar o desempenho
a partir de um atendimento individualizado,
e em permitir a apreensão de
conhecimento com maior velocidade, fazer
parte desta revolução
na educação é uma
condição obrigatória,
tanto para aprendizes, como para os
profissionais envolvidos no processo,
sob pena de perder o bonde da
história.
Autor
Victor Mirshawka Junior
Fonte:
eaprender
Sobe